O Dia Mundial da Água celebra-se, anualmente, no dia 22 de março. Este dia é um alerta para as populações e para os governos, tendo em conta a necessidade de preservação e poupança deste recurso natural tão valioso. A conscientização é Mundial, no entanto, o nosso foco é QUESTÃO DA ÁGUA NA CIDADE DE MARÍLIA.

Segundo a Organização das Nações Unidasatualmente, cerca de 2.2 biliões de pessoas não têm acesso a água potável e 4.2 biliões vivem sem saneamento adequado. É esperado que os efeitos das alterações climáticas aumentem estes números, se nada for feito. Estima-se que, até 2050, entre 3.5 e 4.4 biliões de pessoas terão acesso limitado à água, dos quais mais de mil milhões viverão em cidades.

As alterações climáticas e o uso insustentável criarão uma concorrência, sem precedentes, pelos recursos hídricos, causando a deslocação de milhões de pessoas. Isto terá um efeito negativo na saúde, na produtividade e atuará como um multiplicador de ameaças à instabilidade e ao conflito.

A solução é clara. É necessário aumentar os investimentos em bacias hidrográficas e nas infraestruturas de água saudável, e melhorar a eficiência do uso da água.

É importante, também, antecipar os riscos climáticos a todos os níveis de gestão da água, para ser possível responder adequadamente. Sem esquecer a necessidade de redobrar esforços para fortalecer a resiliência e a adaptação das pessoas afetadas pelas perturbações climáticas.


A gestão dos recursos de água tem impacto em vários setores, nomeadamente na saúde, produção de alimentos, energia, abastecimento doméstico e sanitário, indústria e sustentabilidade ambiental.

Dia Mundial da Água 2021

O tema de 2021 é “Valorizar a água”. Assim, pretende-se alertar para as consequências negativas do crescimento populacional, do aumento do seu uso na agricultura e na indústria e das alterações climáticas, na preservação da água.

Este dia foi proclamado através da resolução 47/193 da Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 22 de dezembro de 1992.

No Dia Mundial da Água, realiza-se a campanha H2Off – Hora de fechar a torneira. A campanha pretende mobilizar as pessoas a não abrirem as torneiras das 22h às 23 horas, de forma a tomarem consciência da importância deste bem.

No Dia Mundial da Água, todos temos um papel a desempenhar. A ONU apela a todas as partes interessadas a intensificarem a ação climática e a investirem em medidas robustas de adaptação à sustentabilidade da água. Se o aquecimento global for limitado a 1,5 ºC, o planeta estará mais preparado para gerir e resolver a crise da água que todos enfrentamos.

Fatos sobre a água

  • Os recursos de água doce rondam os 35 milhões km3 (cerca de 2.5% do volume total de água).
  • Destes 2.5%, cerca de 24 milhões km3 (ou 70%) estão em forma de gelo (zonas montanhosas, Antártida e Ártico).
  • 30% da água doce disponível está armazenada no subsolo (lençóis freáticos, solos gélidos e outros). Isto representa 97% de toda a água doce disponível para uso humano.
  • Os lagos e rios de água doce contêm aproximadamente 105.000 km3 (ou 0.3% de toda a água doce mundial).
  • O total de água doce disponível ronda os 200.000 km3 – menos de 1% de todos os recursos de água doce disponíveis.

A triste realidade de Marília e as perspectiva de um futuro sem água.

Magé e Guapimirim mais um ano sem água nas torneiras - Rede TV Mais

Segundo dados do IBGE, a cidade de Marília registra hoje 240.000 mil habitantes com uma projeção de chegar aos 300.000 mil em uma velocidade muito rápida. Infelizmente, qualquer arquiteto, engenheiro ou urbanista reconhece facilmente a falta de planejamento que houve durante o desenvolvimento da cidade, principalmente no que diz respeito a água.

Segundo um estado específico realizado pela UNESP- Campus de Presidente Prudente, a cidade de Marília, por apresentar peculiaridades na morfologia do relevo que a sustenta, tem seu sistema de afastamento e tratamento de esgotos fortemente influenciado pelas suas características. Localizada na morfoestrutura da Bacia Sedimentar do Paraná e na morfoescultura do Planalto Ocidental Paulista, mais precisamente no Planalto Residual de Marília, representa um típico relevo Tabuliforme de centro de bacia.

