Especialista explica o porquê ela vai ficando pior com o passar dos anos

Ontem, sexta feira (18) foi comemorado o DIA MUNDIAL DE COMBATE AO ALCOOLISMO, embora pouco se tenham falado sobre o assunto é importante destacar que aqui, não passou em branco, pois os números revelam, neste período de pandemia, as pessoas beberam mais, principalmente aqueles considerados de meia idade.

Pesquisa encomendada pelo Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig) mostrou que 55% da população brasileira com mais de 18 anos tem o hábito de consumir bebidas alcoólicas. Com o tempo, as pessoas respondem de maneiras diferentes ao álcool e a ressaca vai ficando cada vez pior com o passar dos anos.

De acordo com Wagner Barbi, médico endocrinologista do Sistema Hapvida, isso acontece devido ao próprio envelhecimento celular e da capacidade reduzida do fígado em acetilar os produtos tóxicos liberados pelo álcool. “Assim como todo o organismo, o fígado envelhece com a idade, principalmente pelas agressões sofridas por comorbidades como hipertensão, diabete, deslipodemias e obesidade”, explica.

O álcool ingerido se transforma em uma substância tóxica para o corpo chamada acetaldeído. Ela age principalmente no sistema nervoso central contribuindo para perda de memória, diminuição dos reflexos, sonolência e dependendo da quantidade, o coma. “No fígado, essa toxina altera a produção de enzimas causando diminuição do metabolismo do álcool consumido, inflamação celular e, dependendo da quantidade e do tempo, podem ocorrer hepatite e cirrose.”

O especialista explica que para minimizar os efeitos nocivos é importante estar bem alimentado para diminuir a biodisponibilidade do álcool levando a uma menor absorção. “Durante o consumo de bebidas alcoólicas é importante tomar água. Ela ajuda a diluir o álcool que está sendo consumido contribuindo para a diminuição dos seus efeitos tóxicos, bem como a desidratação.”

Wagner Barbi alerta que o consumo excessivo de bebidas pode impactar não apenas a saúde, mas também nas relações interpessoais, familiares e laborais. “A pessoa que faz uso diário e principalmente abusivo de bebidas alcoólicas não tem um bom rendimento no trabalho, não conseguem administrar suas contas, não conseguem organizar, planejar e estruturar sua vida.”

Para ele, o melhor momento de procurar um médico é quando se percebe que aquela dose diária de álcool é necessária, que sem ela você não relaxa, não dorme, não dá risada, não conversa. “Realizando a abordagem correta junto com uma equipe multidisciplinar, fazer com que evite pessoas, lugares e hábitos é possível recuperar a vida de volta, retomar o prazer por coisas simples, progredir na sua carreira e conquistar a confiança da família e de amigos.”

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