Lourivaldo C. Balieiro comenta a atual situação de entrave da economia nacional em função dos “conchavos e negociatas” exigidos por aqueles que deveriam defender o país e não seus próprios interesses. Vale a pena a leitura..

Olá meus amigos, após uma pausa para a reflexão e analise da atual conjuntura do país, estamos voltando a labuta da caneta ou do teclado como queiram, para compartilhar com vocês aquilo que julgamos ser útil para a discussão deste final de semana que coincidentemente encena um ato que, em partes vem de encontro ao nosso pensamento. Vamos lá……


Neste dia 26 ( domingo ), uma grande paralisação ou mobilização como preferirem, estará sendo motivo de holofotes por parte dos principais veículos de comunicação de nossa Terra Brazilis. O motivo é um só, a revolta de boa parte da população que já está cansada do jogo de barganha existente no sistema politico brasileiro em todas as esferas e que está travando todos os setores da economia.


Este jogo, nos causa nojo e indignação pois, reflete diretamente em cima da população mais carente de nosso país e como se não bastasse, interfere de forma direta no desenvolvimento econômico da nação. Sentimos o reflexo disso em uma simples caminhada pelas ruas da cidade. A incerteza dos próximos passos do governo e as medidas a serem tomadas transmitem aos empresários a insegurança que gera a falta de investimentos e o consequente desemprego.


COMO TUDO COMEÇOU


“A mobilização a favor do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no WhatsApp começou na esteira dos protestos pela educação, realizados em 15 de maio. Já no dia seguinte começaram a circular imagens convocando manifestações favoráveis ao governo para se contrapor aos atos das universidades.


Apoiadores de Bolsonaro passaram então a se mobilizar para ir às ruas no próximo domingo (26) para defender a reforma da Previdência, o pacote anticrime e a operação Lava Jato, mas o teor das mensagens enveredou para ataques ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF), causando até um racha no campo conservador.”


Mais do que uma mobilização partidária, ao meu ver, está a luta pelos interesses de uma nação que está a beira de um abismo sem precedentes. “A imagem tem o logo do movimento Nas Ruas e faz o chamamento para o ato do próximo domingo, destacando o apoio ao projeto da Nova Previdência, ao pacote anticrime e à Lava Jato, assim como pede o impeachment de dois ministros do STF: o presidente da Corte, Dias Toffoli, e Gilmar Mendes.”


“Na sexta-feira passada, Bolsonaro havia compartilhado um texto que versava sobre as dificuldades de se governar de acordo com as regras do jogo político. A mensagem dizia que, “fora desses conchavos, o Brasil é ingovernável”. É por isso, segundo a corrente, que o País está “disfuncional”, o que isentaria o presidente de culpa. “Até agora (o presidente) não aprovou nada” diz o texto.”


UM PENSAMENTO


Volto a frisar, o Brasil está acima de tudo, como foi utilizado no slogan de sua campanha. A grande questão é, que este circulo vicioso predomina nos bastidores da politica já há muitos anos e se tornou um câncer não só no governo federal, mas, também no estados e principalmente nos municípios, onde a nossa Marília não está fora do contexto.


Infelizmente, o poder legislativo hoje, funciona como um poder paralelo e que, praticamente coloca o poder executivo em suas mãos, onde somente cedendo a negociações e conchavos consegue obter aprovação de projetos que são de interesse da população.


A revista Isto É desta semana, publicou um texto que vem em partes ao encontro deste meu pensamento deixando nas entrelinhas um Parlamento branco que passa desapercebido por toda a sociedade brasileira. Diz o texto:
“A obra do pensador Nicolau Maquiavel, nascido em Florença, na Itália, em 1469, ainda é vista como uma espécie de Bíblia política, que se adapta muito bem aos tempos atuais.

Mesmo assim, determinados setores da política brasileira parecem ter se esquecido de um de seus clássicos, “O Príncipe”, que ensina, em lições bem didáticas, que “o líder precisa ser temido ou querido”. E isso, mais do que nunca, vale para o Brasil. Maquiavel afirma que um grande governante necessita ainda ser dotado de virtù e fortuna, ou, melhor, qualidades e sorte. Obviamente, falar em sorte em política atualmente é ser um tanto ingênuo, mas o fato é que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem, nas últimas semanas, brincado com a própria sorte afrontando a velha forma de se fazer politica nesse país e, que sempre foi praticada por ex presidentes.

