Com fim do “monopólio” na emissão do documento que permite meia-entrada em eventos, entidades estudantis vão ter de gerar recursos próprios.

Do movimento estudantil, se espera que seja a vanguarda da sociedade. Para o bem e também nos excessos, são os jovens que ocupam ruas, de forma destemida, com criatividade e humor. No Brasil, a UNE escreveu páginas gloriosas nas décadas de 60 em diante, até – no período pós-ditadura – se pôr a reboque de governos que adotaram a garotada militante como linha auxiliar.

Jovem que depende de mesada tem mais dificuldade de encontrar seu caminho e sua independência. Filhinhos de papai, os universitários e secundaristas cometeram esse erro. Acomodaram-se a receber uma grana considerável desde a implantação da carteirinha que garante meia-entrada em atividades culturais e de lazer.

Deixemos para outro momento a discussão sobre o estrago que os tais descontos causam no preço final dos ingressos (e no acesso da maioria da população, portanto). O que prevaleceu, o saldo (negativo) ficou sendo a irrelevância a que esses movimentos se submeteram em troca da mamata.

Sim, era uma mamata. Nada justifica aceitar esse paternalismo como algo benéfico, uma “conquista” ou qualquer outro escamoteio. O cala-boca provavelmente foi encerrado com a decisão do governo Bolsonaro em quebrar o “monopólio” da emissão de carteirinhas.

A meninada agora vai ter que fazer o que sempre a dignificou na luta política: gerar seus próprios recursos ٲ– e discursos e bandeiras e lideranças orgânicas. Mal não faz. Pelo contrário. 

É só lembrarmos das ocupações que ocorreram nas escolas públicas em 2016, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás, por exemplo. Coisa linda de ver. Não por acaso, a maioria da população apoiou. E não gastamos um tostão.

COM INFORMAÇÕES DO R-7

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