Cerca de R$8,4 bilhões devem ser movimentados nos setores do varejo do estado

O mês de agosto dá a largada para as compras do segundo semestre, e o grande estopim é o Dia dos Pais. Comemorado tradicionalmente no segundo domingo do mês, o período deve levar 21 milhões de paulistas as compras, é o que mostra um levantamento feito pela FCDL-SP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo) em parceria com CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas), junto do SPC Brasil e Offerwise.

A movimentação da compra de presentes deve injetar R$8,4 bilhões na economia do Estado; tendo a lembrança para os pais um ticket médio de R$244 e uma média de 1,7 presentes por papai. A pesquisa apontou um aumento no número de pessoas que pretendem gastar mais neste ano, cerca de 41% desejam comprar presentes melhores, 40% acreditam que os preços dos produtos estão mais altos e 28% querem comprar mais presentes.

“O Dia dos Pais é a data mais relevante para o início do segundo semestre do varejo, abrindo a temporada que se encerra com Natal e Ano Novo. A comemoração aquece as vendas de um mês que é popularmente conhecido como “longo”, tendo neste ano, cinco semanas”, comenta Maurício Stainoff, presidente da FCDL-SP.

Entre os presentes mais buscados para os papais, as roupas correspondem à maior parte das intenções de compra para a data (52%), seguidas de perfumes e cosméticos (34%), calçados (34%) e acessórios (24%), como meias, cinto, óculos, carteira e relógio.

Grande parte dos consumidores pretendem pagar o presente à vista (76%), sendo o PIX a principal forma de pagamento (30%), junto do dinheiro (24%). Por outro lado, 37% dos consumidores têm intenção de pagar parcelado, com destaque para o cartão de crédito com 33% de escolha. Em média, serão feitas 4,2 parcelas das compras a prazo.

A “tradição” permeia o Dia dos Pais, já que lojas físicas representam a opção de local de compra mais escolhida entre os consumidores, 74%; sendo os shoppings centers o principal foco de compra, seguido por shoppings populares e lojas de departamentos. Os canais digitais marcaram 39% da escolha dos entrevistados. 

“Os números mais elevados de compras em lojas físicas refletem a forma como o presente do pai é escolhido, geralmente de forma rápida, prática e precisa; pensando também na necessidade de troca do mesmo, fator que dificultaria uma compra online. Cerca de 62% dos filhos irão presentear o próprio pai, 9% o esposo, 11% o pai de seus filhos e 9% o sogro”, finaliza Maurício.

Quem for presentear o pai no próximo domingo (13) vai sentir no bolso um peso, em média, maior que a inflação geral. Levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) revela que a chamada “Inflação do Dia dos Pais” ficou acima do índice geral de aumento de preços.

A cesta de presentes e serviços relacionados à data está 4,1% mais cara em relação ao ano passado. Essa alta fica acima do acumulado de 12 meses da inflação média, 2,8%. Entre os itens mais caros neste Dia dos Pais estão perfumes (8,3%), livros (8,3%), cinema (5,6%), roupas (5,5%), restaurante (5,3%) e relógios (4,2%). Por outro lado, os computadores (-4,3%) e celulares (-2,6%) ficaram mais baratos.

A desvalorização do dólar, cerca de 5% nos últimos 12 meses, é um dos fatores que explicam a queda no preço desses produtos eletrônicos. A CNC estima que 10.380 mil pessoas sejam contratadas para atender à demanda de vendas.

“A valorização cambial, se considerada a partir de agosto do ano passado, ajuda sim, mas juros elevados também diminuem a demanda por bens duráveis, o que ajuda a baixar os preços. O preço desse grupo de produtos foi diretamente afetado pela taxa de juros”, explica o coordenador dos Índices de Preços da FGV, André Braz.

A data é a quarta mais importante para o comércio, depois do Natal, Dia das Mães e Dia das Crianças, na ordem. Essa importância nas vendas é refletida na geração de empregos temporários.

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