Dessa forma, em combinação com os outros elementos técnicos, econômicos e ambientais, chegou-se ao projeto de três subsistemas de afastamento e tratamento, Barbosa, Pombo e Palmital, a partir das seis bacias de esgotamento em que a cidade é dividida.

Assim, tendo como objetivo principal verificar a adequabilidade ambiental das áreas escolhidas para a construção das estações de tratamento do ponto de vista geomorfológico, analisou-se, ainda, a influência que o relevo teve no dimensionamento hidráulico dos emissários (diâmetros e extensões), no tipo de escoamento (livres ou forçados por gravidade), nos materiais de que são feitos (PVC, ferro dúctil ou ferro fundido), nas estações elevatórias (potência de bombas, alturas manométricas, linhas de recalque, material dos condutos e diferenças altimétricas), além da morfodinâmica das áreas das estações de tratamento.

Para tanto a realização deste estudo, juntamente com trabalhos de campo, utilizou-se os mapas geomorfológico, hipsométrico e clinográfico da cidade, além de perfis topográficos, como ferramentas de auxílio para a pesquisa.

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Especificamente na cidade, o relevo é composto por um grande compartimento de topo (espigão divisor de águas da bacia hidrográfica do Rio do Peixe e da bacia hidrográfica do Rio Aguapeí) interligado a topos secundários, cujo domínio das vertentes tem por característica interligar os topos às escarpas (delimitadoras do Planalto de Marília) e tende a ficar mais acidentado, quanto mais se aproximam delas. Por possuir essa morfologia, torna-se zona dispersora de drenagem. Os córregos que nascem nas cabeceiras dos espigões fluem nas mais diversas direções, muitas vezes recortando a malha urbana e desaguando nas escarpas até alcançarem os rios principais que drenam a região ao entorno do município.

Foi esta peculiar morfologia do relevo que influenciou a concepção do Sistema de Afastamento e Tratamento de Esgoto, desde sua configuração mais geral, composta por três subsistemas (Barbosa, Pombo e Palmital), até a locação e características hidráulicas de cada emissário e escolha das áreas para construção das estações de tratamento.

Desse modo, a Geomorfologia ganha relevância para estudos com fins de instalação de grandes empreendimentos, por estudar as formas de relevo, suas características morfológicas, materiais que o compõem, processos atuantes, fatores controlantes e dinâmica evolutiva. Mas, a grande pergunta que fica é; existe realmente um estudo sobre a instalação de grandes empreendimentos, principalmente na última década ?

A retórica da construção de poços já não funciona mais e não suporta a grande demanda existente. Discursos repetitivos herdados do sertão nordestino imperam até hoje na capital nacional do alimento com as promessas de solução para a falta de água.

É rotineiro, para não dizer frequente a falta de água em bairros como Santa Antonieta, Nova Marília e tantos outros já a décadas. A única solução apresentada até hoje é o fechamento de alguns reservatórios no período noturno para enviar o liquido precioso para outras regiões, e só. Em verdade, é uma bomba relógio pronta a colapsar em poucos anos.

Verticalização das construções e condomínios em massa sem um estudo de impacto ou leis de sustentabilidade.

Texto IA cidade é a materialização, através de construções e traçados, das  ações humanas - Brainly.com.br

O crescimento da cidade, seja pelo aumento da sua população urbana ou pelo fluxo migratório de pessoas de outras áreas vem de forma geral, promovendo a ocupação desordenada da área urbana sem que seja realizado um planejamento urbano e implementada a infraestrutura necessária para suportar o aumento da demanda dessa população.

A construção civil surge como a indústria de suporte a esse crescimento, desenvolvendo obras em geral de infraestrutura, de urbanização e de edificações. Neste mercado, os clientes e demais partes interessadas passam a considerar como fatores indispensáveis a qualidade e o menor preço, porém sem a necessária discussão sobre ações ambientalmente sustentáveis que produzam o menor impacto ambiental possível.

Em uma rápida vista aérea da cidade é possível se abismar com a grande verticalização ocorrida nos últimos anos, que, acaba sendo uma tendência de mercado e, que foi amplamente discutida durante a produção do PLANO DIRETOR DE MARÍLIA em 2006. A questão é o impacto criado sem um planejamento estratégico para o fornecimento de água sem prejuízos e com qualidade.

