A instabilidade política de nossa cidade ganha mais um elemento com a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que tem por missão principal averiguar a conduta do prefeito Daniel Alonso e o secretário municipal da saúde, Cássio Luis Pinto, durante a pandemia e suas contribuições ou não para o agravamento das condições em que se encontra a a cidade no momento.

Assim está posto e, de fato, é imperioso entender o que se passa, principalmente determinar se houve culpa e omissão da parte do prefeito, com um sentido de urgência que salta à vista quando são divulgados dados relativos à questão e ao processo de vacinação com as quase 1700 vacinas aplicadas em pessoas não residentes na cidade e as vacinas vencidas que foram aplicadas segundo divulgou o jornal Metrópoles e Valor Econômico, além da Rádio Clube de Marília.

Esses assuntos, valem apena serem lembrados, pois, já alcançam repercussão nacional e em termos nada lisonjeiros, como ocorreu na manhã de ontem, sábado (8) com o manifesto na praça Saturnino de Brito em protesto pelas vidas que foram ceifadas nas filas da UPA norte e PA sul a espera de um leito. Até o último informe, a cidade já registrava 526 mortes e quase 23.000 mil contaminados, visto que por motivos não justificáveis os boletins já não são divulgados ao finais de semana.

Contudo, entre o que é dito e o que será feito poderá existir uma perigosa distância, com os cordões sendo manobrados, mais uma vez, não exatamente para chegar à verdade, ao melhor interesse coletivo. Poderá ser apenas um jogo de poder, onde uma espécie de barganha em que calejados políticos e outros que aprenderam depressinha o caminho das pedras, começaram a trabalhar para travar o processo demonstrando que a velha política está mais viva do que nunca na terra de Bento de Abreu que deve estar vomitando em sua sepultura.

Atitudes como a do vereador que ocupa o mais importante cargo desta comissão que é o de relator da CPI, recém-imerso das sombras, tido como oponente até antes do dia 15 de novembro último, que misteriosamente, de uma hora para outra retirou a sua assinatura do solicitação de uma assessoria especial e técnica que, realmente a situação necessita, pelo fato do mesmo reconhecidamente não possuir conhecimentos técnicos para avaliação de inúmeros documento.

E para nos deixar ainda mais abismado, porém não surpreso foi o fato de um assessor do poder executivo visitando o gabinete dos outros dois membros da comissão para ameaçar e desrespeitar os mesmos, refletindo bem o preocupação do futuro da governabilidade estar dependendo do que for ou não apurado pela CPI. Isto é inadmissível em pleno século XXI.

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O que fica ainda mais visível na preocupação da administração que convocou uma coletiva para dizer que nada teme e que a CPI trará apenas uma atestado de idoneidade, é também uma denuncia repentina que apareceu no MP seis meses após o processo eleitoral comprometendo o presidente da CPI no sentido de intimida-lo. É muito coincidência acontecendo ao mesmo tempo. Vejam aqui a responsabilidade que coloca o futuro de uma cidade em jogo.

Para uma cidade absolutamente fragilizada, seja por conta da questão sanitária, seja pelo somatório de problemas de gestão que agravam os problemas econômicos e de gestão que mexem com o cotidiano do mariliense, temos que ter a sanidade e a responsabilidade de afirmar que este cenário acaba por reduzir as chances de uma recuperação mais rápida de uma crise que provocou uma quebradeira geral e um desemprego em massa sem qualquer iniciativa do governo municipal para evitar este colapso não só pela pandemia, mas, por falta de iniciativa para o incentivo e economia e a geração de emprego e renda. A cidade está abandonada e isto, é fato.

Nenhuma barreira sanitária foi implementada no momento em que mais a cidade precisava para se proteger. Não existe fiscalização nos ônibus que realizam o transporte público e tampouco sanitização no terminal urbano e rodoviário ou nos principais corredores comerciais da cidade. Para piorar, a administração apenas seguiu as recomendações do governador João Dória, sem sequer esboçar um plano municipal de profilaxia e enfrentamento de forma criativa e responsável contra o vírus maldito.

É lamentável, mas, em um dia com hoje, Dia das Mães, quantos filhos não estão chorando pelas mães que partiram sem sequer o momento da despedida ou quantas mães não estão chorando e com o coração sangrando justamente pelo mesmo motivo ? Quantas vidas poderiam ter sido poupadas senhores (as) legisladores (as )???

Ninguém comenta nada, mas, os casos dengue também disparam por todas as regiões da cidade e o estado de abandono já foi por reiteradas vezes registrada e publicada aqui no JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA, o único JORNAL DA CIDADE DE LINHA INDEPENDENTE e que não depende de forma pública e meios políticos para ocultar a verdade.

Todos, absolutamente todos e especialmente os agentes públicos, deveriam, neste momento, estar com suas energias voltadas para a saúde pública, para encontrar meios e modos de acelerar a vacinação, sabidamente a única forma de controlar o vírus e deter a pandemia. Premissa, ao mesmo tempo, para avanços na economia, capazes de retirar da linha de extrema pobreza milhares de marilienses, alimentar os que têm fome, devolver empregos aos que não têm onde trabalhar e, aos empreendedores, chances elementares de sobrevivência, sem o que as rodas da economia não têm como girar.

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Não existe, ou não deveria existir, espaço para política de interesses e conveniências particulares, do poder, seja ele em que mãos estiver, sustentado pela troca de favores, pela prevalência do nefasto  “é dando que se recebe”, da velha política que parece mais viva e mais forte que nunca. Corrigir os erros que fizeram com que Marília chegasse a tão triste condição, sob riscos de proporções que não têm paralelo com qualquer outro ponto da história, passa a ser condição impositiva para que continue viva a possibilidade de olhar para a frente, de poder esperar o amanhã.

Eu sou Kaíto Jrº, Jornalista provisionado, Radialista formado, Ativista Social com um histórico na cidade a ser respeitado e editor responsável do JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA. Por esta razão, bem a vontade para comentar sobre uma situação tão delicada em que vive uma das cidades que mais arrecada no estado de São Paulo. Milhões e milhões foram enviadas para ações de combate ao coronavírus e, infelizmente não conseguimos assistir a aplicação destes recursos em resultados que pudesse resultar em preservação de vidas. A vida dos marilienses importam sim e, por este motivo eu assino este editorial.

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