Antes de mais nada, a redação do JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA vem inicialmente deixar bem claro, que esta matéria não tem nenhum cunho político, comercial e tampouco religioso, em defesa desta ou daquela denominação religiosa e seus ensinamentos e doutrinas.

Quase o mundo inteiro paralisa suas atividades neste dia 25 de dezembro e nosso objetivo é estritamente jornalístico com base em estudos realizados e fatos registrados que embasam a matéria alusiva ao dia em que muitos comemoram, mas não sabem realmente o que estão comemorando e se deveriam comemorar.

Embora o Natal possa ter começado como um feriado cristão e, muitas vezes ainda ser celebrado dessa forma, como acontece no Brasil, a data é comemorada em todo o mundo, sendo que cada país incluiu suas próprias tradições ao longo dos anos. Entenda por que o natal é celebrado no dia 25 de dezembro.

A celebração acontece em 160 países, variando de acordo com cada um. Alguns países comemoram no dia 25 de dezembro, enquanto outros comemoram no dia anterior ou no dia seguinte. Entenda o que se comemora no dia 25 de dezembro, quem inventou as comemorações dessa data, quando o Natal começou a ser comemorado e toda a história sobre essa data em que família e amigos se reúnem para celebrar a vida.

O que se comemora no dia 25 de dezembro

O Natal comemora o nascimento de Jesus Cristo, no dia 25 de dezembro, sendo uma celebração religiosa e cultural observada por bilhões de pessoas em todo o mundo, tanto cristãs quanto não cristãs.

O nome Christmas (Natal, em português) vem da Missa de Cristo (The Mass of Christ ou Christ’s Mass). Uma missa que, às vezes, é chamada de Comunhão ou Eucaristia, onde os cristãos se lembram de que Jesus morreu por nós e depois voltou à vida. O serviço da ‘Missa de Cristo’ era o único permitido após o pôr do sol (e antes do nascer do sol do dia seguinte), então as pessoas o celebravam à meia-noite. Então, o nome Mass of Christ foi abreviado para Christmas.

O Natal era celebrado desde o nascimento de Cristo?

Muitas pessoas acreditam que o Natal é celebrado desde o nascimento de Cristo, mas isso não é verdade. O Natal como festa ou feriado começou alguns anos após o nascimento e morte de Cristo.

Embora os cristãos celebrem o nascimento de Jesus em 25 de dezembro, sua data de nascimento exata é desconhecida, pois na Bíblia não há menção sobre o dia ou época do ano em que Maria teria dado à luz, em Belém.

Nos primeiros 300 anos ou mais do cristianismo, a celebração do nascimento de Jesus costumava ser combinada com a Epifania (6 de janeiro), se é que era mesmo observada.

De acordo com a revista Christianity Today, foi por volta do ano 273 que a igreja considerou adotar o festival pagão do solstício de inverno como um momento adequado para homenagear o filho de Deus.

Naquela época, no dia 25 de dezembro eram comemorados dois feriados: o natalis solis invicti (nascimento do sol invicto romano) e o aniversário de Mitras, o “Sol da Justiça” iraniano. Eram considerados uma forma de ensinar às pessoas algumas lições sobre o pecado e a redenção.

Por que comemora-se o nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro?

Que dia Jesus nasceu? Neste artigo explica-se porque se comemora o nascimento de Jesus nessa data

Provavelmente, os primeiros cristãos não comemoravam aniversários (cf. Orígenes, PG XII, 495). Comemoravam o die natalis, dia da entrada na pátria definitiva (cf. Martírio de Policarpo 18,3), como participação na salvação realizada por Jesus ao vencer a morte com sua paixão gloriosa. Recordavam com precisão o dia da glorificação de Jesus, o 14/15 de Nisan, mas não a data de seu nascimento, sobre o qual nada nos dizem os relatos evangélicos. Até o século III, não temos informações sobre a data do nascimento de Jesus. Os primeiros testemunhos de Padres e escritores eclesiásticos assinalam diferentes datas. O primeiro testemunho indireto de que a natividade de Cristo foi em 25 de dezembro partiu de Julio Africano no ano 221. A primeira referência direta de sua celebração aparece no calendário litúrgico filocaliano do ano 354 (MGH, IX, I, 13-196): VIII kal. Ian. natus Christus in Betleem Iudeæ (“no dia 25 de dezembro nasceu Cristo em Belém da Judéia”). A partir do século IV, os testemunhos deste dia como data do nascimento de Cristo tornam-se comuns na tradição ocidental. Na oriental, prevalece a data de 6 de janeiro.

