Tricolor Paulista conquista primeiro título da Copa do Brasil ao empatar com o Flamengo por 1 a 1, neste domingo (24/9), no Morumbi. Título na Copa do Brasil confirmou o retorno ao principal torneio da América do Sul e carimbou o passaporte para a primeira disputa de Supercopa do Brasil em 2024

O São Paulo enfim entrou para a galeria de campeões da Copa do Brasil ao superar o Flamengo. Foram 23 anos de espera desde a edição de 2000, em que perdeu a decisão para o Cruzeiro, até a nova oportunidade de disputar uma final, em 2023. A vitória por 1 a 0, no Maracanã, e o empate por 1 a 1 – neste domingo (24/9), no Morumbi – garantiram o título que faltava para a recheada sala de troféus de um dos clubes mais vitoriosos do futebol brasileiro. Tri do Mundial, tri da Libertadores e hexa do Campeonato Brasileiro, o Tricolor Paulista agora também tem Copa do Brasil em sua lista de conquistas.

O título inédito do São Paulo na Copa do Brasil tem um motivo com nome e sobrenome: Dorival Júnior. O técnico que abraçou o projeto tricolor desde abril conseguiu dar o único título restante na grande história do clube. Além disso, alcançou uma marca expressiva ao subir ao pódio dos treinadores vencedores da competição.

Demorou dois anos para realizar a façanha, com o vigente bicampeonato da competição. Antes disso, o profissional compartilhava lugar com mais 21 técnicos com apenas uma taça. Agora, superado o panteão dos duas vezes vencedores Levir Culpi e Renato Portaluppi, Dorival chega ao segundo lugar, compartilhando a posição com Mano Menezes, com três troféus. 

Com isso, o professor é o segundo a ser campeão por três times diferentes, com Santos Flamengo e, agora, São Paulo. O primeiro foi Luiz Felipe Scolari, vencedor com Criciúma (1991), Grêmio (1994) e Palmeiras (1998 e 2012). O fato inédito de Dorival é um bicampeonato seguido por dois clubes diferentes, ao ser campeão pelos rubro-negros no ano passado.

Primeiro tempo

São Paulo e Flamengo fizeram confronto movimentado no primeiro tempo. Quem começou melhor foi o rubro-negro, que sonhava com um gol para se reabilitar da derrota por 1 a 0 no Maracanã. Aos 32 segundos, Gerson ganhou de cabeça no meio-campo e encontrou Pedro. Só que o domínio do centroavante não foi legal, e o goleiro Rafael saiu bem para fechar o ângulo.

Enquanto o Flamengo trocava passes e mantinha a bola no início da partida, o São Paulo tentava se segurar. Aos cinco minutos, o Tricolor sofreu uma baixa importante: o zagueiro Arboleda sentiu incômodo muscular na parte posterior da coxa esquerda e pediu para ser substituído. Diego Costa entrou em seu lugar. Outro problema da equipe de Dorival Júnior é que os meio-campistas Alisson e Pablo Maia, encarregados de reforçar a marcação, tomaram cartão amarelo, assim como o lateral-direito Rafinha.

Aos 18, Gerson teve boa chance para abrir o placar para o Flamengo, mas chutou em cima de Rafael após driblar Beraldo. O São Paulo respondeu em duas ocasiões: na primeira, aos 35, Wellington Rato soltou a bomba e assustou o goleiro Rossi; na segunda, aos 37, Lucas Moura surpreendeu ao finalizar de voleio e mandou com perigo à direita.

Atento à situação dos “pendurados” Alisson e Pablo Maia, o Flamengo concentrou suas ações no meio-campo. Aos 42 minutos, Pedro fez as vezes de armador e deu ótimo passe para Erick Pulgar, que ultrapassava na ponta direita juntamente com o lateral-direito Wesley. O volante chileno chutou cruzado, e Rafael conseguiu espalmar. A bola caprichosamente tocou na trave e voltou nos pés de Bruno Henrique, que acompanhava toda a jogada e só tocou para o gol vazio: 1 a 0.

Levar o 1 a 0 para o intervalo era tudo que o Flamengo queria. Mas o São Paulo não se entregou. Aos 47, Wellington Rato prendeu a bola na ponta direita e sofreu falta de Ayrton Lucas. Na cobrança, o goleiro Rossi saiu de soco e tirou a bola da grande área. Ele só não contava que Rodrigo Nestor chutaria a bola do jeito quen veio, sem ao menos dominar. O arremate certeiro ganhou o canto esquerdo e explodiu o Morumbi. Golaço! 1 a 1.

