Em plena semana que antecede o carnaval, sua maior paixão, faleceu aos 92 anos de idade, Jurandir de Oliveira, o popular “MESTRE SABÚ” um dos mais respeitados locutores do carnaval Paulistano e Mariliense.

Para se tornar um ícone indispensável no carnaval paulistano, Jurandir já teve que dormir rua, e foi lavador de carros quando mais jovem. Aos 17 anos, o pouco que ganhava gastava em gafieiras como a Som de Cristal, uma das mais famosas na época.


Mas dar a cara a tapa serviu para conseguir o que ele queria: há mais de 40 anos, Mestre Sabú era radialista e locutor oficial dos carnavais de São Paulo; e há 67 anos, convivia diretamente com o samba e sobrevivia entre lutas e muito trabalho para ser reconhecido no meio. Mineiro, nascido em Itajubá, Mestre Sabú reconhecia que o seu trabalho sempre foi gratificante, mas lamentava por não ter sido valorizado como deveria em nossas conversas de um café com prosa.


Na época das gafieiras, aprendeu a tocar bongô e pandeiro. Com a arte do bongô, conseguiu uma vaga na orquestra da TV Record, onde tocou com nomes como Nat King Cole, Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald e Sammy Davis Jr. Em 1958, chegou a ter o seu próprio programa de TV, o “Quando Canta Sabú”, no canal 7 da TV Record.


Sabú também fez parte da polícia marítima antes da revolução de 1965. Quando saiu da polícia, passou pelas rádios Cacique, Marconi, Scala FM, Diário do Grande ABC e TV Gazeta. Em 1968 montou sua própria gravadora, a Multidisco, e chegou a editar centenas de discos de samba e prestigiou pela primeira vez os grandes compositores daquele tempo. Também participou de cinco filmes nacionais, além da primeira série da TV brasileira “O Vigilante Rodoviário”, de 1961. No cinema, teve sua estreia com o filme Orfeu Negro, em 1959.


Começou a transmitir o carnaval em 1978, quando as escolas ainda desfilavam na Avenida Tiradentes, no centro de São Paulo, e de lá para cá, não parou mais.
Com muita energia e disposição, Mestre Sabú atualmente morava em Marília com a família, comandava um programa na TV Cidade Canal 9 e outro na rádio 950 AM. Jurandir de Oliveira foi um exemplo vivo de superação e vontade de viver. Um misto de sabedoria, com uma história cheia de detalhes e recordações.


“Arrepia Rapaziada!”. É com esse bordão que Mestre Sabú abria os desfiles todos os anos, e se despede de nós em plena abertura do Carnaval, sua maior paixão musical. Que a alegria ter convivido e compartilhado de alguns momentos ao lado do nosso Locutor oficial dos Carnavais. Que ele continue brilhando nas passarelas, agora, naquela que ruma aos céus com certeza narrando para outros grandes nomes que já se foram..“Arrepia Mestre Sabú!”.
Ele está sendo velado na Sala 7 do Velório Municipal e o sepultamento será as 17h.

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