Segundo dados dados do Denatran do ano passado ainda, o número de veículos quase dobrou nos últimos doze anos em nossa cidade. Em 2008, a frota correspondia a 94.671 veículos motorizados, sendo 56.748 automóveis e 20.742 motocicletas – o aumento foi de 75%. Os números acabam preocupando se levarmos em consideração a população estimada do IBGE de aproximadamente 240.000 mil habitantes.

O meu relato forma um sentido quando detectamos na cidade a falta de um plano de mobilidade urbana para um município que cresce sem planejamento estratégico com, ruas estreitas e a falta de artérias de escape e construção de perimetrais de rápido acesso ao lado das rodovias que cercam a cidade.

Marília recebeu recentemente uma palestra intitulada “efeito Estônia”, onde os apresentadores ( Marilienses ) com brilhantismo destacaram o modelo de gestão adotado pelo país a mais de 30 anos, que impulsionou-o para a economia de primeiro mundo. A palestra foi excelente, porém um dos grandes feitos daquele país não foi destacado, ou seja, o Transporte público que foi alterada de forma estratégica objetivando a movimentação econômica.

O trânsito em Marília está cada dia mais complicado e a solução precisa vir muito além da colocação da semáforos em cada esquina da cidade. Na manha de hoje, ao ler um pouco mais sobre a Estônia, me debrucei sobre a estratégia adotada em cima do setor na qual faço um trabalho através do JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA. O fruto deste estudo, foi chegar a uma conclusão óbvia; TRANSPORTE PÚBLICO GRATUITO JÁ EM NOSSA CIDADE. Sem politicalha, se faz necessário o TARIFA ZERO.

Um texto editado pelo movimento Pró Coletivo nos deu o embasamento necessário para amadurecer esta audaciosa ideia e, que sem duvida nenhuma contribuiria em muito para o estimulo ao uso do transporte coletivo em massas, a maior fluidez no trânsito e diminuição no registro de acidentes e ocorrências em nossas ruas.

A Estônia, um pequeno país europeu banhado pelo mar Báltico, deu o primeiro passo em 2013: sua capital, Tallinn, se tornou a primeira capital europeia com transporte público gratuito para todos os seus habitantes. Aos poucos, todo o país passou a oferecer ônibus e trens gratuitos, e hoje os ganhos dessa iniciativa envolvem também as finanças. O transporte gratuito estimulou a movimentação de pessoas com maior renda, fazendo com que o consumo aumentasse e, consequentemente, a economia também se aquecesse. Em Tallinn, que ganhou novos moradores desde que implantou a medida, houve um acréscimo de 30 milhões de euros por ano, de acordo com a prefeitura local.

Outras cidades pelo mundo têm investido na tarifa zero para reduzir os preocupantes índices de poluição e melhorar a saúde da população. São mais de cem metrópoles. Só na França, 23 cidades oferecem transporte público gratuito. Em Portugal, um exemplo recente é Cascais, que desde o início deste ano adotou a política de gratuidade no ônibus. De acordo com a Câmara Municipal de Cascais, o dinheiro sairá de um “fundo de mobilidade” que reúne receitas variadas, como impostos de circulação dos automóveis, estacionamentos e publicidade.

Uma medida que também impacta positivamente na esfera social, a tarifa zero não é populista, tampouco conservadora. De acordo com a American Public Transportation Association, cada US$ 1 investido em transporte público gera cerca de US$ 4 de retorno econômico. Além de ser mais seguro (com taxa de acidentes menor) do que o carro, o transporte coletivo é mais sustentável, barato e saudável, pois acaba estimulando a atividade física.

No Brasil, esse debate se fortaleceu em junho de 2013, quando o Movimento Passe Livre tomou as ruas de São Paulo exigindo a gratuidade do transporte público. Algumas cidades brasileiras já adotaram a medida e vêm colhendo frutos. Em novembro de 2019, Vargem Grande Paulista decretou o fim do pagamento das viagens em ônibus municipais. No início de janeiro, o município de Pirapora do Bom Jesus se tornou o segundo em São Paulo a oferecer transporte gratuito para os moradores.

E Porto Alegre também anunciou, na última terça, dia 28, que pretende ser a primeira capital brasileira a ter passagem de ônibus gratuita para trabalhadores com carteira assinada começando a transição do passe livre (os demais passageiros pagarão R$ 2, os estudantes apenas R$ 1).

As mudanças fazem parte de um plano da prefeitura para privilegiar o transporte coletivo, desafogando o trânsito e melhorando a qualidade do ar. Secretário de Mobilidade Urbana de Porto Alegre, Rodrigo Tortoriello aposta na coletividade, um valor importante para que um país seja justo, próspero e sustentável. “Não dá mais para olhar apenas para o próprio umbigo, precisamos pensar primeiro no coletivo e depois no individual.”

São iniciativas como esta que contribuem para a melhoria do bem comum pensando no coletivo como um todo. Marília já é grande o suficiente para ter projetos de lei e decretos a sua altura. É um desperdício um plenário legislativo se encontrar semanalmente para discutir apenas homenagens, títulos honoríficos e projetos criando dia disso ou daquilo que nada alteram o dia a dia do mariliense. Falei e disse, “Aqui tem café no bule”, quem tá limpo toma, quem tá sujo se queima… até a próxima !!!

EDITORIAL

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