No dia 4 de abril deste ano de 2023 a cidade de Marília completará 94 anos de emancipação política e administrativa. Faltam, portanto, pouco mais de 6 anos para se planejar a cidade que queremos e não a que nos é empurrada goela abaixo. Vamos sonhar juntos?

No publicar da edição de número 72 do JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA versão EXCLUSIVAMENTE DIGITALIZADA, uma das matérias que acabou criando uma grande repercussão foi publicada na página MARÍLIA CENTENÁRIA, que aborda de forma pioneira o debate sobre as comemorações do CENTENÁRIO DE MARÍLIA.

Para sermos exatos, estamos distantes apenas 2250 dias (3 de fevereiro de 2023) do centenário da cidade de Marília, que será comemorado no dia 4 de abril de 2029. 100 anos de vida, 100 anos de história, 100 anos de conquista, mas nem tanto. Há muito a se fazer e a se implantar em uma cidade onde o único interesse é fazer política na disputa pelo poder e principalmente na manutenção de um sistema que controla a cidade, independente de quem a governa, pelo menos até o momento. O povo é um mero detalhe.

Antes de entrarmos direto no assunto, se faz necessário esclarecer que esta discussão é muito mais ampla do que os problemas pontuais como mato alto, buracos em ruas e avenidas e similares. Se faz necessário um planejamento estratégico para soluções cirúrgicas na raiz de cada problema, como, por exemplo; a implantação do imposto progressivo para se combater o abandono de áreas com potencial de verdadeiros matagais e criadouro de animais peçonhentos.

No que diz respeito a indústria do tapa-buraco e o sofrimento dos milhares de motoristas se faz necessário um reestudo sobre a utilização do asfalto ecológico em nossa cidade a partir de reutilização de pneus, já comprovadamente com maior durabilidade. A inclusão da borracha na mistura modifica as características químicas e físicas do ligante. Essas alterações fazem com que o asfalto tenha maior resistência a fadiga e ao envelhecimento. Essas duas propriedades são primordiais para pavimentos mais duradouros A partir deste raciocínio fica mais fácil nortear para a construção de uma cidade inteligente. Lembrando que, estes foram apenas dois exemplos de como apresentar sugestões levando-se em consideração os primeiros e-mails recebidos em forma de reclamações. A iniciativa é válida para o desenvolvimento de ideias, mas o momento é de coleto de sugestões para a cidade que desejamos comemorar em 2029.

Marília situa-se na região Centro-Oeste Paulista. Fica distante da capital do estado, 443 quilômetros por rodovia; 529 quilômetros por ferrovia e 376 quilômetros em linha reta. Possui uma área de 1.170,054 quilômetros quadrados, dos quais 23.040 estão em zona urbana. Tem seu nome tirado da obra “Marília de Dirceu”, de Tomás Antônio Gonzaga. O município é formado pela sede e pelos distritos de Amadeu Amaral, Avencas, Dirceu, Lácio, Padre Nóbrega e Rosália.

Dados do Conselho Regional de Corretores Imobiliários apontam que, Marília é o segundo município do interior do estado de São Paulo em número de condomínios fechados, com um total de 27 registros, ficando abaixo somente de São José do Rio Preto. Eles comandam e quando implantados, muitos desrespeitam até mesmo o plano diretor da cidade.

No dia 5 de fevereiro de 2019, em votação na Alesp, Marília foi oficialmente reconhecida como município de interesse turístico, inaugurando uma nova fase em sua trajetória de desenvolvimento. Um dos grandes potenciais de Marília é o seu patrimônio paleontológico, com importantes achados de fósseis de dinossauros datados de cerca de 70 milhões de anos, contudo, o município enfrenta dificuldades em desenvolver de modo sustentável tal atrativo, tanto é que, não há nada na cidade que possa identificá-la como tal, a não ser um pequeno dinossauro no letreiro da cidade próximo ao terminal intermunicipal e uma réplica de um dinossauro próximo ao museu paleontológico. Não existe iniciativa para, por exemplo, a construção de um parque temático em parceria com a iniciativa provada ou para a exploração de nossos vales e itambés.

Marília possui uma expressiva comunidade nipônica, colocando-se junto a Londrina, como as maiores colônias japonesas do interior do país. A Shindo Renmei, atuante em território brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial, foi fundada por ex-militares japoneses em Marília no ano de 1942, sua atuação marcou a história da colônia japonesa no Brasil. A colônia japonesa realiza anualmente uma das maiores atrações do município, o “Japan Fest”, ocasião em que é eleita a Miss Nikkey da região de Marília, logo na sequência encaminhada para o concurso estadual e posteriormente nacional. É inacreditável, mas não existe nenhuma praça, quadra ou sequer uma rua, como no bairro da liberdade em São Paulo e tantas outras cidades, com ornamentos que homenageiem esta colônia e façam o povo recordar e valorizar a colônia no município. Temos exemplos em cidade menores e próximas à Marília como, por exemplo, nas cidades de Lins e Tupã.