O exemplo é simples; em uma quadra, existem 20 lotes de ambos os lados e de repente, elimina se dois lotes para a construção de um prédio de 12 andares com 4 apartamentos em cada andar, ou seja; se havia um consumo para 20 famílias anteriormente, com esta construção o consumo se elevará automaticamente para 66 novos lares em uma mesma rede. Simples assim. Essa bomba ainda vai estourar….

Um estudo realizado em 2013, afirma que as edificações consomem 34% do fornecimento mundial de água. A tendência atual é a busca pela redução deste grande consumo dos recursos naturais e melhoras nas esferas social, econômica e ambiental, através de construções sustentáveis, que utilizam técnicas de trabalho multidisciplinares envolvendo especialistas em diversas áreas. Esta fato ainda não ocorreu na cidade, como por exemplo com a implantação de um FÓRUM MUNICIPAL DA ÁGUA.

A proposta desta matéria é contribuir no sentido de se buscar uma melhora nos processos integrados de construção de edifícios e implantação desordenada de condomínios onde o principal interesse é o lucro sem qualquer preocupação com as consequências no futuro.

torneira-sem-agua | Blog do Banana

Reiteramos enquanto jornalista e ativista que não somos contra o desenvolvimento da cidade, mas, sim, que ocorra com planejamento e obedecendo e respeitando o plano diretor e suas diretrizes, reduzindo os impactos ambientais, projetando assim uma forma sustentável de se construir.

Nos países mais desenvolvidos a concepção de edifícios sustentáveis, é uma realidade e visto por construtores e consumidores como um investimento e como redução de custos operacionais a longo prazo. Nesse sentido, já há no Brasil um movimento de conscientização da sustentabilidade nas construções, por parte de profissionais de arquitetura, engenharia, investidores e proprietários de imóveis, o que falta justamente em nossa querida Marília, afinal, se a cidade colapsar, os grandes magnatas da construção simplesmente se mudam para outras cidades e ponto final. Nas entrelinhas, a população que se lasque.

DESVENDANDO A GEOGRAFIA: Uso de charges em aulas

Já existem grandes empreendimentos executados e outros em fase de obra e projeto, mas ainda é uma parcela bem pequena, se comparado com outros países. Os desafios desse processo de mudança de paradigma são enormes. Esse jornalista apenas acompanha a sede pelas construções e aprovações desordenadas no balcão do 4º andar da prefeitura, mas, até o momento, ninguém da classe política teve a coragem de falar sobre o assunto. Deixamos novamente a pergunta no ar ; ” PORQUE SERÁ ???”.

Quase 40% da água tratada se perde com vazamentos espalhados pela cidade.

Cano estoura e forma um “chafariz” em rua da Capital – Folha Regional MS

Quase 40% da água tratada no país é perdida por causa de vazamentos nas tubulações, ligações clandestinas e erros de medição. É o que aponta um estudo do Instituto Trata Brasil obtido pelo G1. De acordo com os dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS) de 2015, que são os mais recentes e foram divulgados em janeiro deste ano, o índice nacional de perda de água na distribuição é de 36,7%. Em 2011, era de 38,8% – o que significa uma evolução muito lenta para diminuir o desperdício no país, de apenas 2,1 pontos percentuais em quatro anos.

Além do desperdício que o índice de perdas nas distribuições de água tratada representa, é importante destacar o que a cidades deixa de arrecadar com essas perdas. Com isso acaba ocorrendo situações como recentemente, a votação do parcelamento de dívida junto a CPFL por falta de dinheiro e caixa.

O índice de perdas de faturamento total, que estima o quanto da água potável produzida não foi faturada, é de 41,3% para as grandes cidades. Em cidades como Santo André (SP) e Vitória da Conquista (BA), os percentuais ficam abaixo de 10%, mas os números podem se elevar de forma alarmante, como no caso de Manaus, em que 73,1% da água não é cobrada. Em Marília o índice e perda varia entre 38% e 40%.

É um absurdo, é impossível fazer investimentos no setor de saneamento com perda financeira na ordem de 70%. E são volumes gigantescos de água que se perdem. O que se espera não é fácil, pois trocar redes com a cidade inteira funcionando não é simples. Tem que paralisar rua. São quilômetros e quilômetros de tubulações para serem trocadas, mas tem que fazer, porque, se não fizer, não vai ter recurso para investir no sistema. O curioso é que, antes da campanha eleitoral o discurso era que o departamento era viável e suas contas estavam em dia.

