Segundo dados do IBGE, os preços das carnes recuraram 1,22% em fevereiro no Brasil. A redução no custo das carnes ao consumidor já pode ser efeito da suspensão temporária de exportações do produto do Brasil para a China, por conta de registro de um caso de mal da vaca louca em um bovino no Pará. A afirmação é de Pedro Kislanov gerente do Sistema de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao comentar os resultados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

“Pode ser o efeito da suspensão de exportações de carnes do Brasil para a China por conta do mal da vaca louca”, disse Kislanov. “Tem maior oferta de carnes no mês, não só de carne bovina, mas também frango. Mas a gente já vinha com uma oferta maior nesse mercado”, completou.

O povo infelizmente tem a memória curta e nestes momentos a classe política costuma explorar de todas as formas paternalizando o feito como responsáveis pelo efeito. Ledo engano, e por esta razão, o arquivo do JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA relembra que este momento já era previsto em julho de 2022.

Pelas previsões, naquela ocasião, as projeções eram de que o custo final da carne bovina deveria cair em até 20% para o consumidor final neste ano de 2023, em função de uma maior oferta do produto no mercado interno. Foi o que apontou o relatório final divulgado pela Safras & Mercado, maior consultoria do setor no país.

Segundo os dados apresentados naquela data, a carcaça do boi era vendida no Brasil por aproximadamente R$ 320. Para este ano, a expectativa era que esse mesmo produto teria o custo para os frigoríficos em torno de R$ 250.

Para o consumidor final, o barateamento também seria perceptível. Na prática, segundo o estudo, cortes como Filet Mignon e Picanha projetavam ter o custo reduzido entre R$ 15 e R$ 20 por quilo, ou seja; o que está ocorrendo hoje já era previsto há 8 meses, graças aos pecuaristas e, nada a ver com medidas governamentais, que só está aumentando os impostos.

A maior oferta de animais destinados ao mercado interno foi fruto de uma alta “considerável” nos rebanhos brasileiros para este ano. Foi o que explicou à CNN, o diretor da consultoria, Fernando Iglesias. Em simultâneo, ele ressaltou que o setor também continuará com uma tendência de fortes exportações. Nos resta torcer para o governo não decidir taxar as exportações também.

“O aumento da oferta dentro do Brasil e as comercializações para o exterior vão andar de mãos dadas. Tudo isso é possível em cima da boa ampliação do volume de reposição desses rebanhos – com a incorporação de bezerros”, disse Iglesias na época.

A expectativa sempre foi de que o setor pecuário brasileiro registrasse um resultado expressivo para 2023: um montante superior a 226,3 milhões de cabeças de gado – quatro milhões a mais que no ano de 2022. Sem politicalhas ou medidas econômicas, apenas com produção. A maior concentração dos rebanhos fica no Centro-Oeste, região que concentra mais de 78 milhões de animais.

DIRETO DO PLANTÃO DE NOTÍCIAS COM INFORMAÇÕES DA CNN

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