Uma explicação bastante difundida é a de que os cristãos optaram pelo dia porque, a partir do ano 274, em 25 de dezembro celebra-se em Roma o die natalis Solis invicti, o dia do nascimento do Sol invicto, a vitória da luz sobre a noite mais longa do ano. A liturgia de Natal e os Padres da época estabeleciam um paralelismo entre o nascimento de Jesus Cristo e expressões bíblicas como “sol de justiça” (Ml 4, 2) e “luz do mundo” (Jo 1, 4ss.) No entanto, não há provas de que isto foi assim e parece difícil imaginar que os cristãos quisessem adaptar festas pagãs ao calendário litúrgico, especialmente quando acabavam de experimentar a perseguição. É possível, todavia, que com o transcorrer do tempo, a festa cristã absorvesse a festa pagã.

Outra explicação mais plausível faz a data do nascimento de Jesus depender da data de sua encarnação, que, por sua vez, está relacionada com a data de sua morte. Em um tratado anônimo sobre solstícios e equinócios, afirma-se que “Nosso Senhor foi concebido no dia 8 das calendas de abril no mês de março (corresponde ao nosso 25 de março), que é o dia da paixão do Senhor e de sua concepção, pois foi concebido no mesmo dia que morreu” (B. Botte, Lês Orígenes de la Noel et de l’Epiphanie, Louvain 1932, 1. 230-33). Na tradição oriental, apoiando-se em outro calendário, a paixão e a encarnação do Senhor celebram-se em 6 de abril, data que condiz com a celebração de Natal em 6 de janeiro. A relação entre paixão e encarnação está em consonância com a mentalidade antiga e medieval, que admirava a perfeição do universo como um todo, em que as grandes intervenções de Deus estavam vinculadas entre si. Trata-se de uma concepção que também encontra raízes no judaísmo, em que a criação e a salvação se relacionam com o mês de Nisan. A arte cristã refletiu esta mesma idéia ao longo da história ao pintar na Anunciação da Virgem o menino Jesus descendo do céu com uma cruz. Assim, é possível que os cristãos vinculassem a redenção realizada por Cristo com sua concepção, e esta determinou a data de nascimento. “O mais decisivo foi a relação existente entre a criação e a cruz, entre a criação e a concepção de Cristo” (J. Ratzinger, El espíritu de la liturgia, 131).

Quando o Natal foi comemorado pela primeira vez

Em uma antiga lista de bispos romanos, compilada em 354 d.C., em 336 d.C. aparece a seguinte informação: “25 de dezembro – natus Christus in Betleem Judeae.”, que quer dizer: 25 de dezembro, Cristo nasceu em Belém, Judeia. Nessa data – 25 de dezembro de 336 – é a primeira celebração do Natal registrada.

Origem das tradições de Natal

Muitos costumes pagãos foram associados ao Natal. As histórias cristãs substituíram os contos pagãos, mas as práticas persistiram, como a tradição de acender velas, decorar a casa e beijar debaixo do visco. Com o passar dos anos, as trocas de presentes ficaram ligadas ao nome de São Nicolau, uma figura real, mas lendária, da Lícia do século IV (uma província da Ásia).

Um homem caridoso, que jogava presentes nas casas, que chamamos carinhosamente de Papai Noel. Por volta do século XIII, os cristãos incluíram mais um elemento na celebração de Natal: as músicas natalinas.

Origem da árvore de Natal

Depois, vieram as árvores de Natal, com origem na Alemanha. Ninguém sabe ao certo quando uma das principais decorações natalinas entrou em cena, mas sabe-se que a origem foi na Alemanha. São Bonifácio, missionário inglês do século 8, apóstolo da Alemanha, supostamente utilizou a planta sempre-viva como um símbolo do Cristo eterno. Já no final do século XVI, as árvores de Natal se tornaram muito comuns na Alemanha.

Alguns dizem que, em 1530, Lutero teria cortado o primeiro pinheiro, levado para casa e o enfeitado com velas para representar as estrelas para a família. Isso porque contam que, em uma noite de inverno, ele estaria caminhando para casa sob o céu estrelado, quando reparou que o brilho das estrelas refletia nos pinheiros.

Quando a corte alemã foi para a Inglaterra, levou a tradição da árvore de Natal com eles.

