Grupo se articula para conseguir as substituições das demais superintendências

O governo atendeu a uma das reivindicações do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) e nomeou sete superintendentes regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O MST vem promovendo uma série de invasões e ocupando sedes regionais do órgão.

Um dos pedidos do movimento é a troca de chefes estaduais do Incra que foram indicados pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O Incra tem 29 superintendências.

Nesta terça-feira, sete trocas foram oficializadas no Diário Oficial. São nomes indicados por movimentos populares do campo de cada estado: Nelson José Grasselli para o Rio Grande do Sul, Francisco Erivando Santos de Sousa para o Ceará, Paulo Roberto da Silva para Mato Grosso do Sul, Elias D’Angelo Borges para Goiás, Nilton Bezerra Guedes para o Paraná, Maria Lúcia de Pontes para o Rio de Janeiro e Edvânio Santos de Oliveira para Mato Grosso.

O MST se articula para conseguir as substituições das demais superintendências. Na segunda-feira, o movimento intensificou sua ofensiva de ocupações, com protestos em sedes do Incra em 12 estados. Desde o início do abril, o grupo se estabeleceu em pelo menos nove propriedades rurais, sendo oito terrenos em Pernambuco e um no Espírito Santo.

As invasões do MST fazem parte do chamado Abril Vermelho, jornada anual de lutas do movimento em prol da reforma agrária. Uma delas ocorreu em uma propriedade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na madrugada do dia 16 de abril, em Pernambuco. Em nota, a Embrapa se manifestou afirmando que o movimento ocupou “terras agricultáveis e de preservação da Caatinga”, que tem sido utilizada para “instalação de experimentos diversos e multiplicação de material genético básico de cultivares lançadas pela Empresa”.

Outra área, da Suzano, no Espírito Santo, também foi ocupada. Em nota, a empresa afirma que foi “surpreendida” com a invasão, em “duas áreas produtivas da Suzano, no dia de hoje, no estado do Espírito Santo, mesmo em um contexto de diálogo e construção de convergência entre as partes.”

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, pediu a saída dos manifestantes das duas áreas. Teixeira impôs a desocupação de terras invadidas nos últimos dias pelo MST para prosseguir com o programa de reforma agrária.

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