A noticia estourou como uma verdadeira dinamite nas redes sociais no inicio da noite de ontem e viralizando por toda esta quarta feira (24). O Caos em que se encontra a UPA ( Unidade de Pronto Atendimento ) da zona norte e a repercussão negativa junto a população, acabou por deixar pública a posição da superintendência do ABHU ( Associação Beneficente do Hospital Universitário ) diante da omissão da administração municipal.

Para entender a situação.

A associação ABHU é mantenedora do contrato de gestão da UPA-Zona Norte, sendo portanto responsável pelo atendimento prestado a toda população. Ocorre que, em oficio assinado pela superintendente da entidade, Drª Márcia Mesquita Serva Reis, é revelado que, a mesma teria sido notificada via fone na última segunda feira, que a UPA teria que ampliar ainda mais o atendimento aos pacientes de Covid-19, estendendo o espaço para área de observação, onde, atualmente são colocados os paciente que necessitam de observação não covid.

A solicitação, era a gota d’agua que faltava para que a superintendente torna-se público a real situação da UPA que sobrevive graças aos investimentos do próprio Hospital Universitário da Unimar. Segundo o documento, a UPA não possui insumos ( medicamentos, EPI, rede de oxigênio no setor de observação, gazes, funcionários, monitores, bomba de infusão ) que seriam itens obrigatoriamente necessários para se pensar em ampliação.

Márcia Mesquita foi mais a fundo afirmando não concordar com a medida por uma questão técnica. Segundo ela, até os kits de intubação estão em falta e para piorar o cenário, a medida, por falta de planejamento poderia colocar mais vidas em risco, pois, o local é a única porta de entrada para pediatria e ortopedia expondo ao risco a proliferação do vírus para centenas de pessoas atendidas diariamente, ou seja, uma ideia completamente irresponsável.

A superintendente finaliza o oficio de nº 0046/2001 solicitando ao secretário municipal da saúde Cássio Luis Pinto Junior, e consequentemente a administração municipal que nenhuma medida intempestiva seja tomada sem a anuência responsável técnico, Drº João Pillon devido as consequências incomensuráveis que poderiam ocorrer sacrificando muitas vidas inocentes.

Ela finaliza o oficio reiterando que a ABHU não pode ser responsabilizada por decisões não compactuadas e completamente em desacordo com o corpo médico e técnico do Hospital Universitário. A mesma informou ainda que está utilizando todos os recursos disponíveis na unidade e solicita que a administração municipal, através da secretaria da saúde, implante estratégias imediatas pra os próximos pacientes que necessitarem do atendimento da UPA. Márcia, como sempre, se colocou disposição para vencer o momento difícil, mas, desde que com SOLUÇÕES CLARAS, POSSSÍVEIS E URGENTES. Confira na íntegra o documento que esta circulando em todos os grupos de WhattsApp.

NÃO AGUENTA MAIS: UPA tem capacidade para 7 leitos mas, já improvisou uma UTI para manter 17 pacientes que aguardam vagas nos hospitais. Um verdadeiro caos.

UPA da zona Norte recebe 100% de aprovação | Visão Notícias - Informações  de Marília e região

Ninguém comentou mas, a UPA perdeu um paciente idoso na segunda-feira (22). Por falta de leito, o homem de 81 anos estava internado na sala de emergência da unidade desde sábado (20), indo a óbito antes de conseguir uma vaga hospitalar.

Marília vive um verdadeiro caos com 14 óbitos em apenas dois dias e 100% dos leitos de UTI-Covid ocupados. Com a falta de leitos, não há para onde encaminhar os pacientes e a UPA acaba improvisando a estrutura emergencial para atender a demanda, mesmo de forma parcial, mas, com o firme propósito de salvar vidas a qualquer custo.

Para retratar a triste realidade, a atual sala de emergência, que tem capacidade para sete leitos, está comportando 15 internações, ou seja com sua capacidade dobrada e com os riscos que se corre em função disto. Nossa reportagem apurou que, entre esses pacientes, dez tiveram o nome inserido na Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde) aguardando uma vaga de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) que, provavelmente serão transferidos para outra região, a exemplo do que já ocorreu anteriormente com outros pacientes.

A grande pergunta que fica é; Com o dinheiro que chegou via Ministério da Saúde e governo estadual não foi possível discutir um planejamento estratégico de ações neste sentido ? Com a resposta, a administração municipal, secretaria da saúde e comitê de enfrentamento.

Nossa reportagem tentou um contato com a superintêndente Márcia Mesquita Serva Reis, através de sua assessoria de imprensa, mas, até a publicação desta matéria, não obtivemos retorno. Quanto ao secretário municipal da saúde, Cássio Luis Pinto Junior, o mesmo se encontrava presente na 27º reunião do comitê de enfrentamento.

Seguindo a sua linha imparcial, democrática e constitucional de se fazer um jornalismo sadio para a cidade, sem paixões politicas ou partidárias, o JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA, desde já, deixa o espaço aberto para que ambas as partes possam se manifestar a respeito acrescentando pontos positivos e que venham de encontro ao propósito e objetivo da população; “A diminuição da proliferação do vírus e a preservação da saúde, afinal, a vida dos marilienses importa”.

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