As atenções, da grande mídia pelo menos, estão concentradas na eleição presidencial, em parte refletindo um sentimento comum a grande parte da população, que parece ter quase como ideia fixa encontrar um salvador da pátria que tenha boas respostas para todos os problemas. Definitivamente a experiência ensina que não deveria ser assim, que esta figura não está no radar, na realidade nem sequer existe. Não existe porque não existe e, de qualquer forma, não funcionaria no nosso sistema político, em que projetos, programas e até decisões de rotina dependem das bênçãos do Legislativo, alcançadas de forma nada ortodoxa.

Dito de outra maneira, e voltando a um ponto sobre o qual temos insistido em nossos comentários sobre a votação de outubro, pouca diferença faz se A, B ou C ganhará a cadeira principal do Palácio do Planalto se os eleitores não se derem conta da importância crucial de boas escolhas para as cadeiras da Câmara e do Senado, o que vale de igual forma nos planos estadual e municipal. E como engolir que o mesmo e velho expediente de buscar celebridades, verdadeiras ou falsas, para concorrer, puxando votos para o partido que representa e abrindo vagas para quem não tem votos, prossiga como padrão. Tem sido assim e quem examinar, por exemplo, as pesquisas prévias relativas à escolha do senador por São Paulo entenderá de que estamos falando, qual a natureza de nossos temores.

Em resumo, a representação popular, que tem como locus exatamente o Legislativo, é esvaziada e neste ponto reside a fragilidade do sistema político brasileiro. Caberia indagar, diante de alguns dos nomes apresentados, quase todos eles espertamente cooptados pelos partidos políticos, se realmente não faria sentido, conforme já se cogitou, de submeter os pretendentes a uma espécie de filtro prévio e não apenas nos tópicos relativos à idoneidade. Afinal, como alguém já mencionou, se um funcionário público efetivo só conquista esta posição se aprovado em concurso, por que, afinal, não exigir algum tipo de habilitação de quem terá pela frente obrigações ainda maiores?

Um processo de depuração cuja necessidade pode ser facilmente percebida, ao mesmo tempo que é de difícil contestação. Enquanto não se cumpre essa virtual utopia, que adequadamente entendida protege a representação que define o sistema democrático, além de contribuir para o aprimoramento da gestão pública, então que seja melhor e mais fortemente difundida não apenas a importância do voto, da participação, mas, igualmente, da sua qualidade.

Há quem diga, pior que está não fica, mas, podem ter certeza, fica sim. A eleição do atual legislativo mariliense prova isto. Pior realidade é a experiência que o eleitor já teve de quem está no cargo e nada produziu nestes 4 anos, mas, com peroba na face, retorna neste último ano prometendo mundos e fundos e pedindo seu voto. Não podemos matar nossas esperanças novamente, pois, outros municípios estão se organizando e crescendo em uma velocidade avassaladora.

Resta a todos os eleitores repensarem seu voto e refletir sobre os últimos processos eleitorais. A pergunta que se deve fazer é uma só; “VOCÊ ESTÁ CONTENTE COM O POLÍTICO QUE VOCÊ AJUDOU ELEGER NA ÚLTIMA CAMPANHA”?

Marilia precisa de uma mudança brusca, optando por novos quadros que irão surgir neste processo eleitoral. Gente nova, para romper com os paradigmas e sistemas que estão travando a cidade. Não é simples e não será fácil, tão certo quanto o fato de que, enquanto não acontecer, o futuro continuará sendo adiado e a cidade  continuará cada vez mais despencando nos índices que realmente importam para a melhoria na qualidade de vida de sua população. FALEI E TENHO DITO.

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.