Partido apresentou uma emenda para obrigar o governo a fazer o pagamento diretamente aos profissionais contratados. Médicas cubanas que se recusaram a voltar para Cuba em Goiás, vendem roupas, cuidam de idosos e são atendentes.

O novo apresentou, nesta quarta-feira (22), uma emenda à Medida Provisória n.º 1.165/2023 para obrigar o governo a pagar as bolsas do programa MAIS MÉDICOS diretamente aos profissionais contratados.

A medida visa a proibir a contratação de médicos por meio de intermediários ou organismos internacionais, como acontecia no passado com profissionais cubanos.

“Precisamos garantir que os profissionais contratados sejam remunerados integralmente. Não podemos ser coniventes com apropriação indevida de pagamentos. Muito menos ver nosso dinheiro bancando ditaduras como Cuba, como aconteceu no passado”, afirmou a deputada Adriana Ventura (foto).

“Para a melhor consecução do programa, é importante eliminar os custos transacionais e/ou de intermediação. É por isso que o pagamento das bolsas aos médicos participantes do programa deve ser efetuado diretamente em sua conta, sem intermediário”, acrescentou a líder do Novo na Câmara dos Deputados.

SE RECUSARAM A VOLTAR PARA CUBA: Médicas cubanas em Goiás vendem roupas, cuidam de idosos e são atendentes enquanto aguardam retorno ao Programa Mais Médicos

Médicas cubanas em Goiás vendem roupas, cuidam de idosos e são atendentes  enquanto aguardam retorno ao Programa Mais Médicos | Goiás | G1

Com a retomada do Programa Mais Médicos para o Brasil pelo Governo Federal, médicos cubanos que moram em Goiás esperam ansiosos pela oportunidade de voltar a trabalhar em sua área de formação. No estado, são 717 vagas ativas em 162 municípios goianos. Deste total, 173 estão desocupadas, segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO).

Enquanto há postos de trabalho sobrando, médicos formados no país caribenho, que decidiram continuar no Brasil mesmo após o fim de seus contratos, precisam procurar outros meios de se sustentar, visto que não podem exercer suas funções como médicos se não possuem registro no Conselho Federal de Medicina (CFM).

Os profissionais poderiam atender de forma particular, em hospitais comuns, por exemplo, se tivessem feito o Revalida, que é a revalidação de diplomas médicos estrangeiros compatíveis com as exigências de formação das universidades brasileiras. Esse é o caso da médica Julieh Paz Borroto, que veio para o Brasil em 2014.

Julieh e vive em Piracanjuba, no sul do estado. O contrato dela terminou em 2022 e, para conseguir pagar as contas de casa, montou uma loja de roupa com o marido brasileiro. Mas o negócio acabou não dando certo. Ela conta que ainda tem esperanças de voltar a trabalhar como médica e que é comum ex-pacientes a procurarem em busca de atendimento.

“As pessoas aqui ficaram muito chateadas, pois tinham várias que faziam atendimento comigo. De uma hora para outra, tivemos que parar”, conta a médica. Ela trabalhava no município dentro do 20º ciclo do programa, mas o contrato acabou em 2022 e não foi renovado, diferente do que aconteceu com os outros ciclos do projeto.

Recontratações

Os médicos do 20º ciclo chegaram a ganhar na Justiça Federal o direito de serem recontratados no Brasil por mais um ano. O documento foi assinado em fevereiro pelo desembargador Carlos Augusto Pires Brandão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). O pedido foi apresentado pela Associação Nacional dos Profissionais Médicos Formados em Instituições Estrangeiras e Intercambistas (Aspromed).

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