Um dos casos de maior repercussão nos últimos tempos em Marília, está prestes a chegar ao seu capítulo final, pelo menos é o que diz o texto emitido pelo comando da policia militar de nossa cidade em nota enviada à pedido, pela redação do JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA.

O caso ganhou manchete nos principais jornais do país e até na grande mídia de canais abertos de TV, ficando conhecido como o caso da carteirada e, envolvia ainda a vereadora professora Daniela, pois na oportunidade a filha da mesma dirigia o automóvel apreendido e, como mãe a mesma teria ligado diretamente para a Tenente Coronel Márcia Cristina Cristal Gomes, a outra envolvida no caso, não só pelo diálogo via fone com a vereadora, mas pela outra ligação que aconteceu logo após, ao sargento Allan, que acabou sendo gravada e posteriormente divulgada.

Com exclusividade, no último dia 09 de junho, nossa reportagem publicou uma matéria falando a respeito do inquérito aberto em desfavor ao sargento Alan Fabrício. Em outras palavras, ele foi submetido a um julgamento do CD ( Conselho de Disciplina), que irá definir o futuro do mesmo na corporação, ou não. Seu advogado de defesa, Drº Marcos Manteiga, chegou a gravar um vídeo comentando sobre a decisão. Confira abaixo a nota divulgada pelo 9ºBPMi a respeito do assunto.

Normalmente, o conselho de disciplina é convocado para avaliar a compatibilidade de um militar praça, permanecer ou não no cargo mediante a gravidade dos fatos ocorridos que justificaram a convocação do ato punitivo. Em síntese, o sargento Allan pode até perder o cargo, após mais de duas décadas de serviços prestados a corporação. Como o inquérito foi instaurado no dia 25 de maio, o mesmo deverá estar concluso em no máximo 15 dias.

Advogado de Defesa, Drº Marcos Manteiga, alega vingança e lamenta.

Na entrevista concedida ao JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA na ocasião, o Drº Marcos Manteiga declarou que estaria havendo uma vingança contra o seu cliente; “Isto não passa de um ato vingativo da Coronel Cristal, do Coronel Hudson e do Coronel Fernando Bigeschi contra o sargento Alan. O próprio Ministério Público declarou que não houve crime por parte do meu cliente e enviou o processo ao arquivo, no entanto, eles entraram com uma representação criminal no TJM ( Tribunal de Justiça Militar ). Já contra minha pessoa, entraram com um ação na OAB por denuncia caluniosa e danos morais. Isto é completamente descabido”, declarou ele.

Em forma de desabafo ele ainda questionou; “É no mínimo estranho os procedimentos que ocorrem de forma completamente distintas. Para se ter uma ideia o processo que abriria também um conselho de justificação para a então Tenente Coronel Cristal está parado na corregedoria e, enquanto isso ela foi graduada e conseguiu garantir sua aposentadoria escapando da punição”, relatou Drº Marcos Manteiga.

O que aconteceu com as outras partes envolvidas após o episódio.

Segundo o Drº Marcos Manteiga, a informação sobre a aposentadoria da ex-comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPMI), com sede em Marília, Márcia Cristina Cristal Gomes foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo no dia 10 de abril deste ano. A coronel foi promovida – de tenente-coronel para coronel – e aposentada no mesmo dia.

Já a vereadora professora Daniela foi submetido a uma CP ( Comissão Processante ) e acabou absolvida e reeleita para o cargo. Na ocasião a mesma se manifestou por meio de nota esclarecendo que, “em nenhum momento seu telefonema para a comandante tenente-coronel Márcia Crystal teve o objetivo de praticar tráfico de influência” e que foi apenas para ver se havia a possibilidade de não ter o veículo apreendido.

Relembrando algumas etapas do caso que repercutiu em toda a imprensa nacional.

Tudo começou quando o policial estava em uma operação na Avenida Cascata e acabou fazendo a autuação de um veículo conduzido pela filha da vereadora Daniela que passou pelo local. Depois de consultar no sistema, o policial constatou que o carro não tinha licenciamento e abordou a filha da vereadora na Rua Carlos Botelho.

O policial informou, no áudio, que deu a oportunidade para que ela fizesse o pagamento via aplicativo, mas a jovem e o pai, que chegou ao local mais tarde, teriam dito que não tinham condições. A situação se agravou depois que a vereadora Daniela D’Avila Alves, conhecida como Professora Daniela (PL), ligou para a tenente-coronel Márcia Crystal pedindo para que o policial não guinchasse o seu carro, que estava com a filha dela no momento da apreensão.

Em seguida, a oficial da PM ligou para o policial que guinchou o veículo e disse que ele deveria ter “bom senso” ao exercer suas funções ou seria transferido. O mesmo chegou mesmo a ser transferido, mas, segundo uma nota divulgada, teria sido para a realização de um curso na qual ele se classificou em primeiro lugar.

Na nota, a PM informa que “o militar envolvido na ocorrência reassumiu a mesma função em que se encontrava” e que seu afastamento após a polêmica se deu para que ele pudesse frequentar um curso de especialização para o qual já estava matriculado.

À partir daí, uma sequência de um audio que foi divulgado amplamente para a imprensa pode ter sido o principal fato desencadeante que pode culminar com a expulsão das fileiras do sargento Alan.

Nossa reportagem resgatou um dos trechos mais polêmicos da gravação realizada, onde a Tenente Coronel citava; “Porque você pura e simplesmente está fazendo algo que era desnecessário, infelizmente a gente tem esse tipo de contato dessa forma, você não ouviu as orientações que foram dadas, tá? Quem trabalha no trânsito tem que ter jogo de cintura e bom senso”, continua a tenente-coronel.

“Olha o que você tá causando, porque politicamente ela é vereadora. Não teve nem uma conversa, o que você está achando que você é?”, questiona no áudio.

Ainda na oportunidade, a Associação Coração Cinza Bandeirante esteve em frente do 9º Batalhão da Polícia Militar do Interior, em Marília, protestando a favor do sargento Alan Fabrício Ferreira. A associação é formada por ex-policiais militares que foram expulsos ou demitidos da corporação. Integrantes de todo o Estado estiveram presentes no protesto.

Nas redes sociais diversas manifestações também ocorreram em apoio ao policial. Como já citamos, o caso datado do dia 25 de maio tem um prazo de 60 ( sessenta ) para a sua conclusão, ou seja, até no máximo dia 25 deste mês deverá ser proferida a tão aguardada sentença final.

Quando concedeu a entrevista exclusiva, Drº Marcos Manteiga desabafou ao final; “É lamentável o que está ocorrendo com um policial que cumpriu sua função. É o poder político contra o poder militar. Quero que fique registrado nos anais da história que estão maculando uma das mais importantes instituições levando este julgamento pelo lado pessoal, pela vingança e pelo desejo político, mas, de uma coisa eu tenho certeza, a Coronel Cristal não tem coragem de andar de cabeça erguida na cidade de Marília”, concluiu.

Nossa reportagem tentou por diversas vezes um contato com o sargento Alan Fabrício e sua esposa, mas, infelizmente, os mesmos não atenderam as ligações. Nossa reportagem estará acompanhando esta que será a etapa final deste inquérito que, com certeza é muito aguardado pela população mariliense.

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