SIMPLESMENTE DEPRIMENTE. A sessão camarária realizada no dia de ontem, quarta feira (3 ) que será lembrada ao longo dos anos e da carreira de todos os servidores públicos municipais de Marília. Pela força bruta, truculência e atitudes anti democráticas que para os antigos, relembrou os dolorosos tempos da opressão e repressão vivida em tempos não tão distantes assim, aqui mesmo na cidade.

Enfim, ganhou o poderoso sistema e perderam mais uma vez a classe que cumpriu o seu papel, mas, que infelizmente irá pagar a conta da irresponsabilidade dos administradores, que por sinal, não fizeram a lição de casa e praticamente destruíram o Instituto de Previdência dos Servidores Públicos Municipais de Marília.

Em síntese, compreende-se que a casa do povo, realmente é apenas um rótulo utilizado em campanhas eleitorais. Os oprimidos, neste caso, os servidores públicos municipais, são impedidos de se manifestar e pior que isso é a arrogância e a prepotência que impede sequer a realização de uma etapa de diálogo. Mais uma vez, fica evidenciado um desgoverno, que acima de tudo é impopular e o mais grave, anti democrático e insensível as causas da classe trabalhadora.

Os pupilos do poder que decretaram a derrota dos servidores.

O rito da sessão seguiu “aparentemente” normal desde o inicio, embora a mobilização de servidores começasse a ser percebida nas movimentações durante expediente normal. Apesar dos cargos comissionados que ocuparam a galeria, um verdadeiro pelotão de servidores concursados acabou por invadir o recinto com faixas e cartazes, promovendo apitaço e palavras de ordem contra a aprovação do projeto a ser apreciado.

Entre as indicações e requerimentos, nenhuma novidade e, já no inicio do pequeno expediente o principio do tumulto com manifestações dos servidores e a questionável condução dos trabalhos. Na ordem do dia, passou como pano de fundo mais um pedido de vistas das contas do ex prefeito Camarinha nas gestões 2003 e 2004, pois o que realmente importava era o projeto da reestruturação previdenciária dos quase 6 mil servidores públicos municipais. E aí, veio o que já havíamos antecipado em off para uma das novas diretoras do Sindimmar; “O sistema é bruto”.

Boa parte dos nobres edis foram eleitos com votos de servidores municipais e, que no mínimo deveriam lutar pela possibilidade de um diálogo nas negociações para a formatação do texto final do projeto. Porém, a realidade foi outra e, o que se viu, foi uma postura omissa aos interesses daqueles que se dedicam diariamente para manter a estrutura de atendimento a população mariliense nas mais diversas areas.

Requerimento n° 824-2021 do Vereador Ivan Negão - YouTube

Como de praxe, os vereadores Agente Federal Junior Féfin, Danilo da Saúde, Eduardo Nascimento e, de forma surpreendente Ivan Negão, foram solidários aos servidores se posicionando contrários à aprovação do texto como foi apresentado.

Discursos inflamados, emendas, tentativa de um pedido de vista por cinco dias e outros artifícios foram tentados, mas, nada disto sensibilizou a tropa de choque composta pelo presidente da Câmara, vereador Marcos Rezende e os demais 6 vereadores e 2 vereadoras. O texto foi aprovado na íntegra como foi enviado pelo gabinete do Prefeito Daniel Alonso.

Votação orquestrada desde o gabinete do executivo.

Antes da apreciação do projeto pelos nobres legisladores na chamada casa do povo, uma reunião, segundo fontes, teria ocorrido no gabinete da administração municipal, norteando os rumos da votação. Desta forma, não foi nenhuma surpresa o resultado de 9 votos favoráveis contra 4.

O projeto da maneira como foi apresentado no conhecido ‘GUELA ABAIXO” AUMENTA O TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E AO MESMO TEMPO O PERCENTUAL A SER PAGO PELO SERVIDOR SEM ESCALONAMENTO, sacrificando muitas áreas como professores e coletores de lixo. Porém, a posição da administração DANIEL ALONSO foi irreversível. A equipe econômica entendeu que a única maneira de conseguir reequilibrar as contas do IPREMM era da forma como foi proposto originalmente, ou seja; sem alterações. e PONTO FINAL.

Vale lembrar que, no dia 27 de outubro, a recém eleita nova diretoria do Sindimmar (Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos Municipais de Marília) se reuniu na sede do Ipremm (Instituto de Previdência do Município de Marília ) para deliberar uma pauta de negociações sobre a votação. O documento estaria propondo a retirada do projeto de reforma da Previdência da pauta da Câmara Municipal e a adoção de alíquotas progressivas, conforme a faixa salarial dos servidores, em uma tentativa de negociação que infelizmente não ocorreu.

Durante a reunião de uma forma justa e inteligente foi apresentada a proposta de alíquota progressiva, com índices que variam de 16% a 10%, conforme a faixa salarial. “Acima de R$ 9 mil, 16%; de 12 mil, 18% e para quem ganha mais de R$ 15 mil, 19%. A Prefeitura de Marília ficaria responsável pelo recolhimento de 28%”, destacava Vanilda, presidente eleita recentemente.

A única esperança

Nossa reportagem ainda na noite de ontem, tentou um contato com a nova diretoria do Sindimmar para se colher um posicionamento a respeito do ocorrido, no entanto, não obtivemos sucesso.

Na manhã desta quinta feira, em uma nova tentativa, conseguimos um contato com a tesoureira Keka Costa que lamentou os acontecimentos em desfavor ao funcionalismo municipal e declarou; “Em sinal de protesto, nós já decidimos ontem mesmo em assembleia. Nós aprovamos uma paralisação para o dia 12 ( sexta feira ) e iremos entrar com um pedido judicial para cancelar a sessão. Aconteceram muitas irregularidades no transcorrer do processo de votação e claro descumprimento ao regimento interno da casa. Com isso, esta será a nossa posição”, concluiu.

Do outro lado o presidente da Câmara Municipal de Marília, Marcos Rezende disse a um outro veículo de imprensa que vai “analisar, com calma e responsabilidade, todas as fotos, vídeos e manifestações” durante a turbulenta sessão dessa 4ª feira (3), para decidir providências. “Pretendemos identificar os responsáveis pela baderna e solicitar abertura de inquérito policial por dano ao patrimônio público”, acrescentou

A reportagem do JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA, passa a acompanhar de forma efetiva o caso e lamenta mais uma vez, o espírito anti democrático da administração municipal e dos senhores vereadores. Ao mesmo tempo, lamenta a truculência ocorrida e a falta de reconhecimento do servidor como colaborador e parceiro e não como um empecilho.

Respeitamos o trabalho da policia militar no desempenho das suas funções a qual foi convocada, no entanto, entendemos que faltou ao poder executivo e legislativo a compreensão de que “POLICIA É CONVOCADA PARA COMBATER BANDIDOS E CRIMINOSOS, E NÃO TRABALHADORES HONESTOS que APENAS lutavam pela manutenção de seus direitos com um GRITO DE MISERICÓRDIA de uma reunião de negociação. Parafraseando o grande Boris Casoy; ” ISTO É UMA VERGONHA”…..

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