Saída de Bolsonaro do PSL já é dada como certa pela cúpula do partido.

Está é a principal manchete dos principais jornais, revistas e sites do país desde as primeiras horas da manhã desta quarta feira ( 09 ). O racha ficou explicito após presidente Jair Bolsonaro atacar na última terça feira o PSL, partido pelo qual se elegeu, no ano passado, e indicou que poderá mudar de sigla.

O motivo da insatisfação é a dificuldade da família Bolsonaro para controlar a legenda e seus diretórios regionais, que não aceitam a imposição dos nomes do grupo.

Mesmo rachado, o partido terá na próxima campanha a maior fatia dos fundos públicos usados para financiar candidatos — estimada em R$ 400 milhões — porque foi o mais votado na disputa de 2018, na esteira da eleição de Bolsonaro.

A saída do presidente, porém, já é dada como certa pela cúpula do PSL, que teme uma debandada. Dirigentes do partido ouvidos pela imprensa afirmam que o presidente pode levar até 15 dos 53 deputados federais, além de dois dos três senadores — Flávio Bolsonaro (RJ) e Soraya Thronicke (MS).

Em declaração nesta quarta-feira (09), o presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE), disse considerar que Bolsonaro já decidiu pela saída do partido. No entanto, o presidente ainda não deu nenhuma declaração cravando uma decisão.

“Quando ele diz a um estranho para esquecer o PSL, mostra que ele mesmo já esqueceu. Mostra que ele não tem mais nenhuma relação com o PSL” afirmou o dirigente partidário.

Bivar disse não entender o que motivou o presidente a dar tais declarações. “Ontem mesmo, eu recebi um convite para ir a uma cerimônia no Palácio do Planalto e tinha um jantar marcado com o ministro da Justiça, Sérgio Moro. Então, não vi indicativo nenhum”, comentou.

Para ele, a intenção do presidente ao atacar o PSL é mostrar que não tem envolvimento com denúncias sobre irregularidades envolvendo a candidaturas de mulheres que seriam laranja para obter recursos públicos. “Acho que ele quis sair porque tem preocupação com as denúncias de laranjas. Ele quer ficar isento dessas coisas”, afirmou Bivar.

Na semana passada, o Ministério Público de Minas Gerais denunciou o ministro, Marcelo Álvaro Antônio, por irregularidades envolvendo candidaturas de mulheres nas eleições de 2018. Antônio presiddia o PSL mineiro na época.

Futuro

Embora ainda não tenha definido o seu destino, Bolsonaro avalia vários cenários políticos e deseja um partido que possa controlar, para impulsionar sua candidatura à reeleição, em 2022.

A União Democrática Nacional (UDN) já pediu registro como partido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e quer que o presidente se filie à sigla. O JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA apurou que dirigentes da sigla em formação tem conversado com interlocutores do clã Bolsonaro.

O conflito do presidente com a cúpula do PSL ficou ainda mais evidente após ele ser abordado, diante do Palácio da Alvorada por um apoiador que disse ser pré-candidato da legenda no Recife. Bolsonaro pediu a ele para “esquecer” o PSL e afirmou que o deputado Luciano Bivar (PE), presidente do partido, “está queimado para caramba”.

O militante estava gravando um vídeo quando Bolsonaro fez o apelo que escancarou a queda de braço no PSL. “Oh, cara, não divulga isso não. O cara (Bivar) está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido”, afirmou o presidente.

A articulação de Bolsonaro ganha luz no momento em que partidos de centro se articulam em torno da possível candidatura do apresentador de TV Luciano Huck à Presidência em 2022.

Em fevereiro, o Estado revelou que o clã Bolsonaro negociava migrar para a UDN, sigla extinta após o golpe militar de 1964. Em abril, o advogado Marco Vicenzo, outro articulador da criação do partido, protocolou no TSE um pedido de refundação da legenda alegando a necessidade de reparar “injustiças históricas praticadas em desfavor” do partido.

Se aceito, a legenda pode ser refundada sem o protocolo tradicional de criação de um partido, descartado por pessoas próximas ao clã Bolsonaro que consideram inviável. A legenda também mudaria de nome e passaria a ser chamada de “Conservadores”. Aliados da família dizem que outra opção é o Patriota, partido que chegou a negociar com Bolsonaro antes das eleições.

“Boa provocação”, diz presidente do MDB sobre espaço a Bolsonaro no partido..

O presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), riu e disse ser uma “boa provocação” quando questionado hoje pela imprensa sobre um eventual espaço ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), no partido. “Boa provocação”, disse, aos risos. Após alguns segundos de silêncio, afirmou que “qualquer resposta vai ser polêmica”.

Bolsonaro recebeu Baleia Rossi no Palácio do Planalto no início da tarde de ontem, terça feira ( 8 ). No domingo (6), em convenção nacional, Baleia foi eleito o novo presidente do MDB sucedendo a Romero Jucá (RR), que comandava a sigla desde o licenciamento do ex-presidente Michel Temer (MDB) da função em abril de 2016. Jucá tentou se reeleger ao Senado nas eleições de 2018, mas não obteve sucesso.

O MDB não faz parte da base do governo oficialmente. No entanto, conta com membros no alto escalão da gestão Bolsonaro. O ministro da Cidadania, Osmar Terra (RS), é filiado ao partido, assim como o líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra Coelho (PE).

Bezerra Coelho e um de seus filho, o deputado federal Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE), foram alvos de operação da Polícia Federal em 19 de setembro deste ano por supostamente terem recebido pelo menos R$ 5,5 milhões em propina. O suposto caso de corrupção teria ocorrido quando Bezerra Coelho era ministro da Integração Nacional no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Uma das linhas de investigação apura suspeitas do desvio de dinheiro público de obras na região Nordeste, como a transposição do rio São Francisco. Bezerra Coelho chegou a colocar o cargo à disposição, mas, até o momento, é mantido por Bolsonaro.

Como líder, a função de Bezerra Coelho é ser o principal articulador do Planalto junto aos senadores para conseguir a aprovação das pautas de interesse governo, como a indicação de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) à embaixada brasileira nos Estados Unidos e a reforma da Previdência. Baleia Rossi negou ter conversado com Bolsonaro sobre cargos e a situação de Bezerra Coelho e Osmar Terra no governo federal.

Bolsonaro diz a site que não deixará PSL por “espontânea vontade”.

a esteira da polêmica envolvendo sua possível saída do PSL, o presidente Jair Bolsonaro declarou ao Site O Antagonista que não pretende deixar a legenda por “livre e espontânea vontade” e que “quer que o partido funcione”. Ele sustentou ainda que apenas “repercute críticas” de filiados à gestão do PSL, disse que faz “reclamações do bem” e alertou para uma “tendência de o PSL murchar” se ele de fato sair.

“Não integro a Executiva, só estou filiado ao partido, mais nada. O PSL caiu do céu para muita gente, inclusive para o Bivar (PE)”, ressaltou, citando o deputado federal e presidente nacional da legenda, Luciano Bivar. O pernambucano chegou a dizer, nesta quarta-feira (09/10/2019), que as declarações de Bolsonaro mostram que ele “não tem mais nenhuma relação” com o PSL. “Quando ele diz a um estranho para esquecer o PSL, mostra que ele mesmo já esqueceu”, sustentou Bivar em entrevista mais cedo.

“O partido tem que funcionar, tem que ter a verba distribuída, buscar solucionar os problemas nos diretórios. Todo partido tem problema. O presidente, o tesoureiro, eles têm que solucionar isso”, reforçou Bolsonaro ao site.

Perguntado a respeito de uma possível expulsão, o presidente disse que “não quer entrar nessa briga” e que é “direito” de Bivar tomar essa decisão. Sobre as declarações de que o deputado estaria “queimado”, Bolsonaro afirmou não querer “antecipar” a campanha do ano que vem e que só apontou que “ele [Biva] não está bem no estado dele”.

No caso de mudança para a UDN ( ainda não oficializada ) ou para um novo partido a ser chamado de CONSERVADORES a decisão e as consequências politicas são consideradas uma incógnita, mas, em caso de mudança para o MDB ou PATRIOTAS, a decisão pode interferir no processo eleitoral não só de Marília, mas, de muitas outras cidades onde o peso da maquina federal pode fazer a diferença, embora, boa parte do eleitorado hoje, está mais focada em votar na pessoa ( de acordo com o seu perfil ) do que propriamente na legenda partidária, em um novo modelo do eleitor brasileiro que, aos poucos vai se politizando.

Em ambas as decisões especialista acham que será um suicídio politico de Jair Bolsonaro trocar de partido em menos de um ano de governo. Resta agora observar e aguardar as cenas do próximo capitulo.

Alias no último capitulo, o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar, decidiu romper o contrato com a advogada eleitoral Karina Kufa . A aliados, Bivar justificou ter havido “quebra de confiança” e sustentou que a demissão é inevitável. Na noite de terça-feira, a legenda convocou uma reunião emergencial na Câmara com deputados e senadores para avaliar os desgastes após a declaração de Bolsonaro a um apoiador para “ esquecer o PSL ” e para não divulgar vídeo sobre Bivar porque ele estaria “queimado”.

Contratada pelo PSL , Karina Kufa ganhou a confiança de Bolsonaro pelo seu trabalho durante a campanha presidencial. Ela era responsável pela legenda no âmbito nacional junto ao ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência Gustavo Bebianno, que presidia o partido. Karina assumiu o controle jurídico da legenda após a demissão de Bebianno em fevereiro. Nos últimos meses, além de Karina, Bolsonaro passou a se aconselhar com o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga. Os dois se conhecem há anos. Nas entrelinhas fica claro que é apenas uma questão de tempo para que a decisão seja anunciada.

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