Quando chega o fim ou o meio do ano letivo, as crianças ficam na expectativa pelas tão aguardadas férias escolares. E essa expectativa não é à toa: além de dormir mais tarde e poder brincar com os amigos, elas não precisam se preocupar com as atividades educacionais. 

Além do descanso merecido após uma rotina cansativa — tanto para os alunos quanto para as famílias —, esse período pode ajudar a desenvolver habilidades cognitivas, sociais e emocionais importantes. Afinal, o aluno não aprende apenas quando está na escola. 

Quer entender melhor o tema? Continue a leitura deste post e saiba como a escola pode influenciar o desenvolvimento dos alunos durante as férias.

Para as famílias que possuem crianças e adolescentes, o mês de julho é marcado pelas férias escolares. No entanto, o período que é considerado de alívio e entretenimento para muitos pequenos que aproveitam a folga dos estudos, as férias também são consideradas um desafio para muitos pais e responsáveis, uma vez que precisam pensar em maneiras de ocupar o tempo livre das crianças de forma que não fiquem ociosas e continuem aprendendo — característica fundamental para a faixa etária.  

Confira 3 benefícios das férias escolares para as crianças

Uma criança em pleno desenvolvimento não aprende apenas quando está em sala de aula. Como você vai ver a seguir, as férias escolares também servem para estimular diversas habilidades atreladas ao lado social dos pequenos!  

Estreita os laços familiares 

Com mais tempo em casa, as férias escolares são ótimas para que a criança passe mais tempo com a família e reforce os laços com o núcleo familiar durante os momentos de lazer. Por isso, a escola precisa reforçar a importância dos pais e responsáveis participarem ativamente do recesso dos alunos.

Sabemos que alguns pais e responsáveis não conseguem conciliar as férias do trabalho com o recesso dos filhos. Mas é importante que a família reserve um tempo para realizar atividades prazerosas com a criança, mesmo que seja no fim do dia ou nos finais de semana. 

Ademais, essa é uma ótima oportunidade para a criança visitar familiares que não costumam ter muito contato no decorrer do ano, como tios, avó e primos. A família exerce um grande papel no desenvolvimento da criança, e é fundamental que essa relação seja a mais saudável possível. 

Melhora o bem-estar e a saúde mental das crianças

A rotina escolar é benéfica para estimular a responsabilidade e autonomia nas crianças, mas também é fundamental dar uma pausa nos horários rígidos para acordar e dormir, nos estudos e nas atividades escolares.

Os adultos não são os únicos a experimentar cansaço e ansiedade, as crianças também podem ficar estressadas com as cobranças durante o ano letivo. As férias escolares fazem bem para a saúde mental dos pequenos porque contribuem para a manutenção do bem-estar. Inclusive, eles voltam mais dispostos para a escola. 

A criança precisa descansar durante o recesso, e isso significa não lotar a agenda com atividades o dia inteiro. As férias escolares servem justamente para que os pequenos explorem o mundo livremente e de forma relaxada, sem a rigidez e a pressão que acontecem no decorrer do ano letivo. 

Contribui para a socialização entre os pequenos  

Como as férias escolares costumam ocorrer na mesma época, a maioria das crianças passam o mesmo período sem responsabilidades escolares. Com isso, o aluno tem a possibilidade de estar em contato com amigos que estudam em outra instituição de ensino e, por falta de tempo, não podem ter muito contato durante o ano letivo. 

Em condomínios e parques públicos, por exemplo, é comum ver grupos de crianças brincando nas férias escolares. Isso colabora para a socialização da criança com outras pessoas da mesma idade, além de contribuir para o desenvolvimento de diversas habilidades socioemocionais.

As amizades são fundamentais para o desenvolvimento da criança, sobretudo quando elas são estimuladas desde cedo. Os pequenos são mais abertos a fazer amigos, e as férias escolares são ótimas oportunidades desse aluno conviver e interagir com pessoas da mesma faixa etária, ou com outros adultos de fora do núcleo familiar. 

Com o objetivo de ajudá-los a manter as crianças e os adolescentes entretidos em casa de forma que continuem se desenvolvendo, a Fundação Abrinq reuniu algumas dicas de atividades que, inclusive, podem ser realizadas em conjunto com todos os familiares. Confira todas:  

1. Crie um desafio da leitura 

Apesar de compor a rotina escolar das crianças e dos adolescentes, a leitura é uma prática que pode e deve ser estimulada no ambiente familiar e, ao contrário do que muitas pessoas pensam, para incentivar o gosto pela leitura não é necessário ter um amplo repertório. Basta ter interesse em explorar novas histórias ou relembrar e valorizar aquelas memórias dos livros lidos durante a infância e adolescência. 

Que tal propor um desafio durante as férias? 

