Antes de iniciar a matéria, é preciso deixar bem claro que o JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA, NÃO É CONTRA a implantação de um novo modelo de gestão para o MAC (Marília Atlético Clube), nos moldes de outros tantos clubes que estão adotando a nova fórmula, APENAS se posiciona contra a maneira como tudo está acontecendo. O silêncio e a falta de informações mais precisas está levando todos aos mais diversos tipos de interpretação.

A convocação ocorreu na última terça-feira (14) quando o prefeito Daniel Alonso, mediante publicação em veículo de comunicação impressa, tornou pública a convocação do Conselho Deliberativo do Clube para uma assembleia-geral em caráter extraordinário, sendo em primeira chamada às 17h40 e em segunda chamada às 18h, coincidentemente no mesmo horário da sessão camarária.

Para começar, no referido edital, não se menciona a transformação do clube em SAF (Sociedade Anônima de Futebol), mas sim, os termos “Reestruturação empresarial do Marília Atlético Clube” e “Deliberação do Instrumento Legal de Reestruturação Empresarial”, que pode também se entender como CLUBE EMPRESA, onde o comando seria alterado conforme o que explicaremos à frente desta importante matéria.

Neste final de semana prolongado, a reportagem do JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA esteve visitando e prestigiando as finais dos campeonatos amadores da cidade e posteriormente nas feiras municipais (centro e zona sul), para degustar um pastel e claro, ouvir torcedores.

Nos locais em que estivemos presentes, ouvimos de forma descompromissada e alietoriamente em torno de 20 torcedores do Tigrão e POR INCRÍVEL QUE PAREÇA as perguntas e dúvidas pairam sobre os mesmos pontos que elencamos logo a frente, pois antes se faz necessário entender o que é SAF.

O que é SAF? Entenda formato que mudou o futebol brasileiro

A Sociedade Anônima do Futebol (SAF) é um tipo específico de empresa, criado pelo Congresso em 6 de agosto de 2021, por meio da Lei 14.193/2021. A legislação estimula que clubes de futebol migrem da associação civil sem fins lucrativos para a empresarial. A Lei da SAF, como ficou conhecida, incentiva a mudança para este formato de clube-empresa, que dispõe de normas de governança, controle e meios de financiamento específicos para a atividade do futebol.

Clubes podem ser fundados diretamente com essa estrutura, podem ser convertidos de associação civil para SAF ou podem fazer a cisão de seu departamento de futebol, com a transferência de todos os ativos relacionados à atividade futebolística para a empresa.

Uma vez que a companhia é constituída, é possível vender parte majoritária, minoritária ou todo seu capital para um novo proprietário. John Textor, Ronaldo Fenômeno e 777 Partners foram os primeiros casos de grande repercussão, respectivamente com Botafogo, Cruzeiro e Vasco.

Será que SAF seria a solução para o MAC?

Sem querer “melar” a assembleia e tampouco criar uma polêmica, compete, como é do perfil do JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA, ser imparcial e independente para opinar e mostrar o outro lado da moeda, afinal somos defensores da transparência para com o munícipe.

Portanto, não se iludam. A SAF traz oportunidades para que haja mudanças na estrutura do futebol, e a possibilidade dos clubes serem mais organizados. Além disso, a SAF abre portas para novas oportunidades de mercados, principalmente por ser um modelo comum fora do Brasil. Com isso, é possível haver com mais facilidade a internacionalização dos clubes, com venda de produtos e até abertura de escolinhas. 

Apesar de haver certa euforia com a aprovação da SAF, o modelo não é a solução para os clubes serem vitoriosos. A lei é um meio para que os clubes consigam se reestruturar, porém, não vai mudar do dia para a noite. O primeiro passo para dar certo no Brasil são os gestores mudarem a mentalidade e abrirem mão da maior parte do clube.

O investidor tratará o clube como uma empresa, portanto buscará no mercado profissionais capacitados para gerir todas as áreas, A profissionalização do futebol, governança e gestão são os principais pilares para a mudança de um time, sendo ele associativo ou empresa. 

Entretanto, esse modelo não é garantia de sucesso, uma empresa mal gerida também acumula dívidas e inclusive pode levar à falência. Assim como a SAF, o modelo associativo com uma gestão séria, também pode gerar bons resultados dentro e fora de campo. Uma outra alternativa é o CLUBE EMPRESA, que veremos logo a seguir, podendo se tornar também uma alternativa, mediante ao que consta no edital.

Qual a diferença entre SAF e Clube-Empresa?

