No encerramento da reunião de Bispos sobre a Amazônia, neste sábado (26/10), o papa Francisco declarou que pretende criar um órgão dentro da Santa Sé dedicado exclusivamente a cuidados com a região. O departamento deverá ficar dentro do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, sob comando do cardeal Peter Turkson, de Gana. 

Francisco afirmou que a região amazônica é injustiçada. “A consciência ecológica vai em frente e hoje nos denuncia um caminho de exploração compulsiva e corrupção. A Amazônia é um dos pontos mais importantes disso. Um símbolo, eu diria”, disse. 

Na avaliação do papa, a maior importância do Sínodo dos Bispos foram os diagnósticos referentes às questões culturais, ecológicas, sociais e pastorais da Amazônia. Ele destacou que os problemas ambientais devem ser analisados dentro de seus contextos sociais, e que “não só se explora selvagemente a criação, mas também as pessoas”.

O papa Francisco acredita que a ecologia e as questões sociais devem caminhar juntas. “Na Amazônia há todo tipo de injustiça, destruição de pessoas, exploração de pessoas, em todos os níveis e destruição da identidade cultural”, lamentou. Ele lembrou que sua encíclica Laudato Si’, publicada em 2015, foi um marco para balizar o pensamento ecológico segundo as bases do catolicismo.Continua depois da publicidade

A autoridade católica também cobrou que a Igreja tenha maior sintonia com a juventude. Segundo Francisco, para o combate à questões ambientais, a Igreja precisa mirar no exemplo dos jovens, como a ativista sueca Greta Thumberg, citada pelo próprio papa, que atua na luta contra o avanço da atual crise climática. “Na manifestação dos jovens, como Greta e outros, eles levam um cartaz dizendo ‘o futuro é nosso’. Isso é a consciência do pedido ecológico”, afirmou. 

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