O recuo do chefe do Planalto acontece após o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, reagir ao discurso de Bolsonaro nas manifestações

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) publicou nesta quinta-feira (9) uma “declaração à nação” na qual recua de posições firmadas durante os atos de 7 de Setembro.

Em especial, o chefe do Executivo cita nominalmente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Morais, a quem, na terça-feira, disse que desobedeceria, e afirma que divergências com o juiz “devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas”.

Bolsonaro diz que “nunca teve intenção de agredir quaisquer dos Poderes” e que tem “determinação” de manter “harmonia” entre eles. Declaração ocorre após respostas feitas por Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, e Luiz Fux, presidente do STF.

O magistrado chegou a dizer que desobediência a decisões da Corte constituem “crime de responsabilidade”, em discurso nessa quarta-feira (8). 

Confira a nota na íntegra:

No instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer:

1. Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar.

2. Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news.

3. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.

4. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum.

5. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes.

6. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal.

7. Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país.

8. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição.

9. Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles.

10. Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário apoio do povo brasileiro, com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil.

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA

Críticas de Barroso

Na manhã desta quinta, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na abertura da sessão da Corte.

Assinada por Bolsonaro, ‘declaração à nação’ foi redigida por Temer, diz TV

Jair Bolsonaro. Michel Temer

O texto intitulado “declaração à nação”, assinado e divulgado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta quinta-feira (9), foi redigido pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). A informação é da jornalista Thais Arbex, da “CNN Brasil”.

“Eu estou ajudando a pacificar o país. Até pelo tom da nota, que é de harmonia entre os poderes”, afirmou o emedemista à analista de política da emissora. 

Na realidade, Trata-se de um recuo do chefe do Planalto em sua radicalização após o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, reagir ao discurso de Bolsonaro nas manifestações de 7 de setembro. Fux alertou que desrespeitar decisões judiciais, uma promessa do presidente nos atos bolsonaristas quando o despacho saísse do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, configuraria crime de responsabilidade.

Jair Bolsonaro nr. 91220 | Com a Palavra, a Fotografia - Orlando Brito

Conforme se lê na nota, o presidente, está disposto a “manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles”. “Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário apoio do povo brasileiro, com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil”, finaliza a nota.

A GRANDE PERGUNTA QUE FICA NO AR É : “E AGORA, COMO FICAM AQUELES QUE SE MOBILIZARAM NAS MANIFESTAÇÕES, EM MUITOS CASOS ENFRENTANDO HORAS DE VIAGEM PARA ESTAR EM BRASILIA OU NA CAPITAL PAULISTA ? Na politica, sempre recomendamos, fanatismo e extremismo demais não é bom. Cautela e caldo de galinha sempre irão bem em tempos de turbulência onde quem perde sempre o eleitor. Menos politicalha, menos radicalismo e mais trabalho, é isto que o país necessita.

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