Vale a pena conhecer mais sobre o nascimento dessa iguaria tão brasileira e, depois, escolher uma das cafeterias e lanchonetes da cidade para se deliciar à vontade.

É uma deliciosa experiência gastronômica, mas bem que poderia ser sensorial também. Saborear um pão de queijo quentinho inebria o olfato, aquece o tato, é um deleite ao paladar e, com tudo isso, não seria surpresa ouvirmos “hmmm” após degustá-lo. Levemente crocante, douradinho por cima, macio por dentro, a iguaria está presente na cozinha de restaurantes e lares que prezam por uma comida aconchegante, com intenções afetivas.

Em sua celebração, vamos comemorar o dia que é só dele17 de agosto, compartilhando um pouco de sua história, que dentre tantas, nos conta que ele nasceu lá em Minas Gerais, certo?

A origem

“Difícil precisar sobretudo quando olhamos para um tempo em que os traçados políticos não eram como os atuais. No entanto, levando em conta a ampla presença da mandioca (o pão de queijo é elaborado, basicamente, a partir de derivados dela e do leite) pelo território nacional e o intenso desenvolvimento de cultura queijeira em Minas a partir do século 18, imaginar a iguaria surgindo lá não me parece uma teoria descabida. Importante dizer que há registros de receitas semelhantes e antigas em outros países da América do Sul, como a chipa.”, explica Eduardo Tristão Girão, jornalista e consultor gastronômico especializado em queijos.

Pão de queijo (Foto: Getty Images)
Pão de queijo (Foto: Getty Images)

A historiadora da alimentação Carolina Figueira da Costa endossa ainda mais essa história e confirma que a origem é, de fato, incerta. “Para entendermos a história podemos recorrer a livros e cadernos de receitas culinárias. Tanto o pão de queijo como o queijo são considerados patrimônios da cozinha mineira. Mas o poder simbólico e identitário em Minas Gerais é inegável. O que se reconhece historicamente também é que alguns fatores contribuíram para seu sucesso, como a possibilidade de fácil adaptação ao tempo e sintonia às exigências e padrões alimentares contemporâneos. Só é tradição porque continua fazendo sentido no presente, não apenas no passado.”

A conexão com Minas Gerais

A ligação com o estado mineiro tem a ver com as muitas maneiras de processar e utilizar a mandioca, aproveitando o alimento em diversas receitas. Girão conta que um “antepassado” do pão de queijo seria o biscoito de goma de mandioca “distinguido pelo acréscimo de Queijo Minas Artesanal ou sua rala (aparas do processo de acabamento do queijo). Hoje é uma receita amplamente difundida e apreciada no Brasil, com preparos semelhantes.”

O modo de preparo

Existem vários jeitos de se fazer o petisco. Há quem use apenas polvilho azedo, apenas polvilho doce e há quem misture os dois ingredientes. Para além disso, há também quem encorpe a massa com fubá e até mesmo com batata. É uma receita com múltiplas interpretações e em constante transformação, esclarece o consultor. Carolina joga luz a alguns dados contidos no livro Receita de Mineiridade de Mônica Chaves Abdala, que nos mostra que algumas receitas do norte de Minas se diferenciam pelo uso: se são voltadas ao comércio ou para consumo no próprio lar, utiliza-se polvilho doce, resultando em pãezinhos menores, mais delicados. Quando interessa a apresentação, é usado polvilho azedo, o pão cresce mais, rende mais, é mais apropriado ao comércio.”

O queijo ideal para a receita

Você conhece a história do pão de queijo? Descubra aqui! - Massa Madre Blog

“O mais indicado e tradicional é o Queijo Minas Artesanal meia cura, todo elaborado em Minas Gerais com leite cru de vaca, prensado a mão e maturado em prateleira de madeira por aproximadamente metade do tempo necessário para que fique curado (entre 7 e 11 dias). Daí o nome meia cura, ou seja, metade do tempo de cura desse tipo de queijo (estabelecido entre 14 e 22 dias). Ele tem firmeza e sabor suficientes para performar bem na receita do pão de queijo, sem desmanchar totalmente e agregando sabor equilibrado”, revela Girão.

Onde encontrar pães de queijos deliciosos em São Paulo

Seria injusto da nossa parte escrever que são os melhores da cidade, afinal, são muitos os lugares que servem receitas incríveis. Poderíamos citar pelo menos umas três ou quatro excelentes cafeterias ou lanchonetes, mas, deixaremos para sua escolha pessoal, até mesmo por uma questão de ética. Há opções para degustá-los em salão ou levar congelados, prontinhos para irem ao forno da sua casa. Comemore a data da melhor forma: comendo pão de queijo, é claro! BOM APETITE !!

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