A fábrica das marcas de calçados Ortopé e Dijean, demitiu 517 funcionários e anunciou o fechamento de sua fábrica. Confira

Na última terça-feira (31), o grupo Dok, com sede em Birigui, interior do Estado de São Paulo, que detém as marcas de calçados Ortopé e Dijean, demitiu 517 funcionários. Assim, as dispensas foram feitas nas fábricas da empresa no Sergipe. Dessa forma, na planta industrial de Frei Paulo/SE, foram demitidos 330 colaboradores. Já na fábrica de Salgado/SE, que foi fechada, foram dispensados 187 trabalhadores.

“Lutamos para ajudar no que foi possível para manter os postos de trabalho, mas mesmo assim não conseguimos”, afirmou ao SITE Exclusivo, Roniclécio Alves, presidente dos Trabalhadores nas Indústrias de Calçados, Fiação e Tecelagem dos Municípios de Frei Paulo, Carira, Ribeirópolis e Lagarto (Sindcafit).

Fim do contrato com a Puma

À vista disso, nas fábricas do Sergipe, além das marcas próprias, Dok, Dijean e Ortopé, o Grupo Dok conta com a produção em formato private label para a Arezzo e Puma “A empresa alega que as demissões ocorreram devido ao rompimento do contrato com a Puma”, afirma o dirigente do Sindcafit.

Portanto, aqueles que foram demitidos estão aguardando o prazo limite, dez dias a contar da data de demissão, para ser realizado o processo legal de aprovação das contas rescisórias. No entanto, vale lembrar, o Grupo Dok, ainda conta com 1.450 empregos diretos em Frei Paulo.

Por fim, ao serem procurados pelo jornal Exclusivo, o Grupo Dok e o Sindicato das Indústrias de Calçados do Estado de Sergipe, não se posicionaram até o fechamento da matéria.

Grupo é investigado por suspeita de fraude milionária com notas frias

A empresa é investigada por suspeitas de crimes como fraude, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Há também outros 17 inquéritos instaurados pela Polícia Civil por acusações de estelionato. Procurada há dias pela reportagem, a empresa e seus advogados não responderam.

O grupo é acusado de usar notas frias, com base em vendas simuladas a grandes varejistas, para levantar dinheiro junto a bancos e fundos de investimentos. As transações falsas teriam gerado uma dívida estimada em R$ 382 milhões, com 90 instituições financeiras.

As notas fiscais simuladas indicavam vendas de R$ 20 milhões à Riachuelo, R$ 14,4 milhões com a Renner e R$ 4 milhões com a Puma. O Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, teve acesso a e-mails e comunicados internos da C&A, Riachuelo e Renner, nos quais elas afirmam não reconhecer as movimentações. Há suspeita de falsificação do carimbo das varejistas para falsificar as operações.

“As referidas cobranças sequer foram acompanhadas dos números de pedidos de compra referentes às solicitações de fornecimento que seriam objeto de aludidas notas fiscais, tampouco foram encaminhados canhotos idôneos relacionados à efetiva entrega das mercadorias. Foram identificados, apenas, canhotos com carimbos e assinaturas falsos”, informou a C&A, em um comunicado interno que circulou no início de janeiro.

Grupo Dok

Em suma, o Grupo Dok foi fundado em julho de 2010. E, em 2020, adquiriu a planta fabril do Grupo Vulcabrás Azaleia no município de Frei Paulo, em Sergipe. Dessa forma, o grupo incorporou a seu portfólio de marcas, a Ortopé, referência em calçados infantis há mais de 60 anos. Além disso, também em 2020, o Grupo Dok adquiriu a marca Dijean, muito conhecida no mercado de calçados femininos.

DIRETO DA REDAÇÃO

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.