Presidenciáveis manifestaram preocupação com uma possível escalada da tensão nas eleições deste ano e foram às redes neste domingo, 10, condenar a violência durante a campanha eleitoral, que só começa oficialmente em agosto. O estopim para que os pré-candidatos se posicionassem a respeito do assunto foi a morte do guarda municipal Marcelo Arruda, assassinado em Foz do Iguaçu (PR) neste sábado, 9, durante uma festa de aniversário com decoração inspirada no Partido dos Trabalhadores (PT). O presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou sobre o assassinato de noite, culpando a esquerda pela violência.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou em suas redes sociais e prestou solidariedade às famílias. “Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda”, escreveu.
O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) disse que o ódio político precisa “ser contido”, citando a morte de “dois pais de família” fruto de uma “guerra absurda, sem sentido e sem propósito”. “É triste, muito triste, a tragédia humana e política que tirou a vida de dois pais de família em Foz do Iguaçu. O ódio político precisa ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas.”
Em nota à imprensa, a senadora Simone Tebet (MDB) afirmou que os episódios de violência refletem o acirramento da polarização política no País, fenômeno ao qual sua pré-candidatura se coloca como alternativa. “Lamento profundamente as mortes violentas em Foz do Iguaçu. Me solidarizo com as famílias de ambos. Mas o fato é que esse tipo de situação escancara de forma cruel e dramática o quão inaceitável é o acirramento da polarização política que avança sobre o Brasil. Esse tipo de conflito nos ameaça enormemente como sociedade. É contra isso que luto e continuarei lutando”, afirmou a presidenciável.
O deputado federal André Janones (Avante) afirmou considerar inexplicável que a “paixão” por convicções políticas seja capaz de causar tragédias como a de Foz do Iguaçu. “O debate ideológico sem qualquer base racional leva a tragédia que vamos lamentar profundamente. Ninguém vai conseguir explicar essa paixão que leva um ser humano odiar o outro por convicções políticas diferentes. Hoje nós vamos lamentar, desejar condolências às famílias”, publicou ele.
Já o pré-candidato Luciano Bivar (União Brasil) descreveu como “doença” a causa de episódios como esse. “Inadmissível onde chegamos. Esta doença ‘política’ contaminou nossa gente, até aqueles que amamos lá na casa da esquina”, afirmou.
Sem citar diretamente o episódio, o presidente Jair Bolsonaro (PL) republicou uma mensagem de 2018 para dizer que dispensa o apoio de quem pratica violência contra os opositores. Apesar disso, o presidente enfatizou a necessidade de “apurações”. O presidente não lamentou o ocorrido nem prestou solidariedade aos familiares da vítima.
“Independente das apurações, republico essa mensagem de 2018: dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos”, disse o presidente em suas redes sociais.
Bolsonaro disse que “é o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas com rótulos e pede fogo nelas, que invade fazendas e mata animais, que empurra um senhor num caminhão em movimento”.
“Falar que não são esses e muitos outros atos violentos mas frases descontextualizadas que incentivam a violência é atentar contra a inteligência das pessoas. Nem a pior, nem a mais mal utilizada força de expressão, será mais grave do que fatos concretos e recorrentes”, disse o presidente, que pediu “que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis, assim como contra caluniadores que agem como urubus para tentar nos prejudicar 24 hora por dia.”
DIRETO DA REDAÇÃO COM VIDEO DO PORTAL PODER 360