Após as primeiras sessões da Câmara Municipal de Marília após o recesso, ficou evidenciado um embate politico que pelo visto vai se desenrolar ainda por um bom tempo. Os personagens do ringue se apresentam, sendo de um lado, os vereadores Agente Federal Junior Féfin e Eduardo Nascimento e do outro o prefeito Daniel Alonso e seu staff.

Na realidade, este confronto já se arrasta desde o segundo semestre de 2021 de uma forma mais intensa e começou o ano de 2022 com toda a carga, ganhando ainda o reforço do vereador Rogério das Graças com canhões direcionados para o secretário da saúde, Cássio Luiz Pinto Junior. A administração municipal está ultrapassando a casa dos 1870 dias com um segundo mandato conquistado em cima da falta de adversários, e ainda por cima, perdendo na somatória geral para os votos brancos, nulos e as abstenções.

Ainda com pendências de promessas realizadas na primeira campanha em 2016, a gestão que se autodenomina “expertise”, quase nada apresentou para a população mariliense, que já está desapontada com a mediocridade de seu governo. Abundam denúncias de irregularidades e até apuração de crime de responsabilidade cometido pelos seus assessores diretos. Recentemente a Policia Federal realizou uma segunda “visitinha” para a coleta de novos dados sobre a investigação que apura irregularidades em processos licitatórios. Novos fatos podem surgir nos próximos dias….

Do outro lado, já se encontra nas mãos da justiça, a denuncia de extorsão por parte do vereador Eduardo Nascimento que teria, segundo o prefeito, solicitado R$230 mil para declinar seu apoio em votações de projetos nas sessões camarárias em favor do poder executivo. A exemplo do prefeito municipal e seus assessores, o parlamentar também alegou inocência. Resta agora, acompanhar os próximos capítulos que, com certeza não irá acabar bem. O prejuízo e o desgaste eleitoral são certos, afinal, não tem como fazer omelete sem quebrar os ovos.

Poderíamos elencar uma série de questões polêmicas desta administração, desde a volta da indústria da multa, ruas esburacadas, abandono da cidade, até a área da saúde, sem duvida a mais escandalosa por falta de uma administração seria com o trato do dinheiro público. Fechamento de UBS’s para economizar recursos, GASTOS EXORBITANTES COM PUBLICIDADES EM SITES DE NOTICIAS, falta de médicos, escassez de medicamentos e fraldas geriátricas, além de uma condução questionável do enfrentamento da pandemia são alguns exemplos. Mas, o foco do editorial desta edição não é esse.

Meus amigos (as), relato aqui, saudades dos tempos de Pedro Sola, Theobaldo de Oliveira Lyrio, Octávio Barreto Prado, Armando Biava, Miguel Argolo Ferrão, Adorcínio de Oliveira Lyrio e tantos outros que por aqui passaram, deram sua cota de contribuição e saíram da prefeitura do mesmo jeito que entraram sem escândalos ou quaisquer pendências jurídicas.

Verdade é que, nas últimas quatro décadas a cidade de Marília coleciona uma série de escândalos políticos que consagram a cidade de forma negativa em todo o Brasil. Para quem não sabe, o município é o campeão de ações judiciais nos tribunais do estado e da união com denuncias, investigações e muitas condenações. Infelizmente, pelo menos, até o momento, apenas um chefe de gabinete chegou a ser preso por alguns dias e um ex prefeito está foragido a espera da conversão da pena para regime domiciliar.

Como se vê, a morosidade da justiça acaba incentivando a ação daqueles que assumem o poder e logo escorregam “nas facilidades” do manuseio do dinheiro público. O que está em questão aqui é o quanto a cidade perde com isto. Além dos desvios de dinheiro que já ocorreu, a fama da politicalha aqui existente afugenta investimentos e fortalece ainda mais o “famoso grupinho dos seis” que comandam a cidade e implantam a ditadura de interesses onde a bola da vez é a construção de condomínios de auto padrão em sua maioria desrespeitando o plano diretor da cidade. O Importante mesmo é o plano de enriquecimento dos mesmos e pronto, mas, este é outro assunto que foge do nosso foco.

A onda de denuncismo via tribuna da Câmara com documentos que já chegaram ao Ministério Público e Policia Federal e as denuncias contra o nobre edil, apenas repete os capítulos anteriores para fomentar o cenário politico para 2024. Caso sejam confirmadas, a cidade novamente será destaque nos principais jornais e revistas do país, mais uma vez maculando a imagem daquela que já foi a cidade que mais se desenvolveu no mundo e chegava a importar mão de obra de outras cidades. Por falar nisto, você se lembra de qual foi a última indústria de grande porte a se instalar por aqui???

Não compete a nós do JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA, acusar este ou aquele, afinal a justiça está aí, justamente para isto, mas, destacar a importância do voto para uma cidade como esta. Esta na hora de mudar as figuras, quebrar o sistema operante e dominador e tomar como exemplo o que ocorreu em cidades como Maringá (PR), São Carlos (SP), Presidente Prudente (SP), Araçatuba (SP) e tantas outras que deram um basta no modelo de gestão política monopolizadora e coronealista para implantar gestões compartilhadas com os interesses dos munícipes.

 É inadmissível uma cidade com quase 250 mil habitantes, estar parada no tempo, cercada de pedágios e ainda com tempo para discussões e acusações. É preciso mais profissionalismo e menos politicalha, mais ação e menos discussão. Uma cidade prestes a completar 100 anos e que sequer para discutir a cidade que queremos, justamente porquê a guerra de interesses pessoais sobrepõe sobre as necessidades do povo e principalmente daquela que poderia ser uma pequena metrópole se não fosse os estragos provocados justamente pelos personagens decanos destes escândalos. Eu sou Kaito Junior, o ombro dos amigos dos bairros. Falei e tenho dito.

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