Quando pensamos que era apenas uma questão pessoal por um desencontro ocorrido ainda na administração de 2013 à 2016, eis que; os boatos existentes nas pistas do pseudo centro olímpico do estádio varzeano Pedro Sola e já comentados em off por pais de atletas acabaram realmente vindo a tona e com provas documentais, segundo o denunciante.

O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA, volta novamente, conforme o prometido na reportagem publicada ontem, quarta feira (20), a destacar, embora de forma tristonha, todo o clima de tensão que acontece na secretaria municipal de esportes, lazer e juventude. Em outra palavras era uma bomba relógio prestes a estourar e foi o que aconteceu….

PRIMEIRA DENÚNCIA : Partiu da equipe de atletismo de Tupã e dos próprios pais de alunos. Relembre acessando o link

SEGUNDA DENÚNCIA : Originou-se do consagrado técnico de atletismo Luiz Carlos Albieri que teria sofrido uma tentativa de agressão na frente de pais de atletas, servidores e adolescentes. Relembre acessando o link

NOVA DENÚNCIA : Técnico medalhista e pais de atletas denunciam “esquema de favorecimento” em bolsas e auxilio atleta na secretaria de esportes e lazer de Marília.

Conforme já citamos, os comentários já vazavam pelas paredes do Ginásio Neuza Galetti, sendo que desde a primeira matéria, pais de alunos relatavam irregularidades ou injustiças com atletas que defendiam o nome da cidade a nível estadual e nacional.

Na segunda matéria que publicamos, um dos pais, que inclusive testemunhou a tentativa de agressão, chegou inclusive a apontar os principais favorecidos com a destinação de recursos em detrimento dos atletas considerados “carentes” e que em sua maioria residem em bairros periféricos da cidade. Mais uma vez, nossa reportagem entrou em ação e ouviu novamente o técnico Luiz Carlos Albieri. Confira alguns trechos da entrevista que foi concedida com exclusividade ao JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : Há rumores de irregularidades na distribuição de bolsas e auxilio atleta por categoria aqui na secretaria de esportes. Isto procede, é boato e como funciona isto ? Existe critério, protecionismo, favorecimento ou politicalha neste meio ?

TÉCNICO LUIZ CARLOS ALBIERI (SKILO ) : Na verdade é assim, tudo por lei. Existe uma lei que precisa ser respeitada, inclusive com o valor mensal que tem que ser obrigatoriamente gasto com o atleta. SÓ QUE AQUI EM MARILIA, O SECRETÁRIO PASSA DE ACORDO COM O QUE ELE ACHA. NÃO EXISTE UM CRITÉRIO TÉCNICO NA VERDADE, que é o que realmente deveria ter.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : O critério então seria aleatório ou político ?

TÉCNICO LUIZ CARLOS ALBIERI (SKILO ) : Eu não diria nem político, digamos que seria “DOS AMIGOS DO REI”. O secretário é que passa para quem ele acha que merece mais ou menos. Agora qual o conhecimento técnico que ele tem se o mesmo não é formado em educação física. Aliás ele não tem conhecimento técnico algum para poder passar para essa ou aquela modalidade.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : Você dar uma exemplo mais amplo desta questão de escolha por critério técnico ?

TÉCNICO LUIZ CARLOS ALBIERI (SKILO ): Vamos lá; “Eu tenho atleta do atletismo QUE COMPÕE A SELEÇÃO BRASILEIRA. Em Marília, em LUGAR NENHUM tem atleta no nível dos meus atletas aqui. Eu te dou um exemplo aqui do Matheus Torres, o melhor da América do Sul. Ele recebe como auxilio R$ 300,00 reais por mês. Ele é do atletismo, faz lançamento de disco e PARA ELE FOI NEGADO INCLUSIVE UMA BOLSA DE ESTUDO. PEDE PARA O SECRETÁRIO GASTÃO EXPLICAR PORQUÊ UM ATLETA DE SELEÇÃO BRASILEIRA RECEBE APENAS R$ 300,00 POR MÊS E TEVE NEGADO A BOLSA DE ESTUDO. Por um outro lado tem atleta que recebe mais de R$ 1.000 reais. Qual o critério, eu lhe pergunto.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : Você pode falar mais especificamente sobre este assunto ?

TÉCNICO LUIZ CARLOS ALBIERI (SKILO ) : Claro, os papeis estou lhe entregando em mãos. Tem quem ganha até mais de R$ 1.000 reais e é no máximo para disputa aqui da região. Não é de competição a nível estadual, nacional ou internacional. É um ou mais atletas com expressão apenas regional, mas, que ganham mais de R$ 1.000 reais. É campeão regional e ainda POR CIMA coletivo. ELE SABE DE QUEM EU ESTOU FALANDO.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : Como você analisa todo este cenário para o futuro do atletismo em Marilia ?

