Com pouco mais de 3300 eleitores o processo eleitoral foi considerado baixíssimo levando em conta o número de eleitores na cidade e caracterizando a falta de uma política de conscientização junto à população. 

Em uma das mais tumultuadas eleições do Conselho Tutelar de Marília, além da desorganização, longas filas, atraso no inicio do processo eleitoral, boca de urna, transporte irregular de eleitores e até ameaças, o processo registrou uma baixíssima presença de pessoas com apenas 1,9% ( 3320 ) do atualizado numero de eleitores aptos na cidade ( 175.613 ) .

A falta de interesse por parte da população caracteriza uma desinformação total do cidadão para um tema de suma importância. Em uma rápida pesquisa, não identificamos nenhum trabalho de conscientização realizado nos bairros e entidades de movimentos organizados como multiplicadores.

O que se percebe é que a polarização que tomou conta da política brasileira nos últimos anos chegou às disputas pelas vagas nos conselhos tutelares. Ao contrário de Marília, Milhares de pessoas em todo o país foram aos pontos de votação neste domingo (6/10) para escolher os nomes que assumem em 2020 os órgãos responsáveis por zelar pelos direitos da criança e do adolescente.

Em meio às disputas ideológicas que envolvem temas como “escola sem partido” e “ideologia de gênero”, os Conselhos Tutelares são considerados órgãos fundamentais por grupos religiosos e movimentos sociais. Por esta razão enfatizamos a necessidade de um maior envolvimentos dos movimentos sociais da cidade que rotineiramente acompanham o dia a dia das crianças assistidas pelo Conselho Tutelar.

Neste domingo, o local de votação ( CEESJA ) teve um grande público apenas nas primeiras horas, mas, devido ao atraso, muitas pessoas desistiram, no entanto, o forte clima político e longo tempo de espera nas filas, que ultrapassava mais de uma hora, mesmo depois da organização dos trabalhos que, só ocorreu quase no final da manhã, conforme matéria que publicamos ainda no dia de ontem, domingo ( 06 ) .

Nossa reportagem tentou um contato com a Presidente do CMDCA de Marília, mas, infelizmente não obteve sucesso, no entanto, a secretária geral Lucia Helena Chagas, nos atendeu prontamente e de forma solícita também manifestou sua tristeza pela fraca presença de pessoas; ” Infelizmente o povo ainda não tem consciência sobre a relevância do tema e a importância da participação e o envolvimento para uma discussão mais ampla sobre os direitos da criança e do adolescente”, citou.

No que diz respeito a desorganização e a decisão de apenas um local para se concentrar o processo eleitoral ela declarou; ” Infelizmente não temos material humano suficiente para realização de um processo eleitoral com grande fluxo de pessoas, o CMDCA não tem funcionários e conta apenas com a ajuda de poucos voluntários e o restante fomos obrigados a pagar com recursos do próprio Conselho, porque de graça ninguém vai e o servidor precisaria ganhar pelo menos uma compensação para que isso ocorresse. Por esta razão, centralizamos em um só local”, complementou.

Sobre o problemas com as urnas eletrônicas, Lucia, lamentou o ocorrido citando problemas com a internet local e ainda sugeriu a participação do próprio TRE; ” Com o suporte das urnas eletrônicas e de um pessoal mais técnico para o processo eleitoral facilitaria em muito, sei lá, seria uma sugestão a ser estudada, assim como, o próprio envolvimento do poder público, independente de quem seja, cedendo servidores para auxiliar, no entanto, os compensando pelo dia de trabalho”, declarou ela.

No que diz respeito, as denúncias ocorridas que envolvem boca de urna e outras irregularidades como transporte de eleitores e que foram encaminhadas ao MP, o próprio Promotor, Drº Gustavo Henrique de Andrade Cordeiro ( que estava no local ) irá apurar as que foram protocoladas e, após sua análise será feito um relatório e enviado para o CMDCA; ” Normalmente ele avalia cada caso e depois nos envia para que haja uma análise final dos conselheiros”, finalizou.

Em Marília, foram reeleitos seis membros que são unânimes em lamentar a falta de eleitores e um maior envolvimento da população. Na somatória geral, os 10 eleitos conseguiram pouco mais de 1800 votos. Confira abaixo a relação dos eleitos e atente-se para uma falha de digitação do folder na 5ª colocada, pois, onde se lê 247, é favor considerar 147.

ATENÇÃO : Esta relação não é oficial, pois, em razão das denuncias ocorridas existe a possibilidade de impugnação de candidaturas. Voltaremos ao assunto com mais informações…

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.