As duas jovens estudavam medicina no país vizinho e foram emboscadas na saída de uma festa com amigos paraguaios. A filha do governador de um estado daquele país também morreu

Duas brasileiras estão entre as vítimas da execução que matou quatro pessoas, entre elas a filha de um governador, na manhã de ontem, em Pedro Juan Caballero, na fronteira do Paraguai com o Brasil. As estudantes de medicina Kaline Reinoso, de 20 anos, moradora de Dourados (MS), e Rhannye Jamilly Borges Oliveira, 18, de Cáceres (MT) estavam no veículo emboscado pelos criminosos. Morreram também os paraguaios Omar Vicente Álvarez Grance, de 32 anos, que dirigia o veículo, e Haylée Caroline Acevedo, de 21, filha do governador da província de Amambay, Ronald Acevedo.

O grupo saía de uma festa, por volta das 6h30, quando o carro em que estava foi abordado por outro veículo. Os bandidos desceram e fizeram dezenas de disparos contra as seis pessoas que estavam no carro. No local, a polícia recolheu mais de 60 cápsulas de vários calibres. Kaline foi atingida por 14 disparos, enquanto Rhannye recebeu 10 tiros. As duas brasileiras faziam medicina na Universidade Central do Paraguai (UCP), câmpus de Pedro Juan. Omar e a filha do governador foram atingidos por mais de 30 disparos.

Outras duas pessoas que estavam no veículo, Bruno Elias Pereira Sanchez e Rafaeli Nacimento Alvarez, ambos de 20 anos, foram atingidas pelos disparos e levadas com vida para um hospital particular. A polícia paraguaia acredita que Omar seria o alvo principal do ataque. Outra linha de investigação é de crime político. Há pelo menos 10 candidatos às eleições municipais que se realizam neste domingo, no país vizinho. Um irmão do governador, José Carlos Acevedo, prefeito licenciado de Pedro Juan Caballero, é candidato a um novo mandato de prefeito da cidade.

A família Acevedo domina o cenário político na região, que faz fronteira com o Brasil. Um irmão do governador, o então senador Robert Acevedo, sofreu um atentado em 2010. Ele levou dois tiros, foi socorrido e sobreviveu, mas dois seguranças morreram no ataque. Na época, o político e a polícia paraguaia atribuíram o crime ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção paulista que tem ramificações no Paraguai. O Ministério Público designou uma equipe de promotores para acompanhar as investigações.

Vereador
Em Ponta Porã, lado brasileiro da fronteira, o vereador Farid Afif (DEM) foi assassinado a tiros no fim da tarde de sexta-feira, quando pedalava na região central da cidade. Ao ser abordado, ele ainda correu em direção a uma loja de veículos, mas foi perseguido e alvejado pelos atiradores. O serviço de resgate foi acionado, mas já encontrou o parlamentar sem vida. A Polícia Civil de Ponta Porã investiga o crime.

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