No último dia 4 de abril, a cidade de Marília completou 94 anos de emancipação política e administrativa. Faltam portanto pouco mais de 6 anos para se planejar a cidade que queremos e o único presente para a cidade foi um jingles intitulado Terra de Gigantes, esquecendo dos pequenos da periferia.

Coincidência ou não, no dia seguinte, 5 de abril, o Governo de SP acertou uma cooperação para construir medidas que levem desenvolvimento social e urbano para as favelas do estado. De forma audaciosa e humanista, o governador Tarcísio de Freitas formalizou protocolo de intenções com a ONG Gerando Falcões para incorporar ações do projeto Favela 3D no Estado por meio de políticas públicas estaduais.

O Favela 3D envolve a implementação de ações interdisciplinares em favelas, por meio de parcerias com instituições privadas e entes públicos, estaduais e municipais, além do envolvimento das comunidades locais. É a transformação das favelas em ambientes Dignos, Digitais e Desenvolvidos. Desafiando o potencial humano no seu limite.

“Estamos focados em construir as pontes para o futuro, as pontes para a oportunidade. E, agora, com o Favela 3D, estamos percebendo que podemos transformar a favela, de fato, em um local de prosperidade. Vamos tornar o Favela 3D no maior programa brasileiro de erradicação da pobreza, de emancipação, de transformação desse espaço, que é tão rico”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas.

Esta página já sugeriu e apresentou em 16 de dezembro de 2021 a implantação do projeto FAVELA BAIRRO em nossa cidade, projeto este que já foi reconhecido internacionalmente, mas infelizmente a prioridade desta administração é o lançamento de condomínios de alto padrão para as elites. O povo da periferia, só é lembrado na época das eleições. Mais do que vontade política é um ato humanitário. Integrar a favela à cidade é a principal metal do Programa Favela-Bairro aonde foi implantado.

O município possui 18 favelas e por incrível que pareça, a cidade com 250 mil habitantes não possui uma secretaria da habitação que, aliás, é interessante para determinadas construtoras e com isso nenhum projeto de inclusão habitacional e, aliás, de forma econômica de reurbanização de favelas seguindo exemplo de grandes centros. Comunidades que vivem em áreas de risco, com esgoto a céu aberto e outras irregularidades. A única política adotada é a distribuição de cestas básicas, infelizmente uma visão pífia de inclusão social.

Ao assistirmos à iniciativa do governador Tarcísio de Freitas, nossas esperanças se renovaram para quem sabe um despertar mova o coração gélido desta administração para as quase 6 mil famílias residentes nas 18 comunidades existentes. São 4500 famílias que moram em favelas e outras 1500 em áreas de risco como APP’s. Estas moradias irregulares estão espalhadas por 18 pontos diferentes da cidade, de acordo com estudo já realizado. Infelizmente o descaso da administração Daniel Alonso / Cicero do Ceasa e tanto que até no orçamento deste ano 2023, superior a 1 bi e meio, nada consta para projetos de habitação de interesse social.

O raciocínio é simples, se não há interesse em construir casa para esta população, que pelo menos realizem parcerias para levar uma melhor qualidade de vida para o local onde vivem. Tanto o FAVELA BAIRRO, quanto o FAVELA 3D, são viáveis para a cidade de Marília.

O segundo leva um a ligeira vantagem por se tornar uma política de governo estadual, faltando apenas a vontade política do deputado Vinicius Camarinha ou da deputada Dani Alonso. Mais do que isto, é o prefeito Daniel Alonso, que se diz evangélico e seu vice, Cicero do Ceasa, que se diz Católico, mostrarem o lado cristão e humanista de cada um para apoiar um dos dois projetos. Lembrando que a iniciativa não leva o carimbo do JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA, que neste caso, é apenas um instrumento ou a voz das comunidades, como queiram…

Independentemente de quem seja, vamos sim jogar o nosso papel como instrumento de comunicação que nunca se colocou apenas na cadeira da crítica, mas apresentando sugestões viáveis como foi o bolsão de motos e tantos outros. Este é a maneira correta de fazer um jornalismo solidário e construtivo, deixando a política partidária de lado para pensar na cidade e em seu povo.

O enfoque do momento é na construção de uma cidade criativa, inclusiva e sustentável, que faz uso da tecnologia em seu processo de planejamento com a participação dos cidadãos, inclusive das favelas.

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