TÉCNICO LUIZ CARLOS ALBIERI (SKILO ) : Eu acho que deveria ter pelo menos uma comissão de PESSOAS ´ÍNTEGRAS, idôneas, de técnicos na área, SEJA DA SECRETARIA OU NÃO, para se montar um critério para a escolha JUSTA.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : Mas, pera lá, essa comissão já não existe oficialmente ?

TÉCNICO LUIZ CARLOS ALBIERI (SKILO ) : Existe uma comissão, mas os escolhidos são OS AMIGOS DO REI.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : Você teria mais alguma coisa acrescentar que possa contribuir para o discernimento e discussão da opinião pública e principalmente dos amantes do atletismo ?

TÉCNICO LUIZ CARLOS ALBIERI (SKILO ) : A gente que está no esporte, como outros técnicos também da secretaria passamos por dificuldades que nem sabe. Vou citar uma situação; “Nós como técnicos, viajamos com as equipes e sequer a gente recebe diária. O motorista que viaja recebe e o técnico esportivo está desvalorizado até nisto. Para você ter ideia e uma noção da SITUAÇÃO DO ATLETISMO EM MARILIA. Não só nós, mas, os atletas PRINCIPALMENTE comem pão com mortadela na viagem. A maioria são carentes.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : Mas, o secretário não se preocupa em saber das viagens como um todo ?

TÉCNICO LUIZ CARLOS ALBIERI (SKILO ) : De forma nenhuma. Ele não ESTÁ NEM AÍ com o que acontece nas viagens.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : São quantos técnicos na equipe de atletismo de Marilia ?

TÉCNICO LUIZ CARLOS ALBIERI (SKILO ) : São 4 técnicos né. Além da minha pessoa, mais três. Eu trabalho com o pessoal principal e tem ainda o Fabinho que tem um trabalho muito importante com outros atletas, o Lecão que trabalha mais com a base e o Aurélio que faz um trabalho com alguns atletas e com a terceira idade.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA: Todos com um histórico inquestionável e reconhecidos nacionalmente ?

TÉCNICO LUIZ CARLOS ALBIERI (SKILO ) : Sim, claro. O Lecão por exemplo foi convocado recentemente para ser TÉCNICO DA SELEÇÃO PAULISTA. Foi uma competição ocorrida em Aracaju, e ele foi como técnico da seleção do estado de São Paulo de atletismo.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : Podemos considerar que aqui em Marília temos então um celeiro de atletas, mas, falta além do CENTRO OLÍMPICO, INVESTIMENTOS e critérios técnicos para a distribuição ?

TÉCNICO LUIZ CARLOS ALBIERI (SKILO ) ; Exato. O atletismo de Marília na verdade tem um histórico fantástico. Nosso atletismo é reconhecido em qualquer lugar do Brasil. O trabalho que é feito em Marília, mesmo com a precariedade, chama a atenção. Nós não temos no país uma cidade que revela tanto atleta como Marília. Vou repetir, não tem no Brasil nenhuma cidade que faz um trabalho de base para revelar tantos atletas como a nossa. São 8 atletas de seleção olímpica e paralímpica. SÓ DE SELEÇÃO BRASILEIRA EU TENHO MAIS DE 50 ATLETAS, que foram para campeonatos sul-americanos, ibero-americanos, etc…..

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : Skilo, pelo tempo de serviço, você já poderia ter se aposentado, mas, nota-se em você um amor muito grande pelo esporte e o atletismo. Você por reiteradas vezes, isentou o prefeito desta situação, por ele não saber a fundo o que realmente está acontecendo. Se você pudesse fazer um pedido então ao prefeito, qual seria ?

TÉCNICO LUIZ CARLOS ALBIERI (SKILO ) : A gente pediria um apoio maior da SECRETARIA DE ESPORTES. EXISTE A VERBA que é o auxilio, a bolsa de estudo e tudo mais. O PROBLEMA É QUE PRECISA SER MELHOR DIRECIONADO. É um caminho bastante razoável e JUSTO. Nós precisamos de um secretário que cuidasse realmente e não só do atletismo, mas até de outras modalidades. Nós temos outras pessoas em Marília que poderiam ser melhor aproveitadas pensando na cidade.

JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA : Qual o seu sonho antes de pendurar a chuteira, digamos assim, embora você não seja do futebol ?

TÉCNICO LUIZ CARLOS ALBIERI (SKILO ) : Sem dúvida o sonho de todo atleta; A CONSTRUÇÃO DO CENTRO OLIMPICO. Quem sabe um dia ???