Ao se transformar em Sociedade Anônima do Futebol o clube passa automaticamente a ser clube-empresa, porém um clube-empresa não necessariamente é SAF. Alguns clubes do Brasil já seguiam o modelo de clube-empresa mesmo antes da aprovação da Lei da SAF. 

Veja alguns exemplos de clube-empresa que já existiam no Brasil:

  • Red Bull Bragantino– desde 2019 o time de Bragança Paulista-SP passou a receber investimentos da marca de energéticos. A parceria vem rendendo bons frutos para ambos os lados. No mesmo ano em que a parceria começou, o time paulista conquistou a Série B do campeonato brasileiro. Em 2021 foi vice-campeão da Copa Sul-Americana, e ficou em 6º lugar na Série A do Brasileirão, conquistando vaga na Libertadores. Um ponto de destaque dessa parceria é que apesar da marca possuir grande poder aquisitivo, não faz altíssimos investimentos em jogadores. O clube prefere investir menos em jogadores mais jovens para revender depois ou transferir para clubes da mesma franquia. Além de oferecer diversas experiências aos sócios fazendo conexões com outras modalidades que também fazem parte do investimento da Red Bull.
  • Cuiabá – o time mato-grossense é gerenciado pela família Dresch desde 2009, que segue administrando o clube recebendo investimentos da Drebor. Empresa da própria família Dresch, que no clube optou por utilizar uma estrutura diferente em alguns setores. O clube não possui cargo de Diretor de Futebol, ele foi substituído pelo departamento de mercado, para observar e contratar jogadores. O Cuiabá possui 21 anos de existência e em 2020 subiu pela primeira vez para a elite do campeonato brasileiro. Em 2021, fez um bom campeonato e permaneceu na primeira divisão e neste ano faz uma campanha invejável com excelentes resultados e com grandes nomes em seu elenco.

Por fim, as punições esportivas permanecem as mesmas, pode haver perda de direito de contratar, de pontos ou de mando de campo. A gestão e o profissionalismo são sempre a solução para os times e gestores, seja como SAF ou associativo. 

81 ANOS: A decisão mais importante da história do clube, que pode impactar toda a cidade.

Marília é uma cidade sem opções de lazer aos finais de semana, onde a única atração é justamente o futebol, seja ele o profissional através do alvi-celeste ou do movimentado futebol amador, onde aproveitamos a oportunidade para parabenizar as equipes do Jd. Marajó pela conquista do título da segunda divisão e do Azaléia pela conquista da taça cidade de Marília.

Se não tem como ir aos gramados, o mariliense que antes acompanhava os passos do tigrão no famoso radinho de pilha com Osmar Santos, Dirceu Maravilha, Volney Alonso e tantos outros, hoje não perde um lance através das redes sociais com a revelação Ednelson Cunha, com Luis Carlos Ribeiro ou ainda Cléber Lima. O torcedor maqueano é fanático e ponto final.

Mediante ao exposto, vem o questionamento; “em que momento o torcedor foi lembrando, antes de se realizar a reunião ou assembleia, como queiram os legalistas?

Não houve um debate com o principal envolvido em tudo isto que é justamente o torcedor. Não chamaram as torcidas organizadas e pior que isto, evitaram discutir com a sociedade a respeito do assunto. O mesmo modelo ditatorial da fracassada administração Daniel Alonso e Cicero do Ceasa, é seguida a risca na direção do MAC. Decisão de cima para baixo para enfiar goela abaixo na garganta da torcida.

Quem tem direito a votar nesta decisão entre quatro paredes sem a presença dos torcedores

Embora haja um silêncio sobre o que realmente vai acontecer, o que nos impede de afirmar alguma coisa de forma concreta, paira no ar a desconfiança da população por uma fala do próprio empresário que hoje é o prefeito Daniel Alonso, proferida no ano de 2012, quando se referia a concessão, privatização ou venda como indícios de corrupção.

A administração que antes condenava, tomou como regra abrir mão de setores vitais da cidade, se não vejamos; mantida a terceirização dos PSF’s e da UPA-Norte, concessão do serviço de zona azul, terceirização do SAMU e agora a terceirização da limpeza das escolas, fora outros. O que ninguém espera é que até o futebol entre na lista.

Em nossa humilde visão, esta é uma decisão que não deveria ser tomada entre quatro paredes refrigeradas com água gelada e café quente, mas sim no estádio do Abreuzão com a presença da torcida. TRANSPARÊNCIA É O ESSENCIAL PARA O SUCESSO DE UMA PARCERIA COM OS TORCEDORES.

