As atitudes e métodos contraceptivos são uma boa forma de dar autonomia sobre a hora de engravidar, por isso falar sobre a eficácia deles é fundamental

Um dos métodos mais antigos para se evitar a gravidez é O COITO INTERROMPIDO. Trata-se da retirada do pênis de dentro do canal vaginal no momento da ejaculação, como forma de evitar que os espermatozoides fecundem o óvulo, evitando assim a gravidez.

De fato, as chances de engravidar diminuem, e muitas pessoas compreendem o coito interrompido como sinônimo de “se prevenir”. É nessa confusão de informações que muitas mulheres acabam tendo uma gravidez indesejada, sem nem mesmo compreender o perigo que elas correm quando optam por essa manobra arriscada.

Por que o coito interrompido é o método contraceptivo preferido da maioria dos casais?

Já é sabido que pílulas anticoncepcionais podem causar efeitos colaterais – e podem ser esquecidas! DIU, implante, injeção…todos são métodos mais caros e de difícil acesso para muita gente. Camisinha é quase sinônimo de tortura para homens e mulheres, pois dizem que aperta, machuca, tira a sensibilidade… De fato, não existe forma simples de controlar o nosso corpo! E dentro de tantas técnicas, medicações e manobras, o coito interrompido é o que mais se aproxima do “natural”, assim como a tabelinha. Trata-se de métodos que não implicam grandes esforços ou desconfortos para serem adotados, e aí é que mora o perigo: quanto menos monitorado, menos eficaz!

Afinal, qual a eficácia do coito interrompido?

Ejacular fora da vagina depois de uma relação com penetração pode até reduzir o risco de gravidez, mas esse método tem cerca de 30% de chances de falhar. Isso se dá por diferentes motivos. O primeiro deles está ligado à falta de controle sobre a ejaculação, pois o homem nem sempre consegue controlar o impulso quando “chega lá” e, por isso, acidentes são muito prováveis… O segundo deles está ligado à presença de pequenas quantidades de espermatozoides no líquido pré-ejaculatório, aquela “aguinha” que sai do pênis durante a estimulação e ajuda na lubrificação (sim, ela vem acompanhada de muitas possibilidades de engravidar!). Fica ainda mais perigoso se o homem teve uma ejaculação pouco tempo antes da relação, pois uma pequena quantidade de espermatozoides pode ficar alojada na uretra masculina, podendo potencializar o “perigo” do líquido pré-ejaculatório. Por fim, mesmo que se ejacule fora, mas próximo da vagina, o fluido vaginal pode fazer o trabalho de facilitar a entrada dos espermatozoides para dentro do corpo da mulher. Ou seja, melhor não arriscar, né?!

A preocupação com a saúde é tão importante quanto o controle contraceptivo

Infelizmente, muitas pessoas se preocupam tanto com uma gravidez indesejada, que deixam para segundo plano a importância da prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’S). O coito interrompido não impede que doenças como sífilis, gonorreia, HPV, HIV e outros vírus estejam presentes e contaminem no ato sexual. Por isso, o uso do preservativo continua sendo fundamental!

Resumo da história…

É triste, mas é fato: coito interrompido tem uma eficácia baixa e, portanto, não deve ser usado como método contraceptivo único se você não deseja engravidar agora. Se você deseja ter mais controle sobre a concepção, busque um médico de sua confiança e verifique com a ajuda dele o melhor método para que você se sinta segura e tenha uma vida sexual de muito prazer e saúde!

FERNANDA CASSIM -Sexóloga e psicanalista, graduada em Psicologia e em Letras, com Mestrado e Doutorado em Linguística e Pós-Graduada em Sexualidade Humana. Dedica sua carreira à educação sexual, empoderando mulheres para desejar e viver com mais prazer e menos tabus. É idealizadora do Podcast Vulvas no Divã, ama comunicação, viagens, linguagens, esportes e artes. Ver mais conteúdos de Fernanda Cassim

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