O governo está tentando costurar acordos para emplacar nomes “de confiança” para a futura Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos do dia 8 de janeiro.

Os nomes preferidos para integrar o colegiado são dos senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL). O governo ainda estuda indica Humberto Costa (PT-SP) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Ambos integraram a mesa diretoria da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid no Senado, em 2021. Há possibilidade de um dos senadores ficar com a relatoria da CPMI caso o cargo de presidente do colegiado fique com a Câmara dos Deputados.

Antes contrário à CPMI proposta pela oposição sobre os atos de 8 de janeiro, agora o Executivo mudou de ideia e decidiu “apoiar” a comissão. No entanto, o Planalto busca estratégias para defender o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

A mudança de postura ocorreu nesta semana, depois que vieram à tona as imagens do então ministro-chefe do Gabinete de Segurança institucional (GSI), general Gonçalves Dias, circulando entre os manifestantes em 8 de janeiro.

O caso derrubou o ministro de Lula, homem considerado de confiança pelo presidente. Na sexta-feira 21, o general prestou depoimento à Polícia Federal.

PF vai ouvir 8 militares do GSI no domingo

Por ordem de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) ouvirá no domingo, 23, mais oito militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A informação foi divulgada por Igor Gadelha, colunista do site Metrópoles, neste sábado, 22.

Segundo a reportagem, os agentes também aparecem nas imagens do Palácio do Planalto em 8 de janeiro, dia dos atos de vandalismo das sedes dos Três Poderes.

Na sexta-feira 21, Moraes derrubou o sigilo de imagens das câmeras de segurança do Planalto. O ministro determinou que o GSI enviasse, em até 48 horas, as gravações dos atos do dia 8.

O relator do inquérito que apura as invasões ainda determinou que a PF realize depoimentos de todos os servidores do GSI que aparecem nas imagens para “aferição das condutas individuais”.

Na decisão, Moraes afirmou que as investigação também envolvem a identificacão e responsabilização das condutas de todos, inclusive agentes públicos, civis e militares, que na data ou depois, “comissiva ou omissivamente foram coniventes ou deixaram de exercer suas atribuições legais”.

Também na sexta-feira, Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do GSI, prestou depoimento durante cinco horas à PF. O militar aparece circulando nas dependências do Palácio do Planalto em 8 de janeiro, em imagens divulgadas pela CNN na última quarta-feira 18.

Moraes quebra sigilo de imagens do 8 de janeiro e manda PF ouvir agentes do GSI

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a quebra do sigilo das imagens do circuito interno do Palácio do Planalto em 8 de janeiro.

Na decisão desta sexta-feira, 21, o magistrado também pediu à Polícia Federal que ouça agentes e servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que estavam de plantão durante as manifestações que ocorreram nas sedes dos Três Poderes.

“Diante do exposto, determino a quebra do sigilo da divulgação das imagens do dia 08/01/2023, do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto em poder do GSI, com o envio a esta Suprema Corte, em 48 (quarenta e oito) horas, de TODO O MATERIAL EXISTENTE, observada a preservação integral das imagens, que será aferida em posterior perícia, para efeito de preservação da cadeia de custódia”, escreveu Moraes, na decisão.

Além disso, Moraes determinou que o ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, envie uma cópia integral do processo interno que apura a participação de agentes do GSI e a a conduta dos agentes públicos e militares envolvidos nos inquéritos.

A determinação ocorre depois da divulgação de imagens das câmeras internas do Palácio do Planalto, em que é possível ver o então ministro-chefe do GSI, Gonçalves Dias, em meio aos vândalos que depredaram o Palácio do Planalto.

As cenas detalham como o GSI agiu naquela tarde e levantaram suspeitas de colaboração e omissão das autoridades. Na ocasião, a sede do Supremo Tribunal Federal, a do Palácio do Planalto e a do Congresso Nacional foram invadidas

“Estou surpreso”, afirma general Dias, sobre declaração de Lula

O general Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do GSI, disse a Oeste que ficou “surpreso” com as declarações do presidente Lula sobre as imagens internas do Palácio do Planalto.

Conforme a imprensa, Lula disse aos seus outros ministros se sentiu traído ao ver as gravações de Dias circulando pelo local em 8 de janeiro, quando vândalos depredaram os prédios dos Três Poderes. Ao ser questionado sobre o assunto, o general respondeu: “A imprensa veicula o que quer”.

Segundo as reportagens, Lula teria pedido a Dias o acesso à câmera do circuito interno que estava posicionada no corredor que dá para o gabinete presidencial, no Planalto. No entanto, o então ministro teria alegado que a câmera estava quebrada e que, por isso, não havia imagens daquele local durante os atos de depredação do 8 de janeiro.

Oeste conversou com o ex-ministro na tarde de sexta-feira 21, e o questionou sobre a declaração do presidente. Ele disse estar “surpreso”.

Além disso, o ex-ministro contou que o governo sabia da presença dele no Planalto. Conforme ele, as imagens internas do local “são de sua central de monitoramento” — ou seja, do GSI. Desse modo, o governo já teria ciência da presença dele no local.

DIRETO DO PLANTÃO DE NOTÍCIAS COM INFORMAÇÕES DA OESTE

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