No jogo duro e resistente, chega a agredir de forma verbal quase que diariamente os deputados, afirmando que eles são responsáveis por todos os males do Brasil, mas ao mesmo tempo depende deles visceralmente para aprovar a Reforma da Previdência. Se tornou refém como os outros.

Ele não está mentindo, mas, sem ela, seu governo torna-se ingovernável, como ele mesmo deduziu, depois de ler um artigo do engenheiro Paulo Portinho, reproduzido em suas redes sociais. Está quase cedendo e, se isto acontecer, podem ter a certeza de que o Brasil não irá sair do buraco.


E é justamente nesse cenário de terra arrasada em que a classe política se aproveita apresentado-se como vítima, uma verdadeira mulher de malandro, que apanha todos os dias e, à noite, o companheiro ainda quer que ela deite-se com ele, deixando claro que o Congresso cansou de ser agredido. E agora por “amor” á nação resolveu mostrar sua força enfrentando o presidente e impondo ao mesmo derrota nas votações. Viraram verdadeiros santinhos do pau oco. Estão afundando nosso país.


Diversos deputados defendem nos bastidores que a Câmara e o Senado trabalhem por uma agenda própria, ignorando o presidente da República e resolvendo os problemas crônicos do País. É notório que o governo não demonstra coesão em sua base e nem vontade política para dinamizar a aprovação da Reforma da Previdência com as correções que os deputados desejam fazer, mediante as negociatas que envolvem lobbistas ou interesses partidários.


Os líderes dos principais partidos da Câmara, especialmente os do “centrão”, reuniram-se na semana passada na casa do deputado Rodrigo Maia, presidente da Casa, e decidiram redigir um texto substitutivo para a proposta do governo. “Será a reforma da reforma”, disse um deputado que participou do encontro. “Não será um texto alternativo, pois a estrutura do projeto do ministro Paulo Guedes permanecerá, mas vamos emendá-lo”, explicou o deputado Marcelo Ramos (PR-AM), presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, e que lidera esse movimento para fazer as mudanças que precisam ser feitas, à revelia do presidente, mesmo porque, o grande interesse é a não redução de suas aposentadorias.


Num País em que a estrutura política é presidencialista, isso soa mal e deixa um ar de golpismo parlamentar. O que há por trás de tudo é que os deputados, que realmente têm a responsabilidade por aprovar as reformas que salvarão o Brasil do desastre, não querem mais ser coadjuvantes de um presidente que criminaliza esse jeito de fazer, embora, pelo andar da carruagem ela lhe seja indispensável para que seu governo não naufrague para alegria da oposição que insiste no ” Quanto pior, melhor”. Por incrível que pareça, tem muita gente levando vantagem com a sangria da nação.


MEMÓRIA CURTA


Os políticos investem sempre na memória curta do eleitor. O professor de administração pública da Universidade de Brasília, José Matias-Pereira, lembra que, nos últimos 20 anos, todos os governos apresentaram propostas para reformar a Previdência.”Todos os presidentes, principalmente, a partir da Constituição, mas se pode incluir o governo Sarney também, fizeram reformas da Previdência. Ou fizeram remendos na reforma da Previdência.

Foram reformas paliativas, que não resolveram o problema. O que se espera nesse momento é isso, que se caminhe para uma reforma que possa ser uma reforma que possa perdurar aí, 15, 20, 30 anos. Até que você tenha a necessidade de voltar a discutir essa questão.”


De fato, a Reforma da Previdência é um tema recorrente nas últimas duas décadas.