Combine com a criança a leitura de um novo livro a cada período, por exemplo, uma semana e após o prazo estipulado converse sobre a história, os personagens e os aprendizados que ela adquiriu ao ler. 
O prazo pode ser adaptado de acordo com a faixa etária. Adolescentes podem ter um tempo menor para finalizar o livro do que as crianças. 

Principais benefícios: desenvolve a concentração, a memória, o raciocínio e a compreensão; estimula a linguagem oral; e amplia a capacidade criativa. 

2. Mantenha uma rotina de estudos 

Durante as férias? Isso mesmo! Manter uma rotina de estudos semelhante à da escola contribui para que a criança mantenha o seu constante aprendizado e até melhore o seu desempenho durante as aulas posteriormente. Aproveite para estimular que ela reveja as disciplinas mais difíceis ou aquela matéria que não entendeu direito e apresentou dificuldades.

Mas como fazer a criança se concentrar em casa? 

Estipule um horário diário para ser destinado aos estudos e, se possível, crie um ambiente que seja dedicado a ele, pode ser uma mesa no quarto ou em um canto da casa que não seja tão utilizado. Assim, a criança associa o local ao momento de aprendizado. Evite distrações como televisões ligadas ou celulares durante o período estipulado. Não esqueça de propor que a criança faça pequenas pausas para ir ao banheiro ou comer alguma coisa, dessa forma, ela não fica cansada e mantém a rotina semelhante a escolar.      

Principais benefícios: melhora o desempenho em matérias mais difíceis; mantém o ritmo da escola e não sente a mudança de rotina na pausa e retorno às aulas; e evita o desestímulo aos estudos quando as férias acabarem. 

3. Faça uma sessão de filmes 

Por que não incluir o audiovisual como uma estratégia de entretenimento e aprendizado? 

Os filmes podem ser fortes aliados quando o assunto é estimular a escuta, o vocabulário e até a habilidade de compreender os sentimentos e as emoções, tendo em vista que, ao assistir algum filme, a criança relaciona as próprias vivências com as apresentadas pela narrativa. 

Como usar os filmes a favor das crianças? 

Combine de assistir um filme por dia ou fazer uma sessão durante o fim de semana e, após a exibição, pergunte o que a criança entendeu da narrativa e qual era a mensagem principal de cada história. Sempre que necessário, esclareça as dúvidas e proponha novas reflexões sobre o enredo. Refaça esse exercício a cada novo longa-metragem assistido.  

Atenção: fique de olho na classificação etária de cada filme! 

Principais benefícios: melhora a capacidade de observação e de julgamento; estimula a sensibilidade; e desenvolve a experiência estética.  

4. Incentive novas habilidades 

As férias escolares podem ser ótimas para descobrir e explorar novas habilidades. Que tal envolver as crianças e os adolescentes em alguma atividade culinária ou propor que redecorem algum objeto da casa? 
A proposta pode ser uma oportunidade de descobrir o que a criança ou o adolescente gosta ou não de fazer e até motivá-lo a sempre vivenciar novos desafios. 

Veja dois exemplos para começar:

Peça para que eles proponham alguma receita nova e te ajudem, de acordo com a idade, a preparar um novo prato para o almoço ou jantar. Durante o preparo da refeição, explique a importância e os benefícios dos ingredientes escolhidos para a composição do alimento final e até mesmo para a saúde, como no caso das verduras, hortaliças, proteína, entre outros. 

Se a cozinha não for uma boa ideia para envolvê-los, você pode aproveitar aquele objeto que já está antigo ou prestes a ser descartado para distrai-los. Que tal propor que a criança ou o adolescente pense em uma nova funcionalidade ou estética para ele? Jarros podem se tornar recipientes para plantas, garrafas pet e tampas plásticas podem virar objetos de decoração, como cortinas para a cozinha, porta temperos ou o que a imaginação dos pequenos sugerir. 

Principais benefícios: estimula a criatividade e a imaginação; fortalece o vínculo familiar ao realizar as atividades em conjunto; e testa novos desafios e talentos. 

5. Explore novas brincadeiras 

Não existe férias escolares sem brincadeira ou, pelo menos, não deveria existir. Aproveite o tempo livre da criança para conhecer e testar brincadeiras e jogos que não estão inseridos no dia a dia. Veja algumas sugestões:

Boliche de Quintal: com algumas garrafas pet, durex colorido, areia e bola, é possível organizar uma disputa de boliche entre a família. A brincadeira é recomendada para crianças a partir de 2 anos. 

Passo 1: faça algumas tiras horizontais com o durex colorido e cole ao redor das garrafas; 
Passo 2: depois de colar o durex, coloque alguns dedos de areia dentro de cada garrafa e tampe. Isso ajudará a mantê-la em pé e deixará o jogo mais desafiador. 
Passo 3: por último, basta enfileirar as garrafas formando um triângulo e, pronto, já está pronto para começar a competição. 

