Os deputados estaduais de São Paulo gastaram mais de R$ 3 milhões em dinheiro público para autopromoção em 2023. O valor mais do que dobra a soma do ano anterior: em 2022, o gasto da ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) com publicidade dos parlamentares foi de R$ 1.342.162,61. Procurados, os deputados citados no levantamento argumentaram cumprir as regras estabelecidas.

Em 2024, ano de eleições municipais, nas quais muitos deputados da Alesp pleiteiam os Executivos de suas respectivas bases, o valor tende a aumentar. Será a primeira eleição nos municípios paulistas desde que a cota para divulgação foi criada. A última atualização dos dados no portal da Casa, utilizados no levantamento do Estadão, é de 25 de janeiro.

O deputado estadual que liderou os gastos com autopromoção em 2023 foi Rogério Nogueira (PSDB), desembolsando R$ 110.000 em 11 parcelas mensais de R$ 10.000 destinadas a uma agência de marketing. Em seguida, a deputada Leci Brandão (PCdoB) usou 102.100 com publicidade. Já Itamar Borges (MDB) aparece logo atrás, com R$ 94.853,32 gastos em propaganda no ano passado.

Entre os 96 legisladores com assento no parlamento paulista (ALESP), a deputada Daniela Alonso, teria, segundo os dados fornecidos, teria consumido a expressiva quantia de R$ 82.650,00 em despesas relacionadas à sua promoção pessoal, portanto a 9º Colocada, o que é surpreendente para quem está no seu primeiro mandato.

Além dos valores absolutos, há um comparativo proporcional dos parlamentares que mais alocaram recursos de suas cotas com autopromoção. Carla Morando (PSDB), Fabiana Bolsonaro (PL), Bruno Ganem, Dr. Raul, Gil Diniz (PL), e Valdomiro Lopes (PSB) figuram entre os que mais gastaram proporcionalmente com publicidade.

A cota para divulgação da atividade parlamentar, criada em novembro de 2021, tornou-se uma opção de gastos com a palavra pública, originada da cota parlamentar mensal de aproximadamente R$ 40 mil concedida a cada deputado estadual. No entanto, a falta de diretrizes claras para o uso desses recursos levanta questões sobre a transparência e fiscalização.

Apesar de a palavra ser pública, a fiscalização do conteúdo produzido e dos gastos ainda é limitada. A ausência de regras mais rígidas e a falta de apresentação oficial das notas fiscais das despesas são apontadas como lacunas no controle institucional.

A expectativa é que em ano eleitoral, como 2024, os gastos com autopromoção dos parlamentares aumentem significativamente. Com a eleição municipal sendo a primeira desde a criação da cota para divulgação, a preocupação com a isonomia entre candidatos ganha destaque.

Os deputados citados no levantamento alegam cumprir as regras estabelecidas, e a falta de regulamentação mais detalhada sobre o uso desses recursos levanta discussões sobre a necessidade de normas mais claras e uma fiscalização mais rigorosa por parte da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

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