Em 1998, o governo Fernando Henrique Cardoso já defendia uma idade mínima para a aposentadoria: 60 anos para homens e 55 para mulheres. Mas faltou apenas um voto para a aprovação na Câmara. Uma mudança importante, no entanto, foi aprovada: a Previdência não mais consideraria o tempo de serviço do trabalhador, mas sim o tempo de contribuição com o INSS. O período estabelecido foi de 30 anos para as mulheres e 35 para os homens. Também foi criado o fator previdenciário, para evitar a aposentadoria precoce.

Novas mudanças foram discutidas em 2003, no governo Lula. Proposta aprovada acabou com a aposentadoria integral dos futuros servidores públicos, criando um fundo complementar público. Também foi instituída a cobrança da contribuição previdenciária para o servidor inativo.
Mas o governo enfrentou oposição da própria base. Parlamentares que votaram contra a reforma foram expulsos e fundaram o Psol.


O fim da aposentadoria integral para servidores, aprovado no governo Lula, só passaria a valer a partir do governo de Dilma Rousseff, quando foi regulamentado. Também no governo Dilma, foi criado novo mecanismo para substituir o fator previdenciário.


O tema voltou ao debate quando Dilma Rousseff, no início do segundo mandato, defendeu uma nova reforma da Previdência. A ideia foi encampada por Michel Temer, que assumiu o cargo quando a petista foi afastada.


O ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, insiste que a reforma é urgente e necessária, para consolidar a queda dos juros e da inflação. Para ele, há dois pontos centrais na proposta: a idade mínima e a equiparação dos sistemas público e privado.


“Não é uma questão de opinião, sou a favor, sou contra. A reforma da Previdência é uma necessidade. Primeiro, pela eliminação de privilégios. Hoje em dia, com o atual sistema, as classes de menor poder aquisitivo, os mais pobres, não completam os 35 de contribuição e tendem a se aposentar aos 65 anos, na maioria. Essa é a realidade! Aqueles que se aposentam muito mais cedo, aos 53, 54, 55 anos, são os de maior renda, os mais privilegiados.”


É uma estratégia obvia da “Velha Politica” que na realidade sobrevive de negociações. Não escondo de ninguém que optei por Bolsonaro nas eleições passadas, mas, não por concordar com a ideologia de partido e sim por desejar e sonhar como todos com um país mais justo e honesto. Portanto, não estou aqui levantando a bandeira Bolsonarista, mas, a bandeira de um Brasil em frangalhos e que cansou dessa forma de conduzir os destinos de uma nação através da troca de cargos por aprovação dessa ou daquela lei. O futuro do país está em jogo, pois chegamos no limite.


É claro que o congresso tenta passar uma imagem de interesse em resolver por si só a situação, mas, na realidade escondem atrás da cortina os interesses de cada partido e do modus operante da classe politica. A prova disso, foi a retirada do COAF das mãos de Sergio moro que poderia sim colocar a mão em muitos malandros de terno e gravata.


O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que irá renunciar ao cargo se ocorrer uma mudança muito radical no projeto de reforma da Previdência que enviou ao Congresso, em entrevista publicada pela revista Veja nesta sexta-feira. “Pego um avião e vou morar lá fora”, disse. “Já tenho idade para me aposentar”. Segundo ele, a reforma poderia gerar uma economia de até 1,2 trilhões em dez anos. “Se não fizermos a reforma, o Brasil pega fogo”, disse o ministro em outro trecho da entrevista. Por esta razão, a economia, os investimentos estão parados. O comércio travou e, enquanto isso, o parlamento pouco está se preocupando com os efeitos a curto prazo, eu repito, a curto prazo.


Enfim meus amigos, este meu comentário de final de semana nada tem a ver com manifestações do próximo domingo, mas sim, com uma realidade de país, de um comerciante que anda a cidade e sente a dificuldade dos empresários e micro-empresários, e o mais triste, do desemprego e do estado de miserabilidade que começamos a testemunhar nos becos e favelas não só de nossa cidade, mas em todo o Brasil. É chegada a hora de uma basta, em nome de um futuro e de um pais que dever estar acima de tudo. Falei !!!!

LOURIVALDO C. BALIEIRO é Comerciante, Influenciador Digital e contribui com o Jornal do Ônibus de Marília como Colunista comentando assuntos relacionados a política nacional, estadual e municipal.

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