O ministro da Educação, Abraham Weintraub, oficializou na tarde desta quinta-feira (18) sua saída do ministério. Na Internet, ele agradeceu o presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de “melhor Presidente do Brasil”, pela oportunidade.

A despedida foi acompanhada por um vídeo gravado ao lado do chefe do Executivo, no Palácio do Planalto, em que Weintraub diz não querer discutir os motivos de sua saída, mas agradece o apoio de seus entusiastas e do presidente da República.

“Estou fechando um ciclo, e iniciando outro”, anuncia. “Agradeço a honra que foi participar do seu governo, presidente, e desejo toda a sorte e sucesso nesse desafio gigante que é tentar salvar o Brasil”.

Weintraub disse que já vai começar o período de transição para o novo Ministro, que ainda não foi divulgado oficialmente. Ele não entrou em detalhes sobre a saída, mas disse que recebeu um convite para ser diretor do Banco Mundial. No mesmo vídeo, o presidente Jair Bolsonaro disse que o momento é difícil e que a confiança não se compra, mas se adquire.

A saída do ministro já havia sido antecipada inclusive por apoiadores do presidente. Desde a noite desta quarta-feira (17), Weintraub agradecia e curtia mensagens de apoio e despedida publicadas por bolsonaristas no Twitter.

ULTIMO ATO : Weintraub revoga política de cotas para cursos de pós graduação

A última ação de Weintraub como ministro da Educação realizou um antigo desejo do governo federal, que se opõe às ações afirmativas no sistema educacional brasileiro. Nesta quinta-feira (18), o ex-chefe da pasta revogou as políticas de cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação.

A portaria de Weintraub revoga um texto de 11 de maio de 2016, assinado por Aloizio Mercadante, então ministro da pasta. A medida valia para instituições federais de ensino superior, que deveriam ter um plano para inclusão para “negros (pretos e pardos), indígenas e pessoas com deficiiencia em seus programas de pós-graduação”.

A decisão do atual ministro da Educação não apresenta justificativas. Este pode ser um dos últimos atos de Weintraub a frente da pasta, já que há expectativa que ele seja demitido ainda nesta semana. No Twitter, a deputada federal Carla Zambelli já se manifestou  em tom de despedida: “Siga de cabeça erguida, como o grande homem que é”, afirmou.

Parlamentares tentam suspender revogação de cotas para negros

Parlamentares vão tentar tornar sem efeito a medida tomada pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, que acaba com a previsão de cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação de instituições federais de ensino. Ao menos dois projetos foram protocolados nesta quinta-feira, 18, um na Câmara e outro no Senado.

Segundo dados de 2015 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), negros eram 28,9% dos pós-graduandos, apesar de representarem 52,9% da população à época.

A portaria revogada era de maio de 2016, assinado pelo ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante, ainda na gestão de Dilma Rousseff (PT). A norma determinava que universidades deveriam criar regras para ações de inclusão em pós-graduações.

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