Em primeiro lugar gostaríamos de esclarecer que, não se trata de nenhum preconceito contra as pessoas oriundas da capital paulista e, que possuem parentes em nossa cidade ou até mesmo, moram aqui, mas, trabalham na famosa terra da garoa como diria o saudoso Adoniran Barbosa.

A questão mais uma vez, é a memória curta das pessoas que devido a correria do dia a dia, acaba esquecendo alguns fatos que contribuíram para algumas colheitas que brotam nos dias de hoje.

Para quem não se lembra, a cerca de 10 meses, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) decretou pela primeira vez os feriados antecipados na capital paulista. Com isso, não houve expediente na capital paulista durante 4 dias. Pelos nossos registros, a medida foi publicada no Diário Oficial do município do dia 19 de maio de 2020.

A criação do “super feriadão” foi uma alternativa pensada pela equipe da Prefeitura para tentar aumentar o isolamento social na cidade, que não atingiu os índices desejados mesmo com a ampliação do rodízio de veículos.

O feriado prolongado foi determinado da quarta-feira (20) até o domingo (24). Para isso, os feriados de Corpus Christi (11 de junho) e da Consciência Negra (20 de novembro) foram antecipados para uma quarta (20) e quinta (21). Na sexta-feira (22), foi declarado ponto facultativo na cidade. Com isso, os paulistanos ou desceram para a baixada santista ou vieram para o interior paulista, na qual se enquadra nossa cidade.

Avenida 23 de Maio, vista do Viaduto do Chá, em São Paulo, em foto do dia 23 de março — Foto: Marcelo Brandt/G1

Sem qualquer crítica as empresas que efetuam de forma legal o transporte de passageiros de São Paulo à Marília e vice versa, ocorre que, na ocasião, em uma média de 6 a 8 ônibus por dia, desembarcavam seus passageiros ao lado do Terminal Rodoviário “Comendador José Brambilla” sem qualquer medida preventiva como verificação de temperatura ou túnel de higienização.

O resultado não poderia ter sido outro, pois, de lá para cá, os números da Covid-19 começaram a subir na capital nacional do alimento. Apenas como comparativo buscamos em nosso arquivos os boletins divulgados pela assessoria de imprensa da própria prefeitura municipal de Marília no dia 19 de abril de 2020 e posteriormente, 30 dias depois, no dia 20 de maio de 2020 para que possamos realmente trabalhar em cima de um raciocínio baseado em números reais e não em jornalismo factóide. Confira;

Como se vê, a realidade já era outra com pacientes internados, e um aumento de 255% no número de casos com 13 casos ainda em transmissão. Hoje, a cidade de Marília é destaque na imprensa nacional pelo grande número de pacientes contaminados, falta de leitos em UTI para Covid-19 e, até mesmo falta de vacinas. O cenário não poderia ser mais preocupante, diante de quase 16.000 mil casos confirmados, 337 em transmissão sem qualquer tipo de controle mais eficaz e punitivo, 249 óbitos e o absurdo de 157 pacientes internados, conforme o último boletim divulgado, com pacientes transferidos para outras cidades.

A verdade é que; o prefeito Bruno Covas anunciou na última quinta-feira (18) várias medidas para conter a escalada da pandemia na cidade e evitar o colapso das redes pública e privada de saúde. Cinco feriados municipais – dois deste ano e três de 2022 – serão antecipados a partir de sexta-feira (26/03) e serão encerrados no domingo (04/04), incluindo a sexta-feira Santa e a Páscoa. No total, serão 10 dias consecutivos.

Na manhã fomos surpreendidos que o estado do Rio de Janeiro também terá feriado prolongado por 10 dias,  e que irá começar a partir da próxima sexta-feira (26) e acabar no Domingo de Páscoa (4). As informações são da GloboNews. O governador em exercício do Rio, Cláudio Castro, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o prefeito de Niterói, Alex Grael, se reuniram, na manhã deste domingo no Palácio Laranjeiras, em Laranjeiras, Zona Sul, para discutir novas medidas de restrição em combate à pandemia da covid-19, no entanto, nenhuma decisão foi tomada.

Bom, vamos lá. O raciocínio é um só; com praticamente 10 dias de feriadão em São Paulo é impossível acreditar que não haverá uma imensa de demanda de pessoas desembargando na cidade. Nada contra, mas, qual o papel que o comandante geral da cidade irá tomar em relação a isso ???

Como todos sabem, a capital nacional do alimento possui um rede hoteleira representativa e, que recebe diariamente centenas de vendedores que visitam nossas pujantes lojas comerciais e principalmente as dezenas de grandes indústrias e fábricas. Novamente voltamos a pergunta; “Qual tem sido o papel da administração no sentido de exigir ou implantar um protocolo de segurança sanitária ???

Por reiteradas vezes, O JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA, de uma forma construtiva tem publicado matérias com sugestões que possam contribuir com a diminuição nos focos de transmissão e preservar vidas, no entanto, infelizmente, somos uma pequena voz clamando no deserto.

