O ex-ministro José Dirceu, principal aliado de Lula no primeiro mandato do petista, disse não subestimar uma eventual candidatura da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) à Presidência em 2026. Condenado pela Lava Jato, Dirceu defendeu a reeleição de Lula no lugar de uma eventual candidatura do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e falou que “um projeto de poder de 12 anos viável” para o PT.

“Muitas vezes, se fala que ela pode ser candidata no lugar do Bolsonaro. Eu não subestimaria a Michelle como candidata, porque o bolsonarismo é uma força. O Bolsonaro elegeu senadores, o Tarcísio foi eleito em São Paulo”, disse Dirceu em entrevista à CNN Brasil.

José Dirceu sai da toca

Depois de quase duas décadas de ostracismo, José Dirceu também voltou. Reportagem da revista Crusoé assinada por Carlos Graieb mostra como o petista, que tem condenações a quase 42 anos de cadeia, sobretudo por crimes de corrupção, trabalha para recobrar protagonismo no PT e visibilidade política. Desde que o Supremo Tribunal Federal passou a desmontar a Lava Jato, Dirceu recobrou o ânimo.

“Ainda no começo de 2022, seus advogados começaram a explorar a possibilidade de estender a ele os mesmos resultados obtidos por Lula contra a operação – ou seja, a anulação de todos os atos processuais presididos por Sérgio Moro, quando juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba. Mas foi só na semana passada que uma petição com esse objetivo foi encaminhada ao ministro Gilmar Mendes, um dos mais ativos operários do serviço de demolição do STF. Segundo os advogados, o pobre José Dirceu precisa ser exonerado de culpa, pois foi apenas ‘um degrau a ser necessariamente sobrepujado para se alcançar o então ex-presidente’ – ou seja, o pobre Lula. Esses profissionais experientes têm antenas bem treinadas para captar os sinais favoráveis do meio político e, sobretudo, da corte suprema, esse mundo mágico onde o garantismo penal seletivo pode converter em pó, de uma hora para outra, a pilha de provas que existem contra Dirceu no mundo real.

Enquanto essa movimentação jurídica acontece, é possível ver Dirceu ocupando espaço na imprensa para falar sobre política. Difícil acreditar que não seja um trabalho coordenado de relações-públicas. Nesta quarta-feira, 17, ele fez saber que abençoa o retorno de Marta Suplicy ao PT, para figurar como vice na chapa à prefeitura de São Paulo que terá o psolista Guilherme Boulos como titular. Dirceu tem dividido o tempo entre Brasília e São Paulo e pretende trabalhar ativamente nos bastidores da campanha paulistana.”

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