A pesquisa revelou também que os profissionais estão chegando ao ponto de exaustão devido a rotina exaustiva

Um levantamento recente com aproximadamente 7 mil pilotos em diversos países europeus revelou que uma expressiva parcela – cerca de 75% – já cochilou, ainda que brevemente, enquanto estavam no comando da aeronave. A investigação, coordenada pela Associação Europeia de Pilotos e divulgada pelo Portal UOL, gerou preocupações sobre a sobrecarga de trabalho na profissão.

De todos os participantes da pesquisa, realizada entre os dias 1º e 22 de julho, 25% relataram ter experimentado cinco ou mais episódios de “soneca” em pleno voo. A maioria dos restantes pilotos admitiu que esses pequenos cochilos aconteceram, embora com menos frequência.

Um detalhe relevante levantado pelo estudo é a falta de repouso adequado entre um voo e outro. Esta rotina exaustiva está levando os pilotos a um ponto de exaustão. Vivianne Rehaag, chefe de segurança do sindicato alemão de pilotos, ressaltou que muitas companhias aéreas não estão dando a devida atenção aos riscos associados à fadiga de sua tripulação.

A pesquisa destacou quatro países com as maiores taxas de incidentes de cansaço entre os pilotos: Reino Unido, Irlanda, Malta e Espanha. As entidades setoriais estão solicitando uma atenção redobrada das autoridades reguladoras em relação a essas nações.

Os resultados foram coletados pouco antes do início da alta temporada turística na Europa, um período que tende a intensificar a carga de trabalho desses profissionais devido ao aumento de voos.

Entidades representativas do setor aéreo expressaram preocupação com o que chamam de “expansão dos horários de trabalho” dos pilotos. Rehaag mencionou situações em que comandantes têm que estender o expediente da tripulação para além do limite estabelecido por lei, em casos de condições climáticas adversas, por exemplo.

No entanto, vale ressaltar que, embora a notícia possa parecer alarmante para alguns, a presença do copiloto e do piloto automático garante a segurança da aeronave. Fora da cabine de comando, não existem restrições sobre o que os pilotos podem fazer para se distrair ou descansar. Há espaços específicos – conhecidos como sarcófagos – onde os profissionais podem se recostar e até dormir, enquanto o copiloto assume o controle.

Por outro lado, no Brasil, a regulamentação é mais rígida: pilotos são proibidos de cochilar na cabine e devem permanecer alertas durante todo o voo.

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