Em tempos de COVID19 é importante que estejamos atentos aos impactos sociais e econômicos sobre a vida das mulheres, pois bem, quero começar este texto trazendo a frase de Simone de Beauvoir: “Basta uma crise política, econômica e religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados”.

Considerando que o Patriarcado reforça os papéis de gênero e estereótipos sociais que atribuem à responsabilidade doméstica e o cuidado dos filhos em sua maioria às mulheres;

Considerando ainda que à orientação da Organização Mundial da Saúde, do Ministério de Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais, as crianças não poderão ficar em contato direto com os avós;

Considerando também a recessão econômica dos nossos tempos e a que ainda virá, que vai gerar muitos desempregos;

Cabe refletir que tempos de crises como a Pandemia do Coronavírus, às mulheres certamente ficarão com seus filhos em casa, podendo com isso sofrer perdas salariais e o risco de desemprego. Para mulheres que sofrem violência doméstica, fazer a ruptura de ciclos de violência tornar-se-á ainda mais difícil por conta da dependência financeira para manter a si e aos seus.

Pode-se ainda aumentar consideravelmente o risco de sofrerem violência doméstica, quer sejam: física, psicológica, moral, patrimonial e sexual, por ficarem mais tempo dentro dos lares com seus algozes, que também poderá ficar em casa respeitando período de quarentena adotado por algumas empresas.

E quando se trata de violência sexual, devemos também estar alertas com nossas crianças e adolescentes, que muitas vezes estão mais protegidas dentro do espaço escolar do que em seus lares.

Vale ressaltar, que as Empresas terão um papel fundamental para colaborarem com as funcionárias, principalmente das lideres mulheres que compreendem certamente o contexto que outras mulheres estão inseridas.

Desta feita, para evitar demissões, algumas alternativas são sugeridas:  Adiantamento de férias;  Adiantamento de subsídios, 13º ou outras bonificações;  Oportunidade de trabalhar Home Office para perfis administrativos;

Por outro lado também há de se pensar em outras profissões como as de ajudante geral, babás e empregadas domésticas:  Se os patrões viajaram suspendam por quarentena sem prejuízos financeiros para que a funcionária em questão tenha sua saúde preservada;  Ofereça ajuda referente aos meios de transportes, para a funcionária não tenha riscos de contágios nos transportes públicos;  Garanta à segurança à saúde das funcionárias oferecendo subsídios indicados pelo Ministério da Saúde.

Peço a atenção de todos, neste sentido para que estejamos prontos a colaborarem com outras mulheres, sobretudo fortalecendo, empoderando e ajudando quando necessário.

E se possível, fique em casa!

Ana Claudia Victoriano
Fórum Nacional de Políticas Públicas Para Mulheres
Grupo Mulheres do Brasil

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