Em 25 de junho último o JORNAL DO ÔNIBUS MARILIA divulgou com exclusividade um lote de vacinas prestes a vencer em unidades de saúde de Marília. Na oportunidade, reiteradas tentativas de contato com o secretario municipal da saúde foram realizadas, no entanto, infelizmente não obtivemos sucesso e o motivo do derrame de vacinas não foi explicado.


Na tarde de ontem ( 21), novamente uma denuncia anonima chegou a nossa redação de forma espontânea, onde, mais uma vez, uma funcionária ( de uma unidade de saúde diferente ) por receio de represálias decidiu não se identificar. Segundo seu relato, seria esta a segunda vez que tal fato ocorre, desde que a mesma trabalha na rede. “eu não sei o que está acontecendo porque ninguém explica nada, apenas manda aplicar nas gestantes. Eu trabalho à 20 anos na rede e nunca isto ocorreu, sendo a segunda vez neste ano. Se acontecer alguma coisa com alguma paciente, a culpa vem em cima de nós”, finalizou.


Trata-se da vacina acelular contra difteria, tétano e coqueluche (dTpa) normalmente utilizada e aplicada preventivamente em gestantes e que consta no Calendário Nacional de Vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


Em pesquisa de mercado realizada em junho ultimo, foi possível levantar o preço de cada frasquinho em clinicas particulares com valores que oscilam de R$165,00 até R$207,00 reais a dose, ou seja, mais uma vez um grande desperdício prestes a acontecer visto que, pelo que apuramos será impossível utilizar todos os frascos até o dia 30 deste mês.


Já no inicio da noite de ontem mesmo ( 21), conseguimos um contato com o Secretário Municipal da Saúde, Ricardo Mustafá que gentilmente nos atendeu e explicou que realmente o fato ocorreu, no entanto, o mesmo transferiu a responsabilidade para o ministério da saúde; ” O fato é real, mas, não foi responsabilidade nossa. O ministério já nos enviou o lote com a data da validade próximo ao vencimento. Pelo que fomos informados através de documento, eles teriam comprado uma quantidade acima do necessário e, por esta razão, estariam “desovando” por unidades de saúde de todo o pais”, declarou.


Segundo ainda o secretário municipal a orientação foi inclusive para ser utilizado nos funcionários das unidades; ” Ainda faltam alguns dias para o vencimento, e não existe nenhum risco, tanto é que orientamos a utilização até mesmo nos funcionários das unidades”, complementou. Mustafá descartou a possibilidade de haver armazenamento em excesso na secretaria ou boicote por parte de alguém.

O documento citado pelo secretário comprovando a veracidade da informação ficou de ser enviado ao email de nosso jornal, mas, até a publicação desta matéria nada nos havia sido remetido. As vacinas foram fabricadas em setembro de 2016 e com vencimento neste mês de agosto. Em nossa reportagem anterior, as vacinas foram fabricadas em julho de 2016 e com vencimento no mês de junho de 2019.


Na manhã de hoje, percorremos três unidades de saúde e checamos que em média foram distribuídas em torno de 40 frascos em cada unidade e, que deverão ser utilizadas até o próximo dia 30 de agosto. Apesar da boa vontade e índole inquestionável de Ricardo Mustafá, a secretaria da saúde é hoje um dos principais alvos de críticas e cobranças por parte da população que, questiona a constante falta de fraldas geriátricas e alguns medicamentos comuns ou de uso controlado.


A importância da vacina dTpa para a mãe e o bebê


A vacina é uma dose única e é capaz de proteger mãe e bebê contra três doenças graves. Ela é conhecida como dTpa, ou tríplice bacteriana acelular do tipo adulto, que imuniza contra difteria, tétano e coqueluche.
A dTpa é uma das vacinas previstas no Calendário de Vacinação das Gestantes e deve ser aplicada nas futuras mães a partir da 20ª semana de gestação, com uma dose somente. A vacina acelular é segura para a grávida e o bebê.


De acordo com a coordenação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), o objetivo da vacina dTpa em gestantes é diminuir a incidência da coqueluche, principalmente nas crianças de 0 a 2 meses de idade. A mãe recebe a vacina para evitar que ela fique doente e transmita a doença para o filho, quando nascer. Assim, não se tem a transmissão vertical, como chamamos. Ela também passa a imunidade passiva, de mãe para o feto.

Quando a criança nascer terá anticorpos protetores até que ela possa receber a vacina dTp na Pentavalente, aos dois meses de vida.
Para receber a dTpa, a grávida não precisa de prescrição médica. Basta procurar uma das salas de vacinação espalhadas por cada unidade de saúde do município, apresentar a Caderneta da Gestante e se vacinar gratuitamente. A partir da 20ª semana, quanto mais precoce a gestante tomar a vacina, mais ela tem chance de criar uma maior quantidade de anticorpos.

Vacinação para gestantes

O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações, oferta quatro vacinas para gestantes: dTpa (difteria, tétano e coqueluche); dT (difteria e tétano); hepatite B; e gripe, esta ofertada durante campanhas anuais.


Além de zelar pela própria saúde, a gestante transfere os anticorpos obtidos com a vacinação — primeiramente por meio da placenta e, depois, pelo leite materno. Essa proteção é fundamental nos primeiros meses de vida da criança, já que o sistema imunológico ainda está se desenvolvendo e fortalecendo.




error: Conteúdo protegido por direitos autorais.