O problema da perda de faturamento se junta ao da baixa arrecadação de saneamento que, de fato, volta como melhorias e investimentos. Das 100 grandes cidades analisadas no estudo, 70 investiram menos de 30% da arrecadação. “O dinheiro foi para a empresa, para a prefeitura, para pagar os funcionários, não para o sistema de saneamento. É muito sintomático, pois o que arrecada tem que ser também reinvestido no próprio sistema. Não está havendo uma preocupação com a ampliação das redes de saneamento.”

Mesmo com proibição, tubos de amianto estão presentes na rede de água

tubulacao

Quatro anos após o Supremo Tribunal Federal (STFproibir a produção, comercialização e o uso do amianto no Brasil, boa parte da cidade de Marília ainda têm água tratada que corre em tubulação do mineral, abolido em mais de 60 países e considerado nocivo à saúde.

Para a troca integral das redes antigas e melhoria do sistema de distribuição de água com correção de perdas que chegam a 40%, em média, O DAEM não possui reconhecidamente caixa suficiente para um  investimento que pode ultrapassar a casa dos milhões em um prazo de cinco a oito anos para extinção de tubos de amianto existentes nas 4 regiões da cidade e seus mais de 240 bairros.

Enfim, hoje é o DIA DA ÁGUA, mas, o que temos a comemorar em nossa querida e amada cidade de Marília ?

A solução está aqui. Falta ousadia para se discutir o assunto.

Aquífero Guarani – Wikipédia, a enciclopédia livre

Apenas para o conclusivo desta importante matéria que poderá ser o ponta pé inicial de uma grande discussão sobre o tema, na região Oeste do Estado de São Paulo progressivamente o Aqüífero Guarani, denominado por Danilo Anton, segundo Rocha (1997) em memória do povo indígena da região (anteriormente denominado Aqüífero Botucatu), se fixa como importante fonte de abastecimento de água.

Cidades, industrias e grandes propriedades rurais se interessam cada vez mais em tê-lo como fonte principal ou complementar, substituindo os recursos superficiais quando de grandes demandas de água. A cidade de Marília, conta, atualmente, com quatro poços em operação.

A complementação do abastecimento à partir da explotação deste Aqüífero se iniciou em 1991 e à partir daí tal explotação tem se incrementado. Este trabalho visa caracterizar o Aqüífero na micro região em que se encontra a cidade, visto que os dados bibliográficos e mapográficos, teóricos, disponíveis para a caracterização do mesmo, apresentam algumas discrepâncias quando confrontados com as informações que se obtêm por poços perfurados.

O que se pretende aqui é definir quanto tais discrepâncias podem interferir na consideração quanto ao volume de água disponível para explotação no Aqüífero Guarani, na região de Marília e se tais discrepâncias podem vir a criar problemas quanto ao gerenciamento de sua explotação futura.

Antes que uma conhecida multinacional se aproprie do mesmo, a grande sacada, ou, o grande desafio é esperar e torcer para que algumas cabeças pensantes do legislativo ao invés de discutirem os pelos em ovos ou enxugar gelo com toalhas de discursos e politicalhas, debrucem-se realmente em cima de um TEMA IMPORTANTE PARA O FUTURO DA CIDADE.

Não vamos nem citar, sobre o tratamento do esgoto, que na realidade existe muitas inverdades, mas, que serão temas de outras matérias, afinal, o destaque hoje é a ÁGUA. Também não citaremos a politica de preservação das nascentes pela imensidão do tema, mas, não podemos deixar de colocar na mesa de discussões um dos temas de maior importância para o futuro de nossa abandonada cidade.

Já temos leis em demasia, apesar de uma lei orgânica defasada, requerimentos de sobra para lombadas e poda de árvores, centenas de indicações, mas, não temos por exemplo, à partir deste DIA MUNDIAL DA ÁGUA, a ideia de formação de uma comissão para que, junto ao CREA, OAB, M.P e diretores do DAEM formatar uma politica direcionada para as futuras gerações. O DAEM É VIÁVEL ??? TEM PODER DE INVESTIMENTO ???

O centenário de Marília está chegando, e fica a pergunta; ” É esta cidade que queremos sem água na torneira ??”.

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