Torcemos para estarmos enganados, mas, os indicativos direcionam para um cenário ainda pior após o domingo pascal justamente por falta de medidas preventivas. O processo de vacinação ainda é muito lento e, não atingiu nem a população sexagenária, por esta razão, a única alterativa é justamente investir maciçamente no preventivo.

Algumas medidas como túneis de higienização nos terminais de embarque e desembarque de passageiros ( urbano e intermunicipal ), verificação de temperatura não só neste locais, mas, em todos espaços com grande concentração de pessoas, distribuição de máscaras e álcool gel nos bairros periféricos, zona rural e distritos, dentre outras.

Anvisa faz alerta sobre o uso de cabines de desinfecção no combate ao novo  coronavírusAnvisa faz alerta sobre o uso de cabines de desinfecção no  combate ao novo coronavírus

Barreiras sanitárias são ferramentas de enfrentamento ao COVID-19 que em muito contribuem para diminuir o contágio.

Em muitos municípios brasileiros, a disseminação da Covid-19 impôs a criação de barreiras sanitárias para controlar o fluxo de chegada e saída de pessoas, diminuindo a possibilidade de contágio.

Do ponto de vista epidemiológico, a mobilidade de distancia curta é a principal causa de contágio, enquanto a de distancia longa e responsável por espalhar a doença a outros lugares lugares. A partir dai, duas medidas tem sido adotadas por vários municípios na tentativa de impedir o avanço da COVID-19: barreiras sanitárias restritivas para evitar que o vírus entre no município e o distanciamento social para controlar a transmissão dentro da cidade.

Barreiras sanitárias envolvem um esforço muito grande dos agentes públicos já sobrecarregados no combate a pandemia. Além disso, são restrições a liberdade de ir e vir com grande rejeição por parte da sociedade e, por esta razão o temor da classe política com o desgaste.

Coronavírus: barreira sanitária é instalada em uma das entradas de  Bananeiras, PB | Paraíba | G1

Chama a atenção o fato de muitos municípios que adotaram barreiras sanitárias precocemente apresentarem casos de COVID-19 em um tempo relativamente curto. Qual seria a causa disso? Seriam estas barreiras mal feitas ou insuficientemente rigorosas ? Tentamos mostrar aqui com argumentos matemáticos simples que as barreiras restritivas exequíveis não conseguir impedir o progresso da COVID-19 por mais bem planejadas que sejam a menos que o distanciamento social dentro dos municípios ocorra concomitantemente.

Apenas o confinamento de um município por períodos longos seria capaz de evitar o surto mas isso, em geral, levaria a um colapso social e econômico em um curtíssimo prazo de tempo, como já está ocorrendo. Basta apenas um passeio nos principais corredores comerciais para chegar a situação de um verdadeiro caos econômico que se anuncia.

Essa possibilidade não é exequível. Por outro lado, o distanciamento social e medidas de proteção podem retardar e reduzir o pico da prevalência epidêmica e também diminuir significativamente o numero total de doentes.

Como funciona as barreiras em uma cidade ?

Barreira Sanitária: Prefeitura inicia série de blitz para monitoramento de  sintomas e combate ao Coronavírus (Covid-19) – Prefeitura de Marechal  Deodoro

Em cada barreira educativa tem um profissional de saúde com termômetro digital para aferir a temperatura dos cidadãos.⁣ Constatada temperatura a partir de 37,8º o indivíduo, por precaução é encaminhado para a unidade de saúde mais próxima. Todos os veículos são desinfetados por meio de uma solução de cloro diluído em água e aplicada, principalmente, nos pneus. Os passageiros, caso não tenham máscaras de proteção individual, os profissionais de saúde entregam gratuitamente o EPI para os cidadãos evitarem contaminação pela COVID-19. Álcool em geral também é disponível para higienização da população.⁣

 Barreira sanitária em Curionópolis

A iniciativa tem o objetivo de reforçar a prevenção contra o novo Coronavírus no município e orientar a população sobre os cuidados necessários, como o uso regular de máscaras, de álcool em gel, de sair de casa apenas em situações de extrema necessidade evitando, principalmente, aglomerações nas ruas do município.⁣

Dentre várias ações de prevenção contra a COVID-19, o Governo Municipal também tem o obrigação e exigir a reorganização nas filas das agências bancárias que infelizmente se aglomeram principalmente na avenida Sampaio Vidal, sem qualquer providência. Solicitar, nem que seja por força de lei municipal que as agências providenciem tendas, grids e marcações no chão que sinalizam o distanciamento necessário de uma pessoa para a outra, no objetivo de evitar aglomerações de pessoas, e em caso de desobediência, efetuar multa as agências infratoras.

PORQUÊ PAROU ? PAROU PORQUE ? : Higienização de ambientes, ruas e logradouros públicos reforçam o combate ao coronavírus.

