O número total de casos confirmados na China aumentou para 2.744; especialistas suspeitam que o número de infectados possa ser muito maior.

O número de mortos por coronavírus na China subiu para 81 nesta segunda-feira (27), de acordo com a agência de notícias Reuters. Das 81 mortes, 76 aconteceram na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, considerada o epicentro da doença.

Em uma tentativa de conter a propagação da doença, o governo chinês suspendeu as comemorações do Ano Novo Lunar e estendeu o feriado até o dia 2 de fevereiro. Grandes empresas fecharam as portas ou disseram aos funcionários para trabalhar de casa.


O premiê chinês, Li Keqiang, visitou a cidade de Wuhan, o epicentro do surto, para sinalizar que está respondendo seriamente ao surto. O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou que está a caminho de Pequim para “estreitar a colaboração” com a China. Na última quinta (23), a organização afirmou que “ainda é cedo” para declarar emergência internacional por coronavírus.

As ações asiáticas caíram, com o índice Nikkei, do Japão, recuando 2% – a maior queda em um dia dos últimos cinco meses. A queda ocorre na medida em que os investidores ficaram cada vez mais preocupados. A demanda aumentou para ativos seguros, como o iene japonês e as notas do Treasury. Na Europa, as bolsas também operam em queda.

Casos confirmados

O número total de casos confirmados na China aumentou para 2.744 – cerca de metade deles estão na na província de Hubei, cuja capital é Wuhan, epicentro da doença.

Especialistas suspeitam que o número de pessoas infectadas seja muito maior, já que o vírus pode se espalhar antes que apareçam os sintomas, como febre, tosse, dificuldade em respirar e falta de ar.

O Sri Lanka confirmou o primeiro caso de coronavírus no país nesta segunda-feira (27), segundo a agencia de notícia Reuters. “Uma senhora chinesa, de 40 anos, chegou no dia 19 como turista (no Sri Lanka) e adoeceu no dia 25. Foi confirmado como coronavírus após um teste nesta segunda-feira”, disse à Reuters, Sudath Samaraweera, epidemiologista chefe do Ministério da Saúde do Sri Lanka.

Restrições de circulação

As medidas de restrição de circulação e de viagens vêm sendo adotadas para evitar a propagação do vírus.

No território semiautônomo de Hong Kong, na China, oito casos foram confirmados. As autoridades proibiram a entrada de visitantes que estiveram em Hubei nos últimos 14 dias. A proibição não abrange os moradores de Hong Kong.

Em Macau, que teve pelo menos um caso confirmado do coronavírus, há uma proibição semelhante aos que chegavam de Hubei, a menos que eles possam provar que estão livres de vírus.

A cidade de Haikou, na ilha de Hainan, no sul da China, disse que os turistas de Hubei ficarão em quarentena por 14 dias.

“O povo de Hubei está sendo discriminado”, reclamou um morador de Wuhan na plataforma de mídia social Weibo.

Transmissão do vírus

O ministro da Comissão Nacional de Saúde da China, Ma Xiaowei, disse neste domingo (26) que o novo coronavírus pode se espalhar antes mesmo do aparecimento de sintomas.

Segundo a Reuters, Ma afirmou ainda que a capacidade de transmissão do coronavírus está se fortalecendo e reforçou as ações de contenção, que até agora incluem restrições de transporte e viagens e o cancelamento de grandes eventos, serão intensificados.

Casos confirmados de coronavírus pelo mundo. Sri Lanka é o último a confirmar novo caso.  — Foto: Arte/G1

Painel reúne informações de agências governamentais dos EUA, Europa e China. Mais de 2,8 mil casos foram registrados

O Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas (CSSE) da universidade Johns Hopkins, em Baltimore (EUA) desenvolveu um painel online que mostra em tempo real novos casos relatados do coronavírus detectado na China, e suspeito de ter vitimado mais de 80 pessoas.

Os dados são coletados de várias fontes, incluindo OMS, Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, Comissão Nacional de Saúde da China e DXY (um site chinês que agrega relatórios de situação local de maneira mais efetiva do que a fonte oficial do governo).

Como Wuhan é um importante centro de transporte aéreo na China central, e com a proximidade do Ano Novo Chinês (no último dia 24), estratégias sem precedentes de controle de surtos foram implementadas na região – incluindo a suspenção de todos os transportes públicos e viagens aéreas, colocando todos os milhões de habitantes da cidade em quarentena.

COM INFORMAÇÕES DO G1 E OLHAR DIGITAL

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