Diversas empresas de projeção (inter)nacional foram fundadas em Marília, como o Banco Bradesco, a Tam Linhas Aéreas, a Sasazaki, a Marilan e a Dori. O forte mesmo é o setor de alimentos, tanto é que a mesma é conhecida como a capital nacional do alimento. Por conta de seu parque fabril no setor de alimentos, é comum que alguns bairros do município recebam o aroma de doces, biscoitos e chocolates por diversas vezes ao dia e a noite, já que empresas como a Marilan, funcionam ininterruptamente. No entanto, já não existem políticas direcionadas para atrair novas empresas de grande porte que possam gerar emprego e renda para milhares de trabalhadores. Marília parou no tempo, no que diz respeito a industrialização. A cidade é movida apenas pelo crescimento da indústria de condomínios de alto padrão.

Poderíamos citar outros importantes temas para uma discussão ampla, mas essa introdução é específica para uma convocação geral. O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA começou na primeira edição digital de 2023 a interagir com todos os seus leitores (as) residentes na cidade ou não na cidade, para despertar uma discussão sobre a cidade que queremos para comemorar o centenário do município.

Até o momento, nenhum ator político em atividade ou não, tocou no assunto e o próximo prefeito terá o papel fundamental no direcionamento e na realização de algumas obras e ações para que a cidade realmente possa se transformar na nova Califórnia do interior paulista, contemplando a todos. Em outras palavras, o prefeito a ser eleito em 2024 será peça fundamental para ditar as diretrizes para este salto na melhoria da qualidade de vida de nossos munícipes. Precisamos de uma cidade interativa, participativa e inclusiva.

Citamos apenas algumas áreas, mas poderíamos elencar tantas outras que tirariam o nosso foco principal. Da mobilidade urbana até o turismo sustentável, da política habitacional até o polêmico setor da saúde, da infra- estrutura até o esporte, do saneamento básico a segurança pública. A cidade está carente de ideias e precisa de uma repaginada. Em 2024, estaremos elegendo o prefeito que irá estender o tapete vermelho para que isso aconteça. Por esta razão estamos aqui.

Independentemente de quem seja, vamos sim jogar o nosso papel como instrumento de comunicação que nunca se colocou apenas na cadeira da crítica, mas apresentando sugestões viáveis como foi o bolsão de motos nos cruzamentos com semáforos, das hortas comunitárias em lotes vazios e tantos outros. PARA ISTO VOCÊ ESTÁ SENDO CONVIDADO (A) A PARTICIPAR.

“Desenhar uma cidade dos sonhos é fácil; para reconstruir uma cidade existente, é preciso imaginação”. A frase da ativista e escritora Jane Jacobs, autora do livro Morte e Vida nas Grandes Cidades, fortuitamente combina com o ano que passou e para pensar a cidade que queremos.

Diversas cidades foram reimaginadas em 2020, com projetos e políticas públicas para mitigar desigualdades socioterritoriais pré-pandêmicas — porém acentuadas por ela. Nova York (EUA) fechou ruas para veículos e abriu-as para pedestres; Bogotá (COL) expandiu suas ciclovias; Nairóbi (Nigéria) investiu na melhoria e expansão de seus espaços verdes. No Brasil não foi diferente, mas em Marília não tem jeito, afinal em uma cidade onde não sabem diferenciar uma ciclovia de uma ciclofaixa, fica difícil.

Você idealiza a cidade, e juntos nós lutamos pela sua transformação. 

Portanto, a partir de agora, estamos convidando você para ser o ator principal desta festa e colocar no papel a cidade dos seus sonhos. A mobilização é de suma importância. Para tanto, envie sua sugestão, seu projeto, sua ideia ou aquilo que você viu em outra cidade e gostaria de ter por aqui, na capital nacional do alimento, para o e-mail; jornaldoonibusmarilia@gmail.com. Nossa redação irá catalogar todas as ideias e construir um documento único para ser entregue aos candidatos a cadeira do poder executivo em 2024, independente de partido político. Como já citamos, o próximo prefeito a ser eleito será o responsável em preparar a cidade para as comemorações, pois aquele que assumir no dia 1º de janeiro de 2029 terá apenas 4 meses para trabalhar, devendo se dedicar apenas ao cerimonial da data.

Paralelo a isto, estamos já na captura de parceiros que nos auxiliem nesta empreitada, como: empresários, profissionais liberais, ex-vereadores, arquitetos, ativistas sociais e outras pessoas comprometidas com o amor a cidade que tão bem acolhe a todos, mas, que infelizmente é “gerenciada” por atores a serviço de um sistema que impõe um modelo de gestão direcionado a ponto de até de atropelar o plano diretor da cidade, instrumento fundamental para o crescimento ordenado.

Com isto, nosso papel é entregar um DOCUMENTO RICO EM PROPOSTAS, porém em consonância com o PLANO DIRETOR, contemplando as mais diversas áreas para que, de uma forma impar, possamos contribuir para a construção da CIDADE QUE QUEREMOS. Portanto, não perca tempo e envie a sua sugestão para o e-mail acima. A cidade de nossos sonhos, com uma melhoria na qualidade de vida dos munícipes, só depende de nós. CONTAMOS COM VOCÊ!!!

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