A higienização de áreas com grande fluxo de pessoas é mais uma ação de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus e suas variantes que já estão agindo em algumas cidades de nossa região. O trabalho dever ser realizado com utilização de um caminhão-pipa, com capacidade para armazenar pelo menos 10 mil litros de água. E olha que já tem cidade realizando pulverização.

O alvo da desinfecção são principalmente ruas e calçadas em frente a hospitais, bancos, supermercados, estabelecimentos comerciais maiores e nos corredores de trânsito mais movimentados da cidade e claro, os terminais urbano e rodoviário da cidade. Depois de realizadas as feiras, os espaços também devem ser higienizados. A execução é preferencialmente nos finais de semana e depois do expediente comercial, em razão da redução do fluxo de pessoas e veículos.

No entanto, a orientação é que o trabalho seja feito com muito cuidado, para evitar atingir veículos, estruturas de alumínio ou outros materiais que possam ser danificados pela ação do cloro. Do ponto de vista ambiental, a informação “técnica embasada” é de que o cloro é volátil, ou seja, evapora logo depois que seca. Assim, não sobra resíduo que possa ser carregado pela chuva para os cursos d’água.

Trabalho de higienização é realizado em via pública de Parauapebas

Em Marília, por sugestão do ex- prefeito Tato Ambrósio, a ação chegou até ocorrer, mas, infelizmente já não se tem noticias a respeito da realização de tão importante medida preventiva e higiênica.

Transporte público não é vetor do coronavírus, mas, aglomeração sim.

Temos visto nos últimos dias alguns mms e vídeos rodando na internet, questionando por que não se pode fazer “aglomeração” em casa, em festas privadas ou clandestinas, e no “transporte coletivo” pode.

A resposta é porquê não são a mesma coisa, por mais que esta afirmação possa parecer contrária ao senso comum, e fazer afirmações baseadas apenas no senso comum e não em estudos qualificados, pelos menos referente a esta pandemia, pode ter alta margem de erro. O que falta em Marília é fiscalização e multa em caso de desrespeito a exemplo do que já ocorreu na cidade de Maringá (PR). Excesso de passageiros sim, pode provocar contágio.

O problema se agrava quando muitos da imprensa continuam dando voz a tais afirmações, ao invés de respaldarem seu ponto de vista em estudos científicos e trabalhos confiáveis realizados em diversos lugares do mundo, inclusive no Brasil, que tratam do assunto. Mas emitir opinião pelo senso comum, sempre é mais fácil do que a pesquisa e o estudo.

Vamos a priori analisar uma das constatações do inquérito sorológico da capital paulista, realizado pela Prefeitura de São Paulo em parceria com a USP (Universidade de São Paulo), apresentado em Fevereiro/21, sobre o risco de pegar a covid-19 na cidade de São Paulo no transporte público:

  • Entre os que saem para atividades não essenciais, como lazer, bares e restaurantes, a taxa de prevalência é de 19,2% (sem restrição alguma).
  • saindo para trabalhar ou para outras atividades essenciais, seja de carro e transporte público (ônibus, trens e metrô), a taxa de prevalência é de 13,6%
  • Ficar em casa ainda é mais seguro, mas não muito mais do que em relação a quem trabalha: a prevalência é de 11,4%

“O risco de contágio é maior em aniversário com aglomerações do que no transporte público. No aniversário você tem tempo de exposição maior e tem aglomerações de pessoas com faixas etárias diferentes. E com muita informalidade. Todos conhecemos histórias de quem foi em festas e depois apareceram 3 ou 4 pessoas contagiadas. No transporte público é mais difícil definir isso, mas lá tem protocolo, tem máscara e as pessoas estão pensando no vírus”.

Outro ponto importante a se destacar, que demostra que o Transporte Coletivo não é um vetor de transmissão como alguns pensam, é o fato de que o índice de contaminados pela covid- 19 entre os funcionários do sistemas de transportes coletivos, via de regra, tem sido expressivamente menor do que a média da população da cidade.

Decreto determina multas para quem não usar máscara em SC. Fiscalizações são realizadas

A grande questão é a falta de regras por parte da prefeitura municipal limitando o número de passageiros, exigindo álcool gel no interior dos ônibus e no terminal e principalmente cobrando a higienizações dos carros que já não ocorrem conforme acordo realizado anteriormente.

Enfim, meus amigos e amigas, leitores e leitoras do JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA. Além de informar, nossa visão de jornalismo imparcial e independente é também opinar para buscarmos soluções. Reiteramos aqui, que, o importante é salvar vidas, mas, para isso, não se faz necessário sepultar empresas e empregos. Na atual conjuntura, o que se faz necessário são ações da administração municipal para se prevenir o que está por vir.

Uma força tarefa envolvendo agentes comunitários de saúde, juntamente com pessoas que ocupam cargos comissionados, juntamente com jovens heróis do tiro de guerra, policia militar e outros poderia, ao nosso humilde entendimento, contribuir para que à partir de maio não venha a se estourar de uma vez o colapso geral na cidade de Marília. Oremos e torcemos.

DIRETO DA REDAÇÃO

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.