Origem do Papai Noel

Papai Noel surgiu da história de São Nicolau
Papai Noel surgiu da história de São Nicolau (Foto: Banco de imagens)

O alegre bom velhinho, com o trenó mágico puxado por renas, surgiu da história de um humilde monge chamado São Nicolau, que nasceu na Turquia por volta de 280 d.C. O monge São Nicolau adquiriu sua santidade depois de doar toda sua riqueza para ajudar os pobres e necessitados, e ficou conhecido como o padroeiro das crianças e teve seu próprio dia de honra no dia 6 de dezembro.

As principais características da história do Papai Noel – sua personalidade alegre, presentes, lista com nomes de crianças que se comportaram bem durante o ano, renas e descida pela chaminé – foram colocadas em prática pelo poema “Um relato de uma visita de São Nicolau”, de 1822, escrito pelo ministro episcopal Clement Clarke Moore.

Além disso, você sabia que a Coca-Cola colaborou para solidificar a imagem do Papai Noel com estilo avô? Sua publicidade, no início de 1900, mostrava um homem idoso, caloroso e feliz, com bochechas rosadas, barba branca, olhos cintilantes e rugas de expressão. Ficou tão popular que se tornou a imagem padrão do Papai Noel.

Como a celebração do Natal no dia 25 de dezembro chegou ao Brasil

Muitas tradições de Natal brasileiras vêm de Portugal, sendo o Natal uma delas. O Natal é um dos feriados mais importantes do calendário brasileiro e é muito comemorado. Nossas tradições e celebrações são únicas e têm uma história rica, sem falar que o feriado cai durante os primeiros dias de verão.

Como a maioria da população brasileira é católica, existem algumas semelhanças na forma como o país celebra o Natal em comparação com muitos países da Europa Ocidental e os Estados Unidos. Muitos vão à missa da meia-noite ou Missa do Galo, pois o galo anuncia um novo.

O presépio é uma das maiores tradições do país e é exibido em residências, igrejas e lojas. Mesmo para os não católicos, o Natal é um momento de celebrar em família, pois é uma ocasião para se divertir, com comida e música.

Curiosidades sobre o Natal no Brasil

1. Noite Feliz

A música de Natal mais comum no país é Noite Feliz, a versão brasileira de Silent Night (Noite Silenciosa, em português), que é cantada por coros em igrejas e também nas ruas de grandes cidades para espalhar a alegria do Natal.

2. Amigo Secreto

Uma brincadeira muito popular entre familiares e amigos é o jogo Amigo Secreto ou Amigo Oculto. As famílias se reúnem na véspera de Natal para sortear os nomes dos participantes e, no dia 24 ou 25, trocam presentes. O jogo também é realizado em qualquer outra data próxima ao Natal – quando o jogo é feito com colegas de trabalho, por exemplo.

3. Comes e bebes

No Brasil, nenhuma festa está completa se não tiver boa comida e bebidas locais, como a cachaça. A comida brasileira também é influenciada por muitas culturas, principalmente portuguesa, italiana, espanhola e alemã. A ceia de Natal no Brasil inclui carne de porco, peru, Chester, presunto, saladas de batata, vegetais, lasanha, entre outros, e tudo é servido com arroz cozido com passas e farofa. As sobremesas populares incluem bolo de frutas tropicais, sorvetes, tortas, pavês, rabanadas e panetones.

Ceia natalina brasileira é influenciada por várias culturas
Ceia natalina brasileira é influenciada por várias culturas (Foto: Banco de imagens)

Como a celebração do Natal mudou ao longo dos anos

Elementos de celebrações pagãs que aconteciam por volta do mês de janeiro foram se transformando em celebrações de Natal, inclusive, muitas são praticadas ainda hoje. Entre esses elementos estavam a entrega de presentes, a inclusão de uma árvore de Natal, a entrega e o recebimento de cartões comemorativos. 

Vários outros elementos, como as visitas de São Nicolau ou Papai Noel e a decoração com ramos de azevinho, foram trazidos de outras festas e práticas realizadas em várias culturas pelo mundo. Outros dias santos, por exemplo, o dia de Santa Lúcia na Suécia, também foram associados ao feriado de Natal.

Ao longo dos anos, o Natal se tornou um grande dia de festa com alimentos especialmente preparadas para a época, como pratos especiais, peru, panetone e bebidas quentes.

BIBLIOGRAFIA

RATZINGER, Josef El espíritu de la liturgia. Una introducción (Cristiandad, Madrid, 2001).

TOLLEY, Thomas J. The origins of the liturgical year, 2nd ed., Liturgical Press, Collegeville, MN, 1991 (tradução italiana: Le origini dell’anno liturgico, Queriniana, Brescia, 1991).

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