No final da reportagem, conversamos EM OFF com um dos atletas que coincidentemente estava em treinamento. Porém, não divulgaremos o nome para se evitar retaliações, mas, o mesmo de forma emocionada nos relatou; “Eu quero vencer no esporte, mas, para isto tenho que trabalhar até mesmo de servente de pedreiro para me manter, pagar o transporte coletivo, etc…”, concluiu…

Para encerrar, repetimos a fala de um pai de atleta especial que também com exclusividade, concedeu uma entrevista relatando a veracidade dos fatos comprovados pelos demais pais de atletas do atletismo, inclusive especiais que fazem arrecadações e vaquinhas para ajudar os atletas. Confira;

“A situação do atletismo em Marília é caótica. Existem muitas irregularidades que precisavam ser investigadas. Favorecimentos injustos menosprezando o projeto da própria secretaria para atletas carentes, mas, com expressão estadual e nacional. Meu filho é especial e o atletismo transformou a vida dele, porém mediante ao que ele assistiu, ele está assustado e não quer mais vir. Até um associação já estávamos formando para conseguir doações para os atletas que muitas vezes não tem o que comer na estrada em competições para fora. Os próprios pais fazem vaquinha e conseguem doações como pão de leite, mussarela, fruta, mortadela e outros para eles se alimentarem em meio as competições. É uma vergonha os atletas não terem diárias e ajuda de custo para competir defendendo o nome da cidade”, concluiu E.A.L, 42 anos, pai de um atleta especial.

LEI FEDERAL QUE NORTEIA:
Bolsa Atleta x Bolsa Auxílio (LIE): Diferenças entre os Programas

A Portaria 441/2020 – que dispõe sobre a utilização da Bolsa Auxílio, no âmbito da Lei de Incentivo ao Esporte (LIE), – trouxe consigo algumas dúvidas que repercutiram na comunidade esportiva.

Inicialmente, cumpre esclarecer que ambas fazem parte de programas desenvolvidos pela Secretaria Especial do Esporte (SEE) do Ministério da Cidadania (MC), com o objetivo de fomentar o desporto nacional. Neste sentido, cabe aos municípios se adequarem as suas realidades, mas obedecendo os princípios básicos.

Entre as principais características, destacamos:

1. Bolsa Atleta

É um programa de incentivo direto ao atleta, buscando garantir condições mínimas de treinamento e dedicação exclusiva na modalidade praticada. A fonte dos recursos é proveniente de uma parte do orçamento do Ministério da Cidadania. O período para inscrição é definido anualmente, por meio de Edital. Deve ser realizada diretamente pelo atleta, mediante preenchimento de formulário disponibilizado no portal da SEE, e enviada com a documentação exigida. Caso seja contemplado, terá direito a 12 parcelas mensais, cujos valores podem variar de R$ 370 a R$ 15 mil, de acordo com a categoria na qual foi enquadrado. O repasse é feito em conta individual em nome do atleta, após assinatura do Termo de Adesão. A Prestação de Contas é realizada pelo próprio atleta, no prazo de 30 dias contados do recebimento da última parcela.

2. Bolsa Auxílio

É apenas uma das diversas ações previstas nos projetos da LIE, com a finalidade de suportar despesas do atleta, inerentes a sua participação em treinamentos e competições. A fonte dos recursos é proveniente de dedução fiscal – parte do imposto de renda devido pelas pessoas físicas (6%) e pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real (1%) – que podem apoiar projetos autorizados pela Comissão Técnica da LIE. A apresentação da documentação para protocolo ocorre anualmente, entre 01/02 e 15/09. Deve ser realizada por Pessoa Jurídica de Direito Público ou Privado (denominada “Proponente”), sem fins lucrativos, com finalidade esportiva, mínimo de 1 ano em funcionamento e sem registro de inadimplência junto ao Governo Federal. Somente após a captação dos recursos, aprovação do plano de trabalho e assinatura do Termo de Compromisso, a execução terá início. Os atletas eventualmente beneficiados poderão receber o valor de, até, R$ 8 mil mensais, para custeio de despesas pré-definidas em 10 itens: alimentação, suplementação, hospedagem/aluguel, transporte urbano, transporte para treinos e competições, consultas e exames médicos e multidisciplinares, uniformes, materiais/equipamentos esportivos e taxas de inscrição em competições. O repasse é efetuado pela Proponente, exclusivamente por transferência bancária, em conta de titularidade do atleta. A Prestação de Contas também é realizada pela Proponente, no prazo de 60 dias contados da data de término do Termo de Compromisso; porém, é imprescindível a apresentação da documentação fiscal de todos os gastos realizados pelo atleta, sob pena de restituição de valores não comprovados.

Em resumo:

Bolsa Atleta trata de uma relação direta entre as partes (Atleta – SEE/MC), cujo financiamento está previsto em orçamento direto da União, cabendo exclusivamente ao atleta adotar as providências necessárias para inscrição, recebimento e Prestação de Contas.

Bolsa Auxílio, para que seja usufruída pelo atleta, necessita de, pelo menos, três condicionantes:

1ª) presença de um intermediário (Proponente) para protocolo;

2ª) autorização e captação dos recursos pleiteados; e,

3ª) aprovação do plano de trabalho e assinatura do Termo de Compromisso.

No caso de execução do projeto, o atleta deverá apresentar, à entidade Proponente, todos os comprovantes fiscais dos gastos realizados; esta, por sua vez, organiza e encaminha a Prestação de Contas ao órgão responsável.

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