Caixa de Segredos: com uma caixa média de papelão, tesoura sem ponta, pano e objetos que não são cortantes ou pontudos, é possível criar uma ótima brincadeira de adivinhação. Esta brincadeira é recomendada para crianças a partir de 4 anos.

Passo 1: pegue a caixa de papelão e recorte dois buracos no fundo, de modo a caberem dois punhos de criança ou adulto. Vire a caixa com os buracos direcionados para quem irá participar do jogo e cubra-os com um pano. 
Passo 2: peça para a pessoa virar de costas e coloque um item já selecionado dentro da caixa. Para facilitar, você pode ter consigo todos os itens que irá utilizar dentro de outra caixa ou saco de pano. 
Passo 3: agora é só convidar o primeiro jogador para adivinhar com as mãos o que está dentro da caixa, mantendo sempre o pano por cima para ajudar a esconder todas as frestas. 

Atenção: lembre-se de adaptar o objeto para a idade da criança, de forma que seja possível acertar e saber o nome do que está sendo adivinhado. 

Principais benefícios: desenvolve imaginação e as capacidades sensoriais; aguça a curiosidade; estimula a linguagem; exercita a proximidade; e ajuda a construir um ambiente familiar de confiança. 

Como lidar com as crianças no condomínio neste período?

As férias escolares são o período do ano mais esperado pelas crianças, pois ficam livres para descansar e brincar por aí. Por outro lado é o momento aonde pais e responsáveis se preocupam o dobro para divertir a criança, e se tratando de condomínios, razão de muita dor de cabeça para o síndico.

Mas o condomínio não precisa encarar essa época como um bicho de sete cabeças. Pelo contrário, dá para ser benéfico para todos os envolvidos, seja gestão, crianças ou pais.

A diversão começa dentro de casa, mas logo pode se estender para a rua. Para as crianças que moram em condomínios, são as áreas comuns e de lazer os grandes atrativos.

E aí começam as preocupações para o síndico, pois aumenta a circulação de crianças pelo condomínio. Podemos citar algumas:
– Barulho;
– Riscos de acidentes nas áreas comuns e responsabilização;
– Bagunça ou deterioração do prédio;
– Entre outros.

São consequências das brincadeiras e tal como assegura o art. 16o do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, Lei 8.069), esse é um direito delas: O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

I – ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários ressalvados as restrições legais; IV – brincar, praticar esportes e divertir-se; V – participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

Existem algumas medidas para impedir que esses problemas ocorram. Porém, proibir as crianças de brincar ou fazer qualquer ruído como rir, em qualquer horário ou local no condomínio, são práticas que podem contrariar a ECA, e nesses casos, o estatuto poderá ser usado para um processo judicial contra o condomínio. Por isso, o síndico deve buscar outras formas de se prevenir.

Integridade física da criança:
De quem é a responsabilidade em acidentes?

O condomínio possui ambientes restritos e/ou perigosos para as crianças. Eles devem ser evitados ou frequentados com a supervisão de algum adulto responsável, como:
– Piscinas;
– Escadas;
– Elevadores;
– Sala com instalações elétricas;
– Garagens;
– Casa de máquinas;
– Caixas d’água e coberturas;
– Entre outros.

Recreação no condomínio:
Alternativa para a boa convivência nas férias.

Muitas vezes, impor regras, aplicar multas e enviar comunicados de conscientização podem ser ações ineficientes ou demoradas para o síndico controlar as crianças durante o recesso escolar.

Uma saída mais rápida seria estimular brincadeiras para as crianças do condomínio. O próprio síndico e moradores podem organizar algo simples como:
– Gincanas;
– Caça ao tesouro no playground;
– Competições nas quadras (futebol, balé, jogos na quadra, vôlei, queimada);
– Siga o mestre;
– Esconde-esconde;
– Piscina de bolinha;
– Rodas de leitura no jardim;
– Criar uma biblioteca com livros doados pelos moradores;
– Utilize parte da academia para espalhar jogos de tabuleiro, quebra-cabeça, bonecas e carrinhos;
– Organize um teatro infantil;
– Monte uma horta; Etc.

No entanto, cabe ao gestor do condomínio zelar pela manutenção das áreas comuns e pelo funcionamento adequado das mesmas. Caso confirmada negligência ou omissão com a conservação e segurança dos ambientes, o síndico pode ser responsabilizado civil e criminalmente pelo acidente de uma criança no condomínio.

Exceto nesses casos, a responsabilidade legal é sempre dos pais ou tutores. Sendo assim, as crianças não podem andar desacompanhadas, em especial os menores de 10 anos.

DIRETO DO PLANTÃO DE NOTÍCIAS

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.