A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho – o símbolo da humildade – e aclamado pelo povo simples que O aplaudia como “Aquele que vem em nome do Senhor”. Esse povo, há poucos dias, tinha visto Jesus ressuscitar Lázaro de Betânia e estava maravilhado, pois tinha a certeza de que esse era o Messias anunciado pelos profetas, mas, esse mesmo povo tinha se enganado com tipo de Messias que Cristo era. Pensava que, fosse um Messias político, libertador social, que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão.

Para deixar claro a este povo que Ele não era um Messias temporal e político, um libertador efêmero, e sim, o grande Libertador do pecado, a raiz de todos os males, então, o Senhor entra na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena. Ele não é um Rei deste mundo! Dessa forma, o Domingo de Ramos dá o início a Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras.

Comentário ao Evangelho – Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor – 02.04.2023

Jesus entra na cidade de Jerusalém. O que seria uma simples caravana de galileus peregrinando a Jerusalém para a celebração da Páscoa, se transformou em uma entrada alegre e festiva.

Não é uma entrada triunfal, mas uma entrada reveladora. Ela revela quem é Jesus! Ele é o filho de Davi. Ele é o Bendito que vem em nome do Senhor! Ele é o rei Messias! Jesus é recebido com rei messiânico!

E Jesus aceita essa aclamação, mas salienta no seu modo de agir e se comportar que é um rei pacífico. Ele não se apresenta com um aparato militar, não é acompanhado de cortesãos, não se cerca de serviçais. Ele vem montado num jumentinho e se apresenta desarmado e humilde. Ele não vem para conquistar pelas armas, mas deseja conquistar os corações. Nesse sentido ele é rei, e é isso que a entrada em Jerusalém revela de Jesus.

Os ramos que levamos para a celebração de hoje possam exprimir que fomos conquistados por Jesus.

Hoje também nós entramos no mistério do Senhor crucificado, morto, sepultado e ressuscitado. Entrar no mistério do Senhor consiste em padecermos com Ele para com Ele ressuscitar. É passar da morte para a vida, do pecado para a graça, do homem velho para o homem novo em comunhão com Jesus Cristo.

Ouvimos o relato da Paixão e morte de Jesus não como simples recordação. Não se trata somente de um relato. Trata-se de entrar com Jesus nos eventos da sua paixão, morte e ressurreição. A liturgia de hoje nos põe diante da seguinte alternativa: “Hosana ao Filho de Davi” ou “Crucifica-o”. São dois evangelhos: no início da procissão de ramos o povo aclamou: “hosana ao Filho de Davi”; no relato da paixão vemos a multidão pedir: “Crucifica-o”.

Cabe a nós escolhermos com que atitude nós queremos entrar na história da Paixão de Cristo: com a atitude do povo que aclamou hosana, com o gesto do Cirineu que se coloca ao lado de Jesus para ajuda-lo a carregar a cruz, com o pranto das mulheres que choram por Jesus, com a fé do centurião que bate no peito, com o arrependimento do bom ladrão, com a fidelidade de Maria que permanece ao pé da cruz? Ou podemos entrar no mistério da Paixão do Senhor com o gesto da traição de Judas e de Pedro, com a omissão de Pilatos que lavou as mãos, com a curiosidade dos que olham tudo de longe, com o escárnio e a zombaria dos que torturam Jesus, com o insulto do malfeitor crucificado ao lado e que desafia Jesus a se salvar?

Como você deseja entrar no mistério da Paixão e Morte do Senhor?

A Paixão de Jesus não é um relato do passado. Jesus continua na prisão, continua atado à coluna, sendo torturado e ofendido, está ainda sofrendo processo injusto, sendo preterido ao criminoso; Jesus continua no sepulcro lacrado por uma pesada pedra, porque naqueles que continuam sofrendo, Jesus continua sofrendo. Enquanto durar o sofrimento da humanidade, principalmente dos mais pobres, enquanto subsistir a dor e o pecado no mundo, Jesus está ainda misteriosamente no sepulcro; não ressuscitou ainda totalmente. Mais uma vez somos colocados diante da pergunta: como você vai entrar no mistério da Paixão de Jesus que continua sofrendo e morrendo nos sofredores deste mundo?

Toda a nossa vida deve ser, em certo sentido, uma semana santa. Como vamos vivê-la?

Possamos viver a grande semana da santa da vida com Jesus, como Jesus, e como tantos outros bons Cirineus, como Maria, como o Centurião Romano, como o bom ladrão!

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