Isto não vai acabar bem. Após a invasão do Hamas em Israel na manhã do sábado (7/10), a retaliação e os novos ataques do grupo fundamentalista tem deixado um rastro de morte

O segundo dia de conflitos entre o grupo fundamentalista islâmico Hamas e Israel, iniciados após a invasão surpresa dos militantes no território israelense no sábado (7/10), começa com uma estimativa de 920 mortos.

Conforme a mídia israelense, as Forças de Defesas de Israel (IDF) confirmam 600 mortos no país. Já as autoridades de saúde afirmam que 313 palestinos morreram na Faixa de Gaza. Ainda houve sete mortos na Cisjordânia. Além dos mortos, há milhares de feridos e, em Israel, pelo menos 100 sequestrados.

Desde a noite de sábado (7/10), as forças de Israel avançaram em combate com militantes palestinos em várias áreas do sul do país. A situação se agrava com um ataque promovido pelo Hezbollah a morteiros do Líbano nas fazendas Shebaa ocupadas.

Ataques terroristas marcam Israel

Hashem Safieddine, membro da alta cúpula do Hezbollah, afirmou, em um recado ao Hamas, que “nossa história, nossas armas e nossos foguetes estão com vocês. Tudo o que temos está com vocês”.

O exército israelista afirmou, por volta das 8h40, que atacou, com um caça, três centros de comando do Hamas na Faixa de Faza. Um deles também pertencia ao grupo Jihad Islâmica.

Israel pede que moradores de Gaza deixem o local

Na manhã deste domingo (8/10), o exército de Israel emitiu um comunicado para moradores do bairro Daraj, em Gaza, no qual pede para que os residentes deixem o local.

No comunicado, os militares afirmam que os ataques dos combatentes palestinos “obrigam-nos a atacar áreas residenciais”.

“Não estamos interessados em prejudicar você ou sua família. Para sua segurança, saia da sua residência”, termina o comunicado.

Itamaraty fala em um brasileiro ferido e dois desaparecidos em Israel

De acordo com informações do Itamaraty, até o momento, há um brasileiro ferido e dois desaparecidos em Israel. Eles estavam em uma festa rave no sul do país, quando o local foi alvo de bombardeio e ataques, na madrugada deste sábado (7/10).

Um dos desaparecidos é Renani Glazer, 24 anos, natural do Rio Grande do Sul que mora em Israel há aproximadamente sete anos. O brasileiro Igor Maier, colega de quarto do gaúcho, disse que ele estava em uma festa brasileira realizada próxima à Faixa de Gaza que foi invadida pelos terroristas.

Glazer mora no Sul da capital israelense há quatro meses e divide a casa com três colegas. Ele trabalha como entregador de aplicativo. Suas últimas publicações no Instagram o mostravam seguro em um bunker. Ele falou em português que estava impressionado com tudo que viu.

– É triste ter que estar nesta situação. Espero que não sejam os meus últimos stories (…) Foi cena de filme, pessoas correndo procurando um lugar para se esconder – declarou Renani.

Outra brasileira desaparecida é Bruna Valeanu, que também estava na festa e, desde o ocorrido, não foi mais vista. Natural do Rio de Janeiro, a jovem mora em Petah Tikva, próximo à capital israelense.

Já o brasileiro ferido é Rafael Zimmerman. Ele está hospitalizado, mas passa bem. Seu estado de saúde foi atualizado nas redes sociais por Felipe Jurek.

O órgão indicou que o ferido já recebe tratamento em um hospital israelense. Enquanto isso, as autoridades tentam, sem sucesso, contato com os outros. Não há informações oficiais se os brasileiros se conheciam.

Hamas diz que usará reféns de Israel como “moeda de troca”

O grupo islâmico Hamas disse que os reféns capturados por seus combatentes neste sábado (7) em Israel serão usados como moeda de troca para exigir a libertação de prisioneiros palestinos em penitenciárias israelenses.

– O número de reféns que temos libertará todos os prisioneiros palestinos das prisões israelenses – disse Saleh al Arourim, um membro de alto escalão do Hamas.

Ele enfatizou que o grupo islâmico entrou “nessa batalha preparado para todos os cenários, incluindo um de longo prazo” e também uma possível operação militar terrestre israelense em Gaza.

As Brigadas al Qassam, braço armado do Hamas, disseram que alguns de seus combatentes que se infiltraram em Israel durante a manhã realizaram “um ataque simultâneo em mais de 50 posições” e que ainda há confrontos em cerca de 25.

O porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, declarou que as tropas do país estão agora lutando em 22 locais e que “não há nenhuma comunidade no sul de Israel” onde elas não estejam presentes. Ele acrescentou que alguns locais “foram livrados de terroristas”, mas em outros ainda estão ocorrendo combates.

Segundo o jornal Haaretz, houve captura de reféns nas comunidades de Ofakim e Beeri, onde as forças especiais israelenses agora estão lutando para recuperar o controle.

De acordo com o Exército israelense, “o principal objetivo agora é eliminar” todos os combatentes palestinos que cruzaram a cerca que separa Gaza de Israel e que “estão tentando retornar à Faixa”, razão pela qual as forças israelenses planejam contra-atacar primeiro pelo ar e depois “com meios terrestres pesados”.

As forças israelenses também continuam a mobilizar reservistas, com 31 batalhões regulares de prontidão e quatro divisões adicionais sendo levadas para locais de confrontos.

DIRETO DO PLANTÃO DE NOTÍCIAS COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA REUTERS

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