“Parecia véspera de natal”. Essa foi a frase de uma munícipe a nos contactar via telefone para relatar a sua indignação. Ontem o primeiro dia da reabertura do comércio foi marcado por intensa movimentação de pessoas na região central da cidade, com aglomerações e filas.

No principal corredor comercial da cidade, na rua São Luis, e, nas transversais nove de julho e Prudente de Moraes, a circulação de clientes, incluindo famílias inteiras, foi registrada ao longo de todo o dia.

As lojas abriram às 10h e, até o fechamento, às 16h, as quadras do Mini Calçadão seguiram tomadas de gente. A maioria utilizava máscara de proteção contra a Covid-19, mas um número considerável abriu mão do acessório ou o utilizou, por vezes, cobrindo apenas o queixo, ou sequer utilizando. Chegamos a ver Mãe com criança de colo sem proteção alguma, por incrível que pareça.

O grande movimento – semelhante aos registrados em véspera de datas comemorativas, como o Natal – foi comemorado pelos comerciantes. Mas, entre eles, teve também quem demonstrasse preocupação, já que a falta de cuidados de parte da população para minimizar o risco de transmissão da doença pode fazer com que o volume de casos cresça na cidade que, até ontem registrava 96 casos.

“Nosso maior medo é que o comércio seja fechado novamente. Ficamos 70 dias sem trabalhar, vendendo apenas por delivery ou retirada na porta, e sabemos o quanto foi difícil”, comenta I.N.C, gerente de uma loja de confecções localizada na São Luis.

Ela conta que a grande procura por confecções de inverno fez com que o estabelecimento – que tem autorização para receber apenas 10 pessoas por vez – registrasse fila na porta durante as seis horas de funcionamento. “Fizemos marcações no chão para que os clientes fiquem a uma distância mínima um dos outros, mas nem todo mundo respeita. Precisamos ficar alertando o tempo todo”, detalhou.

Nossa reportagem registrou alguns momentos de congestionamento e filas nas calçadas sem uma justificativa plausível. Confira a sequência;

A verdade é que; de forma precipitada, filas foram registradas em frente de diversas lojas de departamentos no dia de ontem, segunda-feira (1). As pessoas abordadas pela nossa reportagem alegaram que o objetivo era pagar boletos vencidos, mas alguns também admitiram interesse por eventuais ofertas, embora não tenha sido constatada nenhuma grande promoção nas mídias em geral.

Na realidade, até os fiscais foram pegos de surpresa e não nada puderam fazer por falta de um planejamento estratégico. Poucos se atentaram para distância mínima de dois metros nas filas. As aglomerações persistiram depois das 10h – horário de abertura – já que os estabelecimentos tiveram obrigação de controlar o acesso, para evitar lotação no interior das lojas.

Segundo informações, um novo plano foi montado para este segundo dia que, poderá ser amenizado pelas condições do tempo que promete chuva já no inicio da tarde e, que se apresenta parcialmente nublado.

Apesar de estar na fase 2 (laranja) no Plano São Paulo, do governo do estado, a prefeitura permitiu a abertura de estabelecimentos previstos na fase 3 e na fase 4, como as academias. Em síntese, a sorte está lançada e somente os próximos dez dias poderão definir a sentença da decisão tomada pela administração. O comércio precisava realmente reabrir, mas, algumas medidas mais agressivas deveriam ter sido tomadas para inviabilizar as aglomerações. A fatura já está aberta, só falta agora chegar a conta, isto se o TJ de São Paulo não intervir antes.

DIRETO DA REDAÇÃO

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.