A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje (26/11) a Operação Cadeia Alimentar II, para apurar irregularidades em procedimentos licitatórios e desvio de verbas relacionados à compra de merenda escolar de aproximadamente 50 municípios do Estado de São Paulo/SP. A operação visa investigar a corrupção no fornecimento de merenda escolar a diversos municípios paulistas entre 2013 e 2017.

Pelo que apuramos e, conforme consta no site oficial da PF, Policiais federais deram cumprimento a 57 mandados de busca e apreensão e 27 mandados de prisão temporária,expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal de Ribeirão Preto/SP. Participam da ação mais de 240 policiais federais, Na lista oficial constam as seguintes cidades;

– Americana (3 mandados prisão e 3 busca/apreensão);

– Atibaia (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– Campinas (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– Cotia (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– Cubatão (1 mandado de prisão e 4 busca/apreensão);

– Franca (2 mandados de prisão e 3 busca/apreensão);

– Garça (1 mandado de busca/apreensão);

– Guarujá (2 mandados de busca/apreensão);

– Itapevi (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão)

– Jandira (1 busca/apreensão);

– Matão (1 mandado de prisão e 2 busca/apreensão);

– Orlândia (1 mandado de busca/apreeensão);

– Osasco (1 mandado de busca/apreensão);

– Paulínia (4 mandados de busca/apreensão);

– Praia Grande (2 mandados de busca/apreensão);

– Rio Claro (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– Santos (2 mandados de prisão e 2 busca/apreensão);

– São Carlos (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– São Joaquim da Barra (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– São José do Rio Preto (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– São Paulo (3 mandados de prisão e 8 busca/apreensão);

– São Roque (2 mandados de prisão e 3 busca/apreensão);

– São Vicente (2 mandados de prisão e 5 busca/apreensão);

– Sorocaba (1 mandado de prisão e 2 busca/apreensão);

– Sumaré (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– Taquaritinga (1 mandado de prisão e 3 busca/apreensão) e

– Votorantim (1 mandado de busca/apreensão).

As medidas executadas hoje visam coletar elementos que complementem as informações obtidas em colaboração premiada formalizada por dois investigados junto a Polícia Federal e Ministério Público Federal, após terem sido alvos na primeira fase da investigação (Operação Cadeia Alimentar – maio/2018).

Entre os alvos da operação estão empresários, lobistas, servidores e ex-servidores públicos, uma Vereadora, ex-Prefeitos, Secretários e ex-Secretários de Governo. Os mandados de buscas estão endereçados à residências, empresas, três prefeituras e uma Câmara dos Vereadores.

Noticias extra oficiais apontam a existência de irregularidades que estão sob investigação e abrangem contratos para fornecimento de alimentação escolar incluindo na cidade de Marília. O período citado abrange todo o governo de Vinicius Camarinha (PSB).A Policia Federal não divulgou nada sobre o andamento das investigações.

Pelo que foi apurado pela PF e MPF, o esquema era coordenado por um frigorífico chamado Mult Beef, com sede na cidade de Brodowski, e contava com o auxílio de outras firmas que funcionavam como ramificação dentro do próprio grupo.

Pelo levantamento realizado pela nossa reportagem a empresa Mult Beef fez negócios com Prefeitura de Marília nos anos de 2014 e 2016 na gestão do ex-prefeito e atual deputado estadual, Vinicius Camarinha. Na oportunidade, foram pagos em valor bruto, no total, cerca de R$ 1,8 milhão à referida empresa .

Ainda pelo levantamento realizado, as verbas saíram da Coordenadoria de Alimentação Escolar, Fundo Municipal de Assistência Social, Fundo Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Governo, Trabalho e Inclusão e Fundo Especial do Corpo de Bombeiros de Marília.

Os produtos comprados do frigorífico foram utilizados para consumo na merenda escolar, mas também em serviços especializados para pessoas em situação de rua, Centro de Referência de Assistência Social (Cras) serviço de saúde hospitalar e ambulatorial, no Centro Profissionalizante de Marília (Ceprom), atendimento à criança e ao adolescente e alimentação dos integrantes do Corpo de Bombeiros.


Não há informações sobre a relação da Prefeitura de Marília e outras firmas do mesmo grupo até o momento da publicação desta matéria. Também não foram divulgados mais detalhes de como Marília estaria de fato envolvida no esquema. Nossa reportagem continua acompanhando a operação e pode voltar a qualquer momento com mais informações.

Os investigados responderão, na medida de suas participações, pelos crime de organização criminosa (art. 2 da lei 12850/13), fraude à licitações (art. 90 da lei 8666/93), falsidade ideológica, corrupção ativa, prevaricação e corrupção passiva (artigos 299, 317, 319 e 333 do Código Penal) cujas penas, somadas, podem chegar a 28 anos de prisão.

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