Segundo tempo

Mesmo com dois volantes amarelados, o São Paulo não mexeu na formação no intervalo. O Flamengo também manteve a escalação inicial. Quando a bola rolou, o rubro-negro esteve perto de fazer 2 a 1 em um lance parecido ao gol tricolor. Após Rafael afastar a bola cruzada por Wesley, o zagueiro Fabrício Bruno pegou de primeira no rebote e quase tirou tinta da trave direita.

As mudanças só começaram a partir dos 18 minutos. Jorge Sampaoli colocou mais uma peça no setor ofensivo do Flamengo ao trocar Thiago Maia pelo atacante Luiz Araújo, deixando Gerson com a incumbência da saída de bola. Posteriormente, Gabigol foi acionado na vaga de Pedro.

Já Dorival Júnior se preocupou com a proteção no meio-campo do São Paulo e substituiu Alisson, um de seus volantes amarelados, por Gabriel Neves. Também precisou, por questões médicas, mudar a lateral esquerda: Caio Paulista, machucado, deu lugar a Welington.

O 1 a 1 interessava somente ao São Paulo, que, a partir dos 25 minutos, passou a valorizar cada posse de bola defensiva, falta sofrida ou até mesmo nas reposições do goleiro Rafael. Já o Flamengo tentava ir a todo custo para o abafa, mas já não apresentava a mesma organização dos primeiros 45 minutos.

O São Paulo poderia ter feito o gol da virada aos 41 minutos, quando Lucas Moura fez grande jogada individual e colocou Luciano cara a cara com Rossi. O chute do atacante saiu torto ao lado esquerdo em meio aos protestos de um possível pênalti de Léo Pereira. A chance perdida não fez falta, pois o Tricolor Paulista sustentou a pressão do adversário até o apito final.

SÃO PAULO 1X1 FLAMENGO

SÃO PAULO: Rafael; Rafinha, Arboleda (Diego Costa, aos 8 do 1T), Lucas Beraldo e Caio Paulista (Welington, aos 19 do 2T); Pablo Maia, Alisson (Gabriel, aos 19 do 2T), Wellington Rato e Rodrigo Nestor (Michel Araújo, aos 34 do 2T); Lucas Moura e Calleri. Técnico: Dorival Júnior

FLAMENGO: Rossi; Wesley, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Erick Pulgar, Thiago Maia (Luiz Araújo, aos 18 do 2T), Gerson (Victor Hugo, aos 35 do 2T) e Arrascaeta (Everton Ribeiro, aos 35 do 2T); Bruno Henrique e Pedro. Técnico: Jorge Sampaoli

Gols: Bruno Henrique, aos 43 do 1T (Flamengo)
Cartões amarelos: Alisson, Rafinha, Pablo Maia (São Paulo); Léo Pereira (Flamengo)
Cartão vermelho: Gabriel Neves (São Paulo)

Motivo: jogo de volta da final da Copa do Brasil
Estádio: Morumbi, em São Paulo
Data: domingo, 24 de setembro de 2023
Horário: 16h

Árbitro: Bráulio da Silva Machado (Fifa/SC)
Assistentes: Bruno Raphael Pires (Fifa/GO) e Bruno Boschilia (Fifa/PR)
VAR: Wagner Reway (Fifa/PB)

Público e renda da final da Copa do Brasil

  • Público: 63.077
  • Renda: R$ 24.520.800,00

Os números são impressionantes, mas não superaram o primeiro jogo da grande decisão. No Maracanã, o público foi de 67.350, enquanto a renda ficou em R$ 26.343.300,00.

Desde a partida de ida da decisão da Copa do Brasil, no domingo (17/9), entre Flamengo e São Paulo, foi divulgado de forma imprecisa que a maior renda bruta em jogos entre clubes no futebol brasileiro tinha um novo dono. Porém, o Atlético, com o duelo de volta da final da Copa Libertadores de 2013, segue na liderança.

Em 2013, o Galo divulgou que o valor total arrecadado com venda de ingressos para a final contra o Olimpia foi de R$ 14.176.146,00. Com correção monetária, os valores chegam a R$ 25.496.616,54.

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