A noticia a principio chamou a atenção nos mais diversos veículos de comunicação de nossa região, afinal, aparentemente é uma coisa anormal e fora do contexto. Porém a realidade nua e crua de nossa sociedade mostra que esta não é uma verdade absoluta.

A sociedade costuma rotular o traficante como um favelado, morador da quebrada ou da periferia, normalmente de vestes reprováveis como bermudão e camisão regata e com um tradicional boné na cabeça. Ledo engano, pois, nem sempre os verdadeiros mercadores da droga estão nos corredores e vielas, mas, bem tranquilos em sua mansões cercadas por muros de segurança e portaria eletrônica. Isto é em Marília e em qualquer parte deste Brasil afora.

Esta introdução apenas para retratar o fato de que o empresário Andrei Wesley de Almeida Conceição, de 35 anos, e o borracheiro Aflizio Nicolau Junior, 39, que foram presos no fim da noite de ontem domingo (23), pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Tupã (distante 75 quilômetros de Marília), com mais de 400 kg de drogas, continuam detidos e tomando café de canequinha.

Mais uma vez, há de se destacar a importância do disque denuncia que muita auxilia o trabalho dos investigadores. Segundo consta, a policiais da especializada tiveram conhecimento de que grande quantidade de entorpecentes estaria sendo transportada pela Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), e a carga poderia passar pelo município.

Dai para frente, entrou em ação o serviço integrado de inteligência e estratégia para monitorar a situação e lograr êxito na apreensão. Pelos relatos, as equipes da Policia Militar, Dise, DIG ( Delegacia de Investigações Gerais),e do Plantão Policial foram distribuídas ao longo da rodovia e posicionadas de forma estrategica.

Enquanto isto, na base da Polícia Militar Rodoviária, foi abordado um veículo Toyota Hillux, cujo condutor para nossa surpresa era um conhecido empresário de Marília que ao ser entrevistado demonstrou um nervosismo anormal e deu respostas confusas e contraditórias.

No capitulo seguinte, a casa literalmente caiu. Os agentes abordaram um caminhão, de cor branca, o qual o motorista também foi entrevistado e logo acabou entregando a “rapadura”, ou seja; admitiu de imediato que estava transportando 400 kg de cocaína e crack.

Na sequência, ambos foram conduzidos até a CPJ ( Central de Polícia Judiciária de Tupã ) para o registro da ocorrência. Houve então a constatação de que o caminhão transportava nada mais e nada menos que 200 tabletes de crack e 200 tabletes de pasta base de cocaína, em meio a uma carga de cebolas.

Diante do flagrante e da localização da grande quantidade de droga e das informações já colhidas pelos policiais, o empresário de Marília acabou confessando que estava fazendo a função de batedor do caminhão, ou seja, transitava à frente com o objetivo de identificar possíveis ações policiais.

E não parou por aí. Os policiais se deslocaram até a residência do empresário para mais diligências e chegaram a residência do empresário, um condomínio de luxo no fim da avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, zona leste da cidade, onde apreenderam ainda, a quantia de R$ 22 mil reais em espécie e documentos de alguns veículos.

Com isto, não houve remédio. O empresário e o condutor do caminhão foram autuados em flagrante por tráfico de drogas e associação ao crime permanecendo à disposição da Justiça. Além da droga, avaliada em aproximadamente R$ 5 milhões, foram apreendidos o caminhão, o veículo Toyota Hillux SW4, além de mais de R$ 22 mil.

O delegado titular da Dise, Flávio Delgado de Melo, declarou que a apreensão de ontem, domingo foi fruto de um intenso e complexo trabalho de investigação desenvolvido pela especializada, que procura combater o tráfico nos pequenos pontos de venda – as chamadas biqueiras -, bem como, o tráfico em larga escala, relacionado às organizações criminosas.

DIRETO DO PLANTÃO POLICIAL

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