O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que determinou ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para que ele apresente um parecer liberando pessoas já vacinadas ou que contraíram e se recuperaram da Covid-19 do uso obrigatório de máscaras. A declaração foi dada em um evento do Ministério do Turismo no Palácio do Planalto.

“Acabei de conversar com um tal de Queiroga. Não sei se vocês sabem quem é? O ministro da Saúde. E ele vai ultimar um parecer visando desobrigar o uso de máscaras por parte daqueles que estejam vacinados ou já foram contaminados. Para tirar esse símbolo que obviamente tem a sua utilidade para quem está infectado”, disse Bolsonaro.

O presidente insistiu também em questionar o número oficial de mortes por Covid-19 no Brasil com base em um levantamento que foi desmentido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e a defender a cloroquina como tratamento para a doença, o que não tem comprovação científica.

O presidente da República não detalhou como se dará essa “liberação”, já que não há norma federal obrigando o uso de máscaras pela população, mas sim decretos estaduais, municipais ou distritais.

Ainda não há também um posicionamento do ministro Queiroga, que nesta semana defendeu com afinco as medidas não farmacológicas para a contenção da pandemia, como o uso de máscaras, em seu segundo depoimento à CPI da Pandemia no Senado.

A medida contraria orientação da Organização Mundial da Saúde, para quem a liberação do uso de máscaras só pode ocorrer quando não há mais transmissão comunitária da doença. Além disso, contraria também a opinião de especialistas diante do alto número de casos, mortes e internações por Covid no País, e da lentidão da vacinação.
Até ontem, o Brasil somava 479.515 mortes e 17.122.877 milhões de casos de Covid-19 desde o início da pandemia. Na quarta-feira, foram registradas mais 2.723 e 85.748 novos casos.

Boletim da Fiocruz divulgado ontem aponta que o atual cenário da pandemia no Brasil é de “alto risco” e que pelo menos 20 Estados e o DF, além de 17 capitais, apresentam taxas de ocupação em hospitais iguais ou superiores a 80%. Essa combinação, dizem os especialistas, “demanda atenção e prudência” nos próximos dias.

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