Porém, como isto não irá acontecer, nossa reportagem foi a campo e conseguiu apurar quem são os conselheiros que estão aptos a decidir os rumos do Marília Atlético Clube. Podemos antecipar que os principais são homens de confiança do prefeito Daniel Alonso, ou seja; assim como funciona na câmara, são votos certos como favoráveis a decisão, seja ela qual for, desde que, esteja ao contento com o patrão. CONFIRA COM EXCLUSIVIDADE OS CONSELHEIROS QUE PODERÃO VOTAR NESTE ASSEMBLEIA.

  • Jair Cândido da Silva (Jairzinho)- Ex-bancário e presidente do Conselho
  • Daniel Alonso (prefeito)-
  • Valdeci Folgaça (vice e atual presdente da Emdurb
  • Márcio Spósito (ex-chefe de gabinete e atual secretário de meio ambiente)
  • Dr. Alexandre Sala (advogado)
  • Dr Antonio Abadla (Ica)- Farmacêutico
  • Antonio Carlos Sojinha (advogado)
  • Archibaldo Eustáquio (Bado) – representante comercial
  • Drº Cláudio Pinha Goes (delegado de Polícia aposentado)
  • Edson Rodrigues (Anestesista)
  • Eduardo Nascimento (vereador)
  • Gervásio Ferreira (comerciante)
  • José Luiz Todeschini (supervisor do clube)
  • Roberto Acácio OLiveiros (empresário)
  • Valter Cavina (empresário)
  • Vinícius Rezende (advogado)
  • Wilson Jinno (dentista)

É pelas mãos destas pessoas, que sairá a decisão mais importante da história do escrete azul e branco. Seja como SAF ou como Clube-Empresa, será uma decisão que não pode ser apreciada a toque de caixa, mas com critérios a serem tecnicamente analisados. CONFIRA ABAIXO AS PRINCIPAIS DÚVIDAS DOS TORCEDORES OUVIDOS PELA NOSSA REPORTAGEM;

  • O Estádio Bento de Abreu é municipal. Caso ocorra uma venda, o time se tornará particular e com isto a prefeitura não poderá ceder para uso do mesmo, com risco de cair na improbidade administrativa para o prefeito que estiver no cargo. Os compradores irão construir um novo estádio ou a administração municipal após as reformas realizadas irá ceder, ou vender em pacote fechado? Isto pode?
  • Caso ocorra a venda, o dinheiro arrecadado será administrado por quem?
  • Como ficarão as pendências financeiras do clube, principalmente com ex-atletas?
  • Por que não realizaram um plebiscito com os torcedores?
  • Qual o motivo da preocupação justamente agora, visto que as pendências sempre existiram, desde administrações anteriores?
  • O modelo SAF sugere 90% para a venda e 10% para o quadro associativo. Quantos associados o time tem e, por que eles também não foram convocados? Será realizada e respeitada esta reserva percentual para o torcedor associado?
  • Por que somente agora às vésperas de ano eleitoral?
  • Quem são os interessados e quais os valores da negociação?
  • Será montada uma comissão à parte para acompanhar todo o processo, composta por representantes do Ministério Público, Câmara de Vereadores, Oab, das torcidas e outras autoridades?
  • Com o entrave do estádio, a torcida não corre o risco de acontecer o mesmo que ocorreu com o time do Oeste de Itápolis, que pertence à família Freitas e por uma questão de logística manda os seus jogos na cidade de Barueri, menosprezando os torcedores?
Irmãos freitas que foram técnicos do time do Oeste são filhos do dono, Cidão Freitas

EXCLUSIVO: Entre os interessados na compra do time, estaria um grupo do Oriente Médio, disposto a pagar um rio de dinheiro para comandar os rumos do Tigrão

A decisão é séria e com certeza os frutos serão colhidos lá na frente. Uma coisa é certa, seja maléfica ou benéfica, não haverá tempo para arrependimentos. Ao conversar com cada torcedor, seja no estádio do Mineirão, na feira da Sampaio Vidal ou na feirinha da zona sul, a preocupação é latente em cada fala. O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

Em conversas realizadas com alguns contatos e fontes que não podemos revelar, fomos informados de que; existem dois grupos interessados, porém, um deles seria do Oriente Médio e estaria sendo intermediado por um empresário hoje residente em Marília. Os mesmos desembarcariam na cidade com as malas lotadas de dinheiro prontos para fechar o negócio.

Resta agora aguardar o desfecho final, visto que só saberemos da decisão aprovada pelos conselheiros, sem qualquer exercício da democracia esportiva e mais; DE UMA SATISFAÇÃO PARA O MARILIENSE. Este é o estilo Daniel Alonso e sua equipe de governar a cidade, que um dia foi sua, foi minha, FOI DE TODOS.

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