A informação nos chegou no final da tarde de ontem, terça feira ( 2 ) quando um grupo de professoras procurou a redação do JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA para em forma de desabafo, pedir um socorro como ultima instância em meio a grande turbulência vivida por cada uma.

Em meio a prantos uma das professoras da rede municipal nos relatou uma pressão absurda sofrida pelos profissionais da educação na gestão do atual secretário da educação, Helter Rogério Bochi. 

Já no final da tarde de hoje, uma outra professora nos contactou para relatar o mesmo episódio e, por coincidência, a mesma estava em atendimento em um hospital sendo medicada pelo stress dos últimos meses; ” eu não aguento mais, eu vou surtar”, foram suas palavras ao telefone.

Braço da Professora da rede municipal em atendimento por sobrecarga emocional ( Stress )

Devido a gravidade do problema, solicitamos um documento oficial do GRUPO DE PROFESSORAS relatando os fatos para que pudéssemos ouvir uma explicação do secretário municipal ou da própria administração. Vale lembrar que, devido as ameaças relatadas por elas, estamos a fazer valer o sigilo da fonte, sendo que, no entanto, conseguimos acesso a vários depoimentos e print’s que nos dão total veracidade ao teor do protesto.

Diante dos fatos, o grupo de Professoras se reuniu e redigiu então uma carta denuncia que segue abaixo com a exclusividade do JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA. Confira a íntegra do documento ;

CARTA ABERTA A POPULAÇÃO E AOS SENHORES PAIS DE ALUNOS ; Professores da rede municipal de ensino de Marília vivem, nesse período de pandemia, dose dupla de agonia e preocupação. Como parte de um grupo de profissionais que devem estar no último setor de retorno à normalidade das atividades profissionais, vivem o drama de, por um lado, terem que entender essa necessidade pela natureza do trabalho e, por outro, a estressante rotina das exigências as quais estão sendo submetidos para a execução dos trabalhos em home office. Segundo informações de professores que solicitam o anonimato, declarando que até mesmo ameaças são feitas se alguém para que não se posicionem nas redes sociais, as exigências estão superando em muito as da rotina, quando do trabalho presencial. São exigências que vão além da elaboração das atividades e disponibilização das mesmas na plataforma google classroom; Os professores, segundo relatam, além de ficarem de plantão na plataforma, ainda tiveram que criar grupos em seus celulares pessoal para atender as demandas dos pais, que não respeitam horários e dias para se comunicarem. Sem falar no preenchimento de planilhas, ainda precisam estar ficando disponíveis com elaboração de relatórios e extenuantes resenhas e resumos, 2 ou 3, que semanalmente são obrigados a fazer. Detalhe: com salários sendo escalonados, estão pagando para trabalhar com o aumento no consumo de energia e uso de internet, bem como investimento em equipamentos eletrônicos. Despesas que não são contabilizadas em seus relatório. Para os professores que se encontram em dedicação parcial – professores que se encontram afastados da sala de aula em função de doença desenvolvida em serviço, física ou psicológica – o fardo é tão ou mais pesado. Inferiorizados que já se sentem, e muitas vezes são tratados pela condição que se encontram, a maioria está se vendo obrigada a usufruir de direitos, licença prêmio, e, na ausência desta, acumular saldo negativo em banco de horas a serem pagas ao final da pandemia, segundo escala da secretaria da educação. Um grupo significativo desses professores, e que também solicitam o anonimato devido as ameaças que também sofrem para a não exposição da situação, afirma que poderiam estar cumprindo horário em seus locais de trabalho, já que representam no máximo 2 por escola em cada período, podendo manter distanciamento seguro, e realizando atividades que poderiam servir de suporte aos colegas que estão sobrecarregados; queixam-se da falta de isonomia, visto que uma pequena parte de professores que se encontram na mesma condição, estão podendo trabalhar em suas respectivas sedes; Sentem-se a margem dos estudos e da rotina estabelecida para este momento, humilhados e desvalorizados, tendo sequer abertura para diálogo e negociação amigável.

Após o envio do documento, foi nos confidenciado um fato gravíssimo, ou seja, que infelizmente e devido as pressões e a sobrecarga, uma professora teria tentado o suicídio a dias atras, mas, o assunto estaria sendo abafado a sete chaves, segundo elas. Uma outra professora confirmou que a mesma está sob acompanhamento psicológico, mas completamente abalada.

Um outro fato de bastidores é que, até alguns maridos revoltados com a situação de suas esposas procuraram pessoalmente o secretário para que tomasse providência procurando amenizar a situação. Essa iniciativa teria resultado em algumas negociações pontuais em escolas setoriais, que foram negociadas entre as professoras e a gestão, porém, a grande maioria não teria sido contemplada nas demais escolas da rede.

Devido ao horário da publicação desta matéria, tornou-se inviável o contato com a assessoria de imprensa para que pudesse nos enviar a versão do secretária municipal da educação ou da própria administração municipal, no entanto, como tradição de nosso jornalismo independente, deixamos o espaço aberto para que os mesmos possam se manifestar a respeito.

DIRETO DA REDAÇÃO

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.