Ao todo, serão 91 deputadas e 135 deputados autodeclarados pretos e pardos; ainda foram eleitos cinco indígenas, três amarelos e duas mulheres trans

O Brasil elegeu número recorde de mulheres e negros – mulheres e homens – para a Câmada dos Deputados nas eleições do último domingo (3/10). Com a maior representação já registrada na história da República, a cada seis parlamentares, uma será mulher; enquanto a cada quatro deputados federais, um deles será negro – pardo ou preto, segundo a denominação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A partir de 2023, quando os candidatos eleitos assumirão seus mandatos, a Câmara terá 91 deputadas federais – representando um aumento de 18% em relação às 77 eleitas em 2018 – e 135 parlamentares negros, dentre os quais 108 são autodeclarados pardos, e 27, pretos – 9% a mais que os 124 deputados e deputadas em 2018. Em ambos os casos, no entanto, a representação segue abaixo da proporção verificada na população: 52,8% são mulheres, e 56,1% são autodeclarados pretos e pardos.

Em relação às mulheres negras na Câmara dos Deputados, especificamente, são 29 eleitas em 2022, em relação a 13 em 2018. O número de homens negros, no entanto, caiu de 111 para 106 no mesmo período de tempo. Uma reportagem da Folha de S. Paulo que apontava que a maioria dos candidatos negros era de partidos de direita publicou a foto dos deputados eleitos. Muitos dos candidatos que se autodeclararam negros são brancos, conforme apontado por influenciadores negros que reproduziram as fotos publicadas na reportagem

Números por partido

A bancada feminina terá maioria do PT, com 18 deputadas, seguida pelo PL, com 17. Juntos, os dois partidos acumulam quase 40% das mulheres eleitas em 2022. Já os candidatos negros estão em maior número no PL, que elegeu 25 negros e negras, seguido do Republicanos, com 20, o PT e o União Brasil, ambos com 16 eleitos.

Candidatos que pertencem a outras minorias

A Câmara dos Deputados também registrou um aumento na quantidade de deputados eleitos autodeclarados indígenas e amarelos – termo do IBGE para designar descendentes de países do leste-asiático.

Em 2022, foram eleitos cinco candidatos indígenas: Célia Xakriabá (PSOL-MG), Juliana Cardoso (PT-SP), Paulo Guedes (PT-MG), Silvia Waiãpi (PL-AP) e Sônia Guajajara (PSOL-SP). Nas eleições anteriores, apenas Joênia Wapichana (Rede-RR), que não conseguiu a reeleição este ano, tinha sido eleita. Já em relação à comunidade amarela, apenas três foram eleitos:  Kim Kataguiri (União-SP), Luiz Nishimori (PSD-PR) – ambos já eleitos em 2018 – e Pedro Aihara (Patriota-MG). O ano de 2023 será, também, a primeira vez em que a Câmara dos Deputados receberá duas mulheres transgênero entre os 513 deputados federais: Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG).

Candidaturas em 2022

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicou um total de 26.073 candidaturas aptas à votação às vésperas do início das campanhas eleitorais. Dentre elas, 9.415 foram candidaturas femininas, representando 33,28% do total de políticos elegíveis – e um recorde em comparação às três últimas eleições.

Em relação às candidaturas de pessoas autodeclaradas pretas e pardas, foi a primeira vez em que representaram a maior parcela no quadro de candidaturas, com 49,57% – um aumento de três pontos percentuais em comparação à eleição de 2018. Dentre eles, 10.079 são autodeclarados pardos e 3.936 se consideram pretos. O TSE ainda registrou mais de 13 mil candidatos brancos, que representaram 48,86% dos políticos elegíveis; 175 postulantes indígenas e 112 amarelos.

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