“Errar é humano, mas, persistir no erro é burrice”. Este ditado é antigo, porém é valido para algumas atitudes de nossos governantes em todas as esferas. Diante de um momento tão difícil e da atual conjuntura econômica, decisões sábias se fazem necessárias para contemplar o bem comum.

No final da manhã de hoje, após o desgaste sofrido desde o dia 19 de fevereiro, quando anunciou o edital que permitiria a apresentação de propostas para a construção do novo prédio da Câmara Municipal de Marília, o presidente Marcos Rezende, voltou atrás.

Como já explicamos aqui no JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA, a obra seria feita no sistema ‘built to suit’ (BTS) – em português, ‘construído para servir’, feito sob medida para o locatário. No entanto matematicamente poderia elevar o preço da obra em mais de 50 milhões de reais, e pelo índice escolhido para reajustes, o custo ultrapassaria até a casa dos 60 milhões de reais, com 240 parcelas em torno de R$ 200 mil reais ou mais.

Reconhecendo o desgaste político sem precedentes nas redes sociais, principalmente após a matéria publicada pelo JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA, o presidente Marcos Rezende de forma humilde declarou;
“Reuni um grupo seleto de representantes da nossa sociedade, expliquei que não gastaríamos um centavo de dinheiro público; que depois de 240 meses da obra pronta e de estarmos ocupando o prédio, ele incorporaria o patrimônio público municipal; que haveria economia de mais de R$ 130 mil só com alugueis pagos pela Prefeitura, que poderia acomodar secretarias e departamentos no espaço atual da Câmara; mas ainda assim o pensamento predominante é de que, por causa da pandemia, esse não é o momento” .

A reunião durou cerca de 2 horas na luxuosa sala da presidência do Legislativo, com presença de representantes de vários seguimentos, entre eles da Maçonaria, Codem, Acim, Ciesp e outros. “Como gestor, gostaria de manter essa visão de futuro, mas me curvei inclusive ao silêncio da maioria dos vereadores – e não àqueles que se aproveitaram da situação para receber aplausos da torcida, sem analisar o mérito da nossa proposta”, acrescentou o presidente.

Marcos Rezende se referiu claramente ao seu já desafeto, vereador Júnior Féfin, com a qual nutriu um embate áspero de palavras na penúltima sessão camarária. Féfin, alias, já havia preparado um documento para ingressar na justiça contra o processo licitatório, e junto com o vereador Eduardo Nascimento, se posicionaram publicamente contra a construção da obra faraónica. Os demais vereadores ficaram em silêncio.

Ao final de sua explicações o presidente declarou; “Daqui há 2 anos o cenário do Brasil será outro, diferente da crise da pandemia de hoje, mas não foi assim que entenderam”, finalizou.

Mais uma vez, a vontade do povo acabou influenciando em uma decisão importante para os cofres públicos municipais e o futuro da cidade. A manifestação popular deve sempre ser respeitada, afinal, em um estado democrático de direito a clausula pétrea da democracia deve sempre ser respeitada, ou seja; ” O poder emana do povo”.

O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA, que desde a publicação do edital se posicionou de forma contrária a construção e editou uma matéria completa a respeito do assunto com justificativas e esclarecimentos, se congratula com a presidência de nossa casa legislativa, pela grandeza de reconhecer o erro à tempo e corrigi-lo. Ao mesmo tempo, se congratula com toda a população que se manifestou nas redes sociais e, nos diversos veículos de comunicação de nossa cidade. JUNTOS por uma cidade mais justa, digna